Este é um aviso a que os automobilistas se habituaram em Lisboa. Inicialmente a sinalização era bem visível, hoje não é assim em todo o lado. Situação a corrigir! (Tiago Melo: Global Imagens)

A instalação de radares fixos na Grande Lisboa era uma inevitabilidade. O aumento das zonas por eles coberta será outra e nem surpreenderá ninguém. Basta guiar pelas estradas da Europa comunitária para o perceber – e nem é preciso ir muito longe: na vizinha Espanha são presença comum nas autoestradas, montados nos painéis de sinalização horizontal.
Estão em todo o lado por essa Europa fora e nas zonas urbanas, principalmente na Alemanha, ainda tão tolerante nas autoestradas, a sua vulgaridade chega a impressionar. Toda a gente cumpre e a distração é penalizada gradativamente. Por exemplo, 6 km/h acima dos 50 custam 10 euros!
Estes radares foram instalados, antes de mais, para terem um efeito dissuasor. Por isso, estão sinalizados, e bem sinalizados. E é neste particular que, entre nós, as coisas deixam muito a desejar.
Os mais recentes, instalados, por exemplo, na zona de Lisboa, na A5 e na Marginal, estão sinalizados apenas por avisos verticais, do lado direito na via. Não é ilegal, claro, a sinalização horizontal representava outro tipo de investimento, mas, numa estrada de três vias, e quando está em causa uma informação que se pretende dissuasora, qual o motivo de não haver também sinal à esquerda? Parece óbvio numa autoestrada com três vias e não seria solução inédita, nem sequer na A5! Era o mais lógico – e não venham falar-nos na questão dos custos quando temos tantos exemplos de sinalização exagerada e, ainda não há muito, nem tínhamos cobrado aos instaladores dos radares o incumprimento das datas para a sua entrada em funcionamento. Uns milhares por dia de multa e muitos dias de atraso.

Alguns dos mais antigos radares fixos de Lisboa, esses dotados de aviso suspenso a meio da via (…),configuram descuido inadmissí­vel e desrespeito pelo automobilista.

Ora custava quase nada instalar sinalização avisadora do lado esquerda da A5, sobre a divisória de cimento, como acontece na recta de Monsanto, com as placas de limitação de velocidade. Voltando aos exemplo no estrangeiro, os alemães é o que fazem regularmente, como os nossos vizinhos espanhóis.
E para admitir que há pessoas atentas, registe-se a originalidade da Avenida Marginal entre Lisboa e Cascais. Alguém reparou que, na curva à direita em frente à praia do Saisa, depois do aviso de radar, fora instalado um sinal para anunciar o limite de 50 km/h que era irregular, nas cores e no grafismo e a situação já foi corrigida!


Mas há outras situações a corrigir. Alguns dos mais antigos radares fixos de Lisboa, esses dotados de aviso suspenso a meio da via, como acontece na Avenida Gago Coutinho e na Marechal Avenida Gomes da Costa, configuram descuido inadmissível e desrespeito pelo automobilista. A ramagem das árvores foi crescendo e, pura e simplesmente, “esconde-os” para alguns automobilistas! Será que ninguém repara? Negligência ou burocracia?
É claro que os lisboetas sabem onde estão os radares. É claro que todos sabem também que o limite nas cidades, na maioria das zonas, é de 50 km/h. Mas por alguma razão se gastou dinheiro, e não foi pouco, na instalação destas estruturas. Por alguma razão se apostou no seu efeito dissuasor. Por isso, urge intervir para para corrigir o que obviamente está mal?
De outra forma, somos levados a pensar que esta é matéria que não dá votos e, provavelmente, valerá o descuido em faturação.