O topo de gama Lexus vai estrear-se na Europa, 29 anos depois do lançamento da marca e quando entra na 7ª geração. Estatutário em design de filosofia familiar, é mais um híbrido que veremos em Dezembro como concorrente assumido do Audi A6, o que pode dar uma ideia do posicionamento do preço. E carrega uma grande novidade: tração dianteira.

Apresentado com pompa e circunstância, no aeroporto de Bruxelas(!), no âmbito de uma ação de marketing mais vasta que passa pela promoção da marca através dos Lounges das aerogares, e ao mesmo tempo no Salão de Pequim, o Lexus ES (Executive Sedan) é um automóvel com presença, elegante, apelo desportivo também, desenvolvido no respeito de um estilo muito próprio que hoje corporiza o segundo emblema da Toyota e a sua expressão de luxo.

Tem aquele toque de requinte asiático, e um design agora enfatizando uma maior inclinação do tejadilho, linha de capô mais baixa e rodas “puxadas” aos extremos. Mas não engana, parece perfeitamente globalizado, pronto para o combate em todas as frentes e, sem surpresa, na Europa, mercado onde a Lexus continua, paulatinamente, a fazer um caminho de afirmação, sustentado nos híbridos e mantendo versões a gasolina nalguns países (especialmente a Leste) e, como se sabe, sem diesel.

O novo ES é um tração dianteira, solução até aqui exclusiva dos SUV da marca. estará disponível uma versão F Sport, com suspensão adaptativa e a possibilidade de configuração mais desportiva na resposta do motor e da transmissão

Esta nova geração, também o primeiro ES híbrido (300h), introduz, aliás, um avanço na tecnologia em que o Grupo Toyota é líder, é a terceira evolução do sistema, bateria mais compacta e um motor elétrico mais leve, tudo associado ao quatro cilindros Atkinson de 2.5 litros. A combinação garante 218 cv de potência, geridos, como sempre, por uma caixa de velocidades de variação contínua, no caso apresentada com uma “desmultiplicação” em oito relações, comandadas por patilhas no volante.

O Lexus 300 ES já rodou para o filme promocional da marca na Europa…

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Nova plataforma

Construído sobre uma nova plataforma (batizada GA-K), mais leve e mais rígida, o novo ES traz uma grande novidade à gama de sedans Lexus, é um tração dianteira, solução até aqui exclusiva dos SUV da marca. A filosofia promete condução diferente e para torná-la ainda mais apelativa, além de um novo desenho da suspensão multibraços traseira, estará disponível uma versão F Sport, o que significa suspensão adaptativa (igual à do LC, com amortecedores ajustáveis) e também a possibilidade de configuração mais desportiva na resposta do motor e da transmissão, algo que deve considerar-se normal a este nível.

As versões F Sport distinguem-se logo pela grelha, com as emblemáticas barras cruzadas que enquadram o grande “L” do emblema pintadas a negro mate, e uma faixa inferior mais escura, o que, indiscutivelmente, contribui para emprestar outra agressividade ao ES. Para marcar ainda mais a diferença, combinam-se a inclusão de um defletor aerodinâmico traseiro e o peso das jantes de 19 polegadas (17 e 18 nas outras propostas). Resulta, sem grande aparato.

O Lexus ES cresceu em dimensões, pormenor que o valoriza, mas, mais importante é, por um lado, o alargamento das vias e, por outro, o aumento da distância entre eixos (+5 cm) o que lhe traz melhores quotas de habitabilidade.

Uma experiência rápida revela que há espaço suficiente para as pernas de quem viaja atrás, mas também, sem surpresa, um acesso sempre condicionado pela solução estilística. Conta cada vez menos, pois são cada vez mais os automóveis assim… que obrigam o dobrar mais o pescoço para entrar.

O futuro da Lexus

À frente, nada a dizer, ou melhor, todas as atenções viradas para o painel de bordo e o design do tablier e da consola que criam um ambiente no qual se combinam, muito bem, requinte e tecnologia na forma de design apurado – e tudo com uma exuberância, classe se preferirem, que tem muito de natural. É o futuro da Lexus, prometem. Gostei francamente. Sentimo-nos bem!

Madeira, bambu, pele e bancos envolventes, um acabamento superior ajudam à imagem, dominada pelo grande ecrã digital, com 12,3 polegadas (solução na linha do que já existe nos SUV) que complementa a informação de um bem arrumado painel de instrumentos. Há também na consola a segunda geração de um painel tátil, ao estilo de rato de computador, para controlo remoto.

A mala parece suficiente e, tratando-se de um híbrido, atá ganha pelo facto de a bateria estar colocada sob o banco traseiro. A capacidade aumentou face ao modelo que o Velho Continente não conheceu.

Em termos de equipamento e tecnologia é anunciado de série para toda a Europa o Lexus Safety System + de segunda geração que oferece novos recursos de proteção adicional,  como o sistema diurno para deteção de veículos peões e ciclistas, melhorado também à noite no que respeita aos peões pela adoção de um radar com maior sensibilidade e com outro alcance.

A Lexus anuncia ainda um sistema automático de máximos em duas fases que liga e desliga um conjunto de 24 LED individuais , adaptável ao melhor padrão de luz e que diminui a possibilidade de encandeamento.

Um novo sistema de som Mark Levinson, designado Pure Play, com 17 colunas, alarga a oferta e promete superior experiência audiófila.

Resta esperar para ver como será o pacote nacional – e o preço -, num carro que se perfila como especialmente tentador para o mercado das empresas.