Um preço de arromba até ao fim do ano (18 150 euros), uma campanha financeira tentadora (16 980 euros), depois de tudo isto ainda um valor final muito competitivo (20 150 euros), atendendo ao equipamento proposto – é assim que chega a Portugal, em Novembro mas já sob encomenda, o Hyundai Kauai, promessa de se tornar um caso sério na oferta do construtor sul-coreano, uma verdadeira jóia.
Estamos a falar de um SUV do segmento B, com 4,16 metros de comprimento, motorizado pelo três cilindros 1.0 a gasolina de 120 cv de potência, um daqueles propulsores criados para enfrentar a “febre” do diesel, a pensar naqueles automobilistas, e são cada vez mais, que começaram a fazer contas e temem pelo futuro dos pequenos a motores a gasóleo.
O Kauai, o tal que teve de mudar de nome em Portugal, está à altura da expectativa gerada quando da sua apresentação estática. Peter Schreyer tinha dado o toque de Midas num carro da Hyundai (depois de o fazer na Kia…) levando-a à concretização de um SUV bem conseguido, vistoso e atrevido, claramente apontado para um público jovem. Estilo, esquipamento, espaço q.b., motorizações interessantes, nada parecia faltar.
Proporções equilibradas, formas conseguidas com o “dedo” de Peter Schcreyer, o Kauai parece uma jóia na gama Hyundai
Boa impressão
E, de facto, tudo isso resulta num automóvel que deixou boa impressão depois de uma primeira experiência ao volante. O 1.0 de 120 cv, honesto sem ser brilhante, empresta ao Kauai aquilo de que ele precisa para satisfazer. É claro que se ouve o motor, percebe-se que é um três cilindros, até pelas vibrações, ainda que poucas. Mas, não restam dúvidas, o carro mexe-se bem, pisa ainda melhor, curva sem queixumes nem grandes balanceamentos da carroçaria. Numa palavra – convence!
Os mais exigentes dirão que uma caixa de cinco velocidades permitiria outro brilhantismo, e é verdade que as prestações são vulgares. Talvez, mas, provavelmente, o consumo não andaria pelos 6,2 litros aos 100 que conseguimos nos arredores de Barcelona, sem grandes preocupações de poupar, com a transmissão de 6 velocidades. E este propulsor nem é dos mais brilhantes em matéria de consumos.

O Kauai mexe-se bem, pisa ainda melhor, curva sem queixumes nem grandes balanceamentos da carroçaria. Numa palavra – convence!

O 1.6, que pode ter tração integral e caixa automática (dupla embraiagem de 7 velocidades) e beneficia de uma suspensão multibraços atrás, é obviamente outra coisa. Também à volta de 9000 euros mais para pagar um SUV com outras capacidades e capaz de utilização diversa para, por exemplo, aproveitar melhor os 17 centímetros de altura ao solo. Um pequeno percurso fora de estrada, sem grandes dificuldades além de alguma lama, provou aquilo que não surpreende. Normal!
Já agora, registe-se que o computador de bordo apontou a média de 9 litros aos 100 num percurso de montanha. Não é pouco…
Qualidade em bom nível
O Kauai, além de chamativo pelas linhas, tem um interior também ele agradável à vista. Aliás, o ambiente a bordo acentua a noção de qualidade percebida. Manda o plástico, é verdade, mas houve a preocupação de salvaguardar as zonas mais nobres do tablier com material de melhor qualidade, tirando-lhe alguma frieza. Os frisos em cor a combinar com a carroçaria contribuem para uma personalização que promove a empatia. A preocupação com a imagem está também patente nos bancos com costuras pespontadas, o que não é vulgar e valoriza muito o aspeto.
Grafismo sóbrio na instrumentação, ecrā de 5 a 8 polegadas do tipo flutuante, volante multifunções em pele (ajustável em altura e profundidade) com a zona normal da pega perfurada, ergonomia a dispensar críticas. Destaque, claro, para o “head-up-display” do tipo lâmina plástica que se eleva sobre o painel de instrumentos – é acionado num interruptor sob o volante e a informação (sinais, navegação e velocidade) ajustável no volante. Nem falta a pega para o pendura que tanto jeito dá mas tantos construtores resolveram dispensar. A posição de condução é confortável.
O espaço não põe problemas, a Hyundai aproveitou bem os 2,60 metros de distância entre eixos da plataforma, para já exclusiva do Kauai – é designada K2, deriva do Elantra e está preparada para receber a motorização elétrica que chegará em 2018 (o Kia Stonic tem outra base, a mesma do Rio e do I20).
A lotação é de cinco lugares, mas quatro passageiros viajam com outro nível de conforto, sem encolher as pernas e de costas direitas, pois há altura suficiente até ao tejadilho. A bagageira anda pela mediania, com os seus 361 litros de capacidade. Os bancos rebatem na proporção 60×40 e a capacidade máxima chega aos 1143 litros.
Em matéria de equipamento, a versão que estará à venda até ao final do ano, impressiona: falta a navegação e o detetor de ângulo morto, bem como o “head-up-display”, mas lá está o volante multifunções, ecrã de 6 polegadas compatível com Apple Car Play e Android Auto, chave inteligente e botão start/stop, sensores de luz, chuva e estacionamento, câmara traseira, vidros escurecidos atrás, ar condicionado automático e jantes de 18 polegadas.
Um pacote interessante e um preço de ataque para um SUV bem parecido e bem construído e merecedor de atenção!
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FICHA TÉCNICA
Hyundai Kauai 1.0 T-GDI
Motor: 3 cilindros, 998 cc, turbo, injeção
Potência: 120 cv/6000 rpm
Binário máximo: 172 Nm/1500-4000 rpm
Transmissão: manual de 6 velocidades
Aceleração 0-100: 12 s
Velocidade máxima: 185 km/h
Consumos: média – 5,3 L/100
Emissões CO2: 125 g/km
Bagageira: 341/1443 L
Preço: 18 150 euros (promoção até ao fim do ano; depois, desde 20 150 euros)
Hyundai Kauai 1.6 T-GDI
Motor: 1591 cc, turbo, injeção
Potência: 177 cv/5500 rpm
Binário máximo: 265 Nm/1500-4500 rpm
Transmissão: manual de 6 velocidades
Aceleração 0-100: 7,9 s
Velocidade máxima: 205 km/h
Consumos: média – 5,3 L/100
Emissões CO2: 153 g/km
Bagageira: 341/1443 L
Preço: 29 250 euros