Todos aceitam que um Audi é um automóvel que vai além da vulgaridade mesmo naquelas versões mais “pobrezinhas”, seja pela motorização, pelo nível de equipamento ou ambos. O A5 Sportback 2.0 TDI de 150 cv na versão base confirma a asserção. Tem o suficiente, faz o que deve e marca a diferença pelo pendor estatutário. É económico e, claro, não é barato…

Interpretação séria do coupé de quatro lugares, o sportback junta às formas desportivas um estilo conseguido, muito limpo como é timbre da marca dos anéis. É um dos modelos que representa lufada de ar fresco numa gama que esteve necessitada de alguma mudança e outra ousadia. Vai aos poucos, sempre no respeito daquele rigor muito alemão.

Escolha apelativa, moderno e sóbrio, o A5 Sportback tem um estilo que implica aceitar como naturais alguns óbices. E é importante começar por aqui: a acessibilidade lugares traseiros não é brilhante, alguém mais alto não estará completamente à-vontade tanto para entrar como depois de sentado, pois o que sobra em espaço para as pernas falta na altura do tejadilho. Além disso, quem lá viaja queixa-se de alguma dureza do assento sobretudo, talvez porque, como é óbvio, o banco tem se ser mais baixo… E quanto a cinco lugares – uma opção – só com boa vontade, tanto pela altura do túnel como pela “entrada” da consola na traseira, “arrastando” a climatização e a ficha e 12 volts. Normal para a escolha.

Um compromisso interessante, tanto que é uma das escolhas preferenciais para o mercado das empresas. Estatuto, economia, capacidade quanto baste! E de preços sabem eles. Um Audi é sempre para quem pode

À frente, o desafogo é outro, não há conflito de cotovelos, mas, atenção, os passageiros mais altos também se queixam da acessibilidade, em função da altura da porta. Eu, estatura normal, não tive problemas. O mesmo acrescento em relação à posição de condução, há regulações de sobra e a possibilidade de dominar o tablier; já a visibilidade traseira fica para os retrovisores exteriores, nada, afinal, que surpreenda.

Bom e bem feito

Para dar vida a este habitáculo, um ambiente marcado por aquela interpretação mais sóbria da escola alemã. Bons materiais, já não surpreende dizer com o plástico a dominar nesta versão, mas qualidade evidente e cuidado no detalhe. Dúvidas não restam de que é bom e bem feito. No caso, os bancos em pele traziam um toque de requinte a um conjunto marcado por, além da frieza teutónica, instrumentação analógica, exceção feita ao ecrã, tipo tablet flutuante, muito simples, na projeção da consola e com o “velho” (e bom) comando rotativo (MMI) que já começa a ser dispensado.

Haja vontade – e possibilidade – de gastar dinheiro e tudo pode mudar muito. Neste caso, a escolha é outra, o acesso ao produto estatutário!

E quem faz esta escolha à luz de um compromisso que atende ao preço e considera o gasóleo, vai dar valor ao facto de, em ritmo de passeio, em estrada e autoestrada, não ser difícil ver uma média de 5 litros redondos registada no computador de bordo. Com outra exigência e no chamado trajeto suburbano andei pelos 5,3 litros aos 100 e a média geral para um conjunto de experiências de condução que passaram por outras mãos e iam na casa dos 2500 quilómetros marcava 6,2. Interessante!

Honesto e despachado q.b.

Os 150 cv e o próprio binário 320 Nm não impressionam num produto estatutário como este – é uma questão de escolha e dinheiro… – , mas a verdade é que este A5 se mostra honesto e despachado q.b, na minha ótica capaz de satisfazer aqueles que querem um bom estradista e se contentam com a imagem desportiva. Nada de grandes explosões mas elasticidade suficiente para uma condução descansada e com as respostas que a fazem também segura. Até porque a curvar é valorizada pela combinação da largura das vias e da distância entre eixos que assegura grande equilíbrio. O Audi Drive Select também contribui para encontrar uma medida ajustada ao gosto de cada um, mas o modo Eficiência acabará por ser o mais adequado a quem faz esta escolha e pensa seguramente na economia.

O pacote de equipamento é limitado mas não falha no essencial, incluindo travão eletromecânico, câmara multifunções, sensores de estacionamento atrás, luz e chuva, máximos assistidos, Keyless&Go luzes de xénon e LED atrás, retrovisores elétricos rebatíveis e aquecidos.

Há muitas formas de fazer a diferença e o modelo que guiei, com estofos em pele, ar condicionado com três zonas, smarthphone interface, outras jantes de 17 polegadas, depósito adicional de adBlue pacote especial de luzes e pintura metalizava valia 5440 euros e elevava o preço para os 52 540 euros. Ora, é diferente de  47 100 (sem despesas) que inclui quatro anos ou 80 00 quilómetros de garantia.

Um compromisso interessante, tanto que é uma das escolhas preferenciais para o mercado das empresas. Estatuto, economia, capacidade quanto baste! E de preços sabem eles. Um Audi é sempre para quem pode. Premium é isso mesmo…

FICHA TÉCNICA

Audi A5 Sportback 2.0 TDI 150 cv Base

Motor: 1998 cc, turbodiesel, injeção direta. adBlue, Start/Stop

Potência: 150 cv/3250-4500 rpm

Binário máximo: 320 Nm/1500-3250 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100: 9 s

Velocidade máxima: 219 km/h

Consumos: média – 4,3 litros/100; estrada – 3,9; urbano – 5

Emissões CO2: 112 g/km

Bagageira: 480 litros

Preço: desde 47 100 euros (sem despesas); versão ensaiada, 52 540 euros