O novo Audi A8 é um daqueles carros de que há muito pouco a dizer. Por uma razão simples, a sofisticação é tanta que uma descrição exaustiva teria de ser longa e cansativa, mesmo que interessante. Está num patamar ao alcance de muito poucos, ainda nem há preços mas vai custar, no mínimo, cerca de 119 mil euros, um preço, digamos para simplificar as coisas, a significar um daqueles automóveis dos quais, pura e simplesmente, pode dizer-se ter tudo em matéria de luxo, conforto, tecnologia a capacidade.
Aquilo que mais impressiona é a ideia de que precisamos de um curso para operar tudo quanto nos é disponibilizado nos ecrãs tácteis (desapareceu o comando rotativo MMI), da informação às facilidades de condução, sem esquecer os ajustes de personalização. E o plural nos ecrãs está certo, porque também atrás, no apoio de braços central, existe um pequeno ecrã tátil, destacável do encaixe, que, além de permitir as regulações dos bancos, do ar condicionado e a programação da navegação, por exemplo, até como telemóvel pode ser utilizado. Como se compreende, este também é um automóvel para quem pode ter um motorista…

O A8 transporta-nos para uma realidade em que, apesar de ser tudo muito intuitivo, somos levados a pensar na necessidade de um curso para dominar tantas funções

Obviamente com um grande e-cockpit e um ecrã de 10,1 polegadas a dominar o tablier, o posto de condução do A8 transporta-nos para uma realidade em que, apesar de ser tudo muito intuitivo, somos lavados a pensar na necessidade de fazer um curso para dominar tantas funções e usar na plenitude um daqueles automóveis que só não faz mais de forma autónoma porque a legislação o não permite.

O pacote relax permite estender as pernas e acrescenta aquecimento e massagens nos pés

Autónomo… só onde pode ser
O A8 é o primeiro do mercado preparado para o chamado nível 3 da condução autónoma, o que o deixa dono e senhor das coisas, até uma velocidade de 60 km/h, em estrada com várias faixas de rodagem e um rail central. Para cá, não conta e o sistema nem está disponível. Mas, é claro, tem um super assistente de manutenção na faixa de rodagem entre 40 sistemas de assistência à condução que passam pela monitorização de 24 sensores, radares, câmaras e até um scanner de tecnologia laser.
Com o “adaptative cruise assist” o A8 “trata” dele… Pára, arranca, segue o fluxo do trânsito com toda a segurança. Nada que afinal já surpreenda, a exemplo do sistema de estacionamento autónomo, em paralelo ou perpendicular, comandável através do smartphone. Ajuda, especialmente, naquelas lugares mais estreitos em que, com um carro destas dimensões custa abrir as portas…
Há mais, é claro, como a chamada tecnologia “mild-Hybrid”, conseguida através da montagem de um alternador (BAS – Belt Altenator Starter) e de uma bateria de iões de lítio com 10 Ah de capacidade, conjunto que permite “velejar” durante 40 segundos com emissões zero entre os 55 e os 160 km/h! Para isso, foi instalado um novo sistema elétrico de 48 Volts.
Este sistema alimenta ainda a suspensão ativa (eletromecânica) do A8, a qual, além do que representa em termos de eficácia (baixa 2 cm a partir dos 120 km/h), contribui para a segurança passiva com a sua capacidade para se elevar 8 cm em meio segundo na iminência de um impacto lateral a velocidade superior a 25 km/h. Os efeitos do possível acidente são assim reduzidos em cerca de 50 por cento.

Quatro rodas a virar
Como sempre, o A8 recorre ao sistema de tração quattro e o chassis não dispensa a eletrónica para transmitir informações à suspensão, ao diferencial desportivo e ao eixo traseiro direcional. Este, a baixa velocidade, vira as rodas na direção oposta à ordem do volante pra facilitar a manobrabilidade; a média e alta velocidade via 2 graus na mesma direção das rodas dianteiras.

A partir de agora, os Audi vão ostentar dois dígitos que identificam a potência na oferta da gama

O novo Audi A8 vai surgir, no início de 2018, com dois motores V6 Turbo, o diesel 3.0 50 TDI (286 cv) e o 3.0 55 TFSI (340 cv) a gasolina. Ambos estreiam as novas designações da Audi em que dois dígitos situam o modelo na gama em termos de potência. Em 2018 a oferta será alargada e integrará também uma variante plug-in hybrid.
Autêntico mar de espaço, como se exige, excelente quadro de requinte e conforto com níveis superiores de qualidade, nos materiais e ao nível dos acabamentos, o A8 mede 5,17 metros de comprimento e tem uma versão longa com mais 13 cm, conseguidos através do aumento da distância entre eixos. Em termos de estilo mantém uma filosofia de formas à altura do que se espera do porta-estandarte da Audi, garantindo a imagem poderosa e estatutária que sempre o distinguiu.

Loading the player...