É um bom exemplo da grande carrinha familiar verdadeiramente versátil. Ao espaço e à modularidade associada para o gerir, a Opel Insignia Country Tourer acrescenta a possibilidade de sair do alcatrão, mesmo que não deva pedir-se-lhe naturalidade além do meio dos grandes estradões em terra. Para isso, foi elevada 2,5 cm e tem jantes de 18 polegadas. O bastante para revelar o à-vontade que não podem ter os “carros normais” noutros terrenos. E cumpre! A contento com o diesel de 2.0 litros e 170 cv.

A Insignia Country Tourer, como se sabe, não é uma invenção. As propostas do género são várias e até já estiveram mais na moda. O estilo foi sempre apurado através de reforços que lhes conferem uma imagem de resistência para desafiar outros caminhos e transmitem também uma ideia de mais força.

A solução da Opel segue a receita, mas, na verdade, de forma menos agressiva e mais sóbria do que é habitual. À frente, uma proteção inferior do para-choques, pintada em cinza, que parece pequena grelha; atrás uma proteção negra, mais notada, que integra as saídas de escape adelgaçadas – até parece aumentar a largura; de lado, as habituais proteções plásticas em negro, uma faixa que segue as embaladeiras e envolve as cavas das rodas. Um tratamento “soft” que leva a ver a Country Tourer como carrinha mais para quem a quer usar na plenitude da sua versatilidade do que para mostrar o automóvel apto para um certo estilo de vida…

A Opel Country Tourer é um familiar espaçoso, carrinha polivalente, confortável, bem equipada, agradável de conduzir, motor com elasticidade razoável, eficaz em curva, consumos medianos. Um estradista de bom nível

No mais, estamos perante um produto conhecido, a mais estaturária carrinha da Opel, quase cinco metros de automóvel e um mar de espaço. Para os passageiros, que têm grande desafogo à frente, e espaço a pedir meças atrás, onde se desfruta de conforto ao nível do melhor do segmento. Quanto a mala, os números põem a fasquia alta: desde 560 litros até 1665, através do rebatimento do banco traseiro, um sistema tripartido (40x20x40), acionável através de teclas nas paredes da bagageira. O plano de carga está em boa altura e alinhado com o fundo, a “boca” é muito larga e o portão é elétrico e acionável também através de passagem do pé sob o para-choques. E, para não haver, dúvidas, a localização do sensor é projetada no pavimento. Uma oferta em plano superior.

A qualidade, como já escrevi sobre a berlina 1600, salta à vista no interior. Materiais, acabamentos, detalhe deixam a melhor impressão e associam-se com naturalidade à sobriedade do design, muito alemão como de costume, com tudo quanto isso pode ter de positivo. Ao volante há uma relação de empatia com tudo aquilo de que necessitamos. Poucos botões e comandos distribuídos em três níveis: de cima para baixo, informação e entretenimento, climatização e, à frente do seletor, os equipamentos de assistência à condução. O travão de mão é elétrico e está na posição habitual. De um modo geral, muito bem!

Bom equipamento

No que respeita a conetividade o conhecido intellinlik, a correr no ecrã tátil central, com as suas virtudes e defeitos – sempre mais rico e nem sempre tão intuitivo quanto se deseja, mas é questão de hábito. O que não falta é o wi-fi e o Opel Onstar, o sistema de assistência telefónico que garante a chamada de emergência e uma série de serviços.

O equipamento, pacote específico deste modelo, é rico, quase nada falta e perante a oferta até faz sentido gastar dois mil euros no chamado Pack Innovation Plus, que acrescenta os bancos em pele (com aquecimento à frente) e o head-up-display projetado no para-brisas (velocidade, sinais, navegação), ajuda ao estacionamento com câmara a reconhecimento de sinais. É mais valia considerável a juntar aos excelentes faróis LED Matrix, que fazem tudo automaticamente, e ajudas como deteção de peões, travagem automática de emergência, alerta de saída de faixa com correção autónoma, alerta de colisão iminente, indicador de distância para o veículo da frente

Para tudo isto fazer sentido, a motorização 2.0 Turbo de 170 cv e a caixa manual de seis velocidades compõem medida ajustada. Arrastam com elas o chassis FlexRide, e o mesmo é dizer a suspensão com controlo eletrónico, elemento que valoriza muito o comportamento deste Insignia, bastante ágil quando nos lembramos do seu comprimento e muito assertivo em curva. Este casamento, torna ainda mais convincente a condução da carrinha Opel e a confiança sai muito reforçada. Tudo se passa naturalmente em modo Tour, quando se passa ao Sport e a eletrónica intervém na suspensão, direção acelerador e caixa de velocidades, mesmo sem nos sentirmos numa “máquina”, é outra a envolvência proporcionada pela Country Tourer que mostra o suficiente para valer boa nota. Para isso, 400 Nm de binário máximo são ajuda importante. Reparo apenas para o facto de a caixa automática de oito velocidades poder ser a cereja no topo do bolo. A diferença de preço é, porém, muito grande (cerca de 5 000 euros).

Balanço positivo

Pequena incursão fora de estrada deu para sentir o à-vontade da Country Tourer quando olhávamos os companheiros de percurso e percebíamos a necessidade de alguns cuidados redobrados que a altura ao solo da carrinha Opel dispensava sem que isso significasse qualquer exagero ou mau tratamento! Era um pequeno caminho, esburacado e fustigado pela chuva. E mais 2,5 cm podem fazer muita diferença!

No que respeita a consumos, tudo depende do pé, mas fiquei com a ideia de que pode haver melhor. Consegui 5,9 litros aos 100 em auto-estrada, cruise-control na velocidade legal; o computador oscilou entre os 8,5 e os 10,4 quando avaliei a diferença do modo Sport, e o balanço final, para um razoável percurso suburbano com bons trajetos em cidade ficou-se pelo 8,2. São 2.0 litros, 170 cv para cinco metros de automóvel, convém não esquecer…

O balanço final é positivo. A Opel Country Tourer é um familiar espaçoso, carrinha polivalente, confortável, bem equipada, agradável de conduzir, motor com elasticidade razoável, eficaz em curva, consumos medianos. Um estradista de bom nível. O preço ressente-se do equipamento para se aproximar das sempre tentadoras propostas com emblema premium…  seguramente menos “recheadas”. São essas as contas a fazer.

FICHA TÉCNICA

Opel Insignia Country Tourer 2.0 Turbo D Innovation

Motor: 1956 cc, turbodiesel, Blue Iinjection, start/stop

Potência: 170 cv/3750 rpm

Binário máximo: 400 Nm/17850-2500 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100: 9,2 s

Velocidade máxima: 220 km/h

Consumos: média – 5,3 litros/100; estrada – 4,3; urbano – 6,9

Emissões CO2:  139 g/km

Bagageira: 560/ 1665 litros

Preço: desde 47 390 euros; versão ensaiada – 51 190 euros  (+ Pack Innovation  Plus, tejadillho panorâmico, roda sobressalente, pintura metalizada)