É mais um projeto de mobilidade. Este com a originalidade de usar a estrada e os céus, o conceito “Urban Air Mobility”. Tudo autónomo, pois claro. E elétrico, como não podia deixar de ser. A Ital Design trata do desenvolvimento do Pop.Up, combinação modular entre uma espécie de drone e um citadino. Audi e Airbus são os parceiros.

O primeiro passo foi dado em 2017 e este ano, no Salão de Genève, o Pop.Up acrescentou o Next à designação. A Ital Design, criada por Giorgetto Giugiaro e hoje presidida por Jörg Astalosch, celebrou 50 anos e a ideia é relacionar este transporte da terceira geração às próximas cinco décadas… e desenvolvê-lo em estreita colaboração com a Audi, marca muito avançada em domínios relacionados com a mobilidade do futuro – sustentabilidade, digitalização e urbanismo. E com a Airbus, responsável pela tecnologia a de voo.

Enquanto aeronave, o Pop.Up Next utiliza 16 rotores (4X4) alimentados por oito motores elétricos, com 160 kW, conjunto que mede cinco metros. O sistema pode ser carregado em 15 minutos (!), o que garante uma autonomia de 50 km. A velocidade máxima são 120 km/h

Em causa está um novo conceito de mobilidade nas megacidades, capaz de ser suficientemente flexível – e este não é pouco, permitindo a descolagem e aterragem vertical de um pequeno dois lugares. Trata-se de meio de transporte modular, movido a energia elétrica e composto por rotores, cabina e plataforma motriz. Destina-se a ser utilizado em partilha e a sua concretização implicará a criação de infraestruturas especiais, pois a logística envolvida é complexa e exige espaço. O conceito fica claro no vídeo aqui revelado, no qual somos confrontados com uma sociedade que parece cada vez menos ficcional, pelo menos ao nível das megacidades, onde o Pop.Up dava, com certeza, muito jeito.

Em 2017, o Pop.Up era assim apresentado…

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Municípios, universidades, urbanistas e sociólogos de todo o mundo estão a ser contactados para se envolverem nas próximas etapas do projeto e integrarem uma grande rede em vários continentes. Objetivo: trocar opiniões, apontar necessidades, dar cada vez mais sentido a este conceito do carro capaz de voar…

Para já, a Airbus tem refinado a aerodinâmica e o design do módulo rotor, que faz lembrar um drone. Os esforços da empresa aeronáutica têm sido apontados também para a eficiência do engenho, no que respeita ao consumo de energia em velocidade de cruzeiro. Os especialistas da construtora aeronáutica têm igualmente trabalhado no design interior do Pop.Up, de modo a harmonizar a linguagem do design da Audi com as necessidades de uma aeronave comercial.

Autonomia completa, o próximo passo

A Ital Design, por seu turno, está empenhada no desenvolvimento da plataforma modular elétrica do automóvel e nos sistemas de direção e travagem, ambos de tecnologia by wire – sem fios. A integração do sistema ADDASs, para uma autonomia completa do veículo em termos de pilotagem e condução, é o próximo passo, e um domínio em que a Audi desempenha papel importante, enquanto detentora de tecnologia considerada ao nível do estado da arte!

A otimização da eletrónica a bordo tem sido partilhada com os homens dos aviões. E convém esclarecer que se desenvolvem sistemas HMI baseados em reconhecimento facial e tecnologia sensível ao movimento dos olhos, para a melhor interação entre o homem e a máquina.

Ao cabo de um ano, o Pop.Up registou avanços importantes, designadamente na redução do peso. Para isso, e por exemplo, os bancos foram completamente redesenhados para ficarem mais próximos das cadeiras de avião, beneficiando de uma estrutura de alumínio.

Ponto fulcral, o sistema de acoplamento do rotor e da cabina, espécie de cápsula com uma estrutura em titânio para ser o mais leve e resistente possível, continua a ser apurado, de forma a garantir uma operação cem por cento segura. Há três pontos de ancoragem e um módulo central sendo preciso garantir um alinhamento perfeito. O sistema está ligado aos sensores da instrumentação de bordo, através da qual se assegura o alinhamento para a aproximação e engate automático dos dois módulos. É preciso também assegurar o encaixe perfeito da cabina com a plataforma eletrificada para a utilização do Pop.Up enquanto veículo automóvel.

Ao mesmo tempo, trabalha-se também nos princípios de uma futura regulamentação para este tipo de veículos e nos aspetos necessários para a sua certificação, tarefa que não se afigura fácil.

Mais um projeto para a concretização do conceito do automóvel-voador, este bem diferente do Palm-V, já aqui apresentado, um veículo que não se destina a partilha, já tem preço e está a ser regulamentado.

Características

Enquanto aeronave, o Pop.Up Next utiliza 16 rotores (4X4) alimentados por oito motores elétricos, com 160 kW, um conjunto que mede cinco metros de comprimento por 4,40 de largura. O sistema pode ser carregado em 15 minutos (!), o que garante uma autonomia de 50 km. A velocidade máxima é de 120 km/h.

Na versão automóvel, o Pop.Up, é um citadino com dois lugares, ligeiramente mais largo atrás (1,848/1,9 m), com 3,11 metros de comprimento, propulsionado por dois motores elétricos que somam 60 kW de potência e atuam nas rodas traseiras. A velocidade máxima é de 130 km/h. Uma carga completa faz-se também num quarto de hora e a autonomia será de 60 km.

A cápsula-habitáculo pesa 200 quilos, tem 2,647 metros de comprimento, por 1,540 m de largura e 1,415 de altura.

No vídeo de 2018, mais alguns pormenores e agora o Pop.Up Next…

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