É mesmo um grande automóvel. No tamanho e no espaço, na qualidade também. Refinado e carregado de tecnologia, o novo Volkswagen Touareg impressiona até quem não for fã destes enormes SUV topo de gama. Defeito maior é que muito do que tem a marcar diferença são extras… Provavelmente, bagatelas para quem pode ter um carro assim, o suprassumo do construtor. Vamos ver em meados de Junho, para começar com motor 3.0 V6 TDI de 286 cv. Ainda não há preço.

O Touareg da terceira geração (surgiu em 2002 e já vendeu um milhão de unidades), desenhado por um brasileiro (!) cresceu e está mais harmonioso, melhor proporcionado, menos marcial… Também revela um toque americanizado, resultante da profusão de cromados na grande grelha dominante, solução contrária ao que tem sido hábito no rosto de família. Os chineses também vão gostar e sabe-se o que pesam esses dois mercados e o que, por outras razões, importa recuperar em termos de imagem nos States. Mas este facto não lhe retira capacidades na Europa. Além da presença majestática, com adeptos por todo o lado, tem muito daquilo que por aqui mais se aprecia e pelo qual se faz pagar…

Para fazer andar este peso-pesado, são 1995 kg na balança, o 3.0 V6 TDI com 286 cv e caixa automática de oito velocidades tiptronic, uma vez que a DSG não suporta o binário de 600 Nm,  valor respeitável ao dispor num grande SUV com prestações à altura: 6,1 segundos de 0 a 100 e velocidade máxima de 235 km/h

Com 4,878 m de comprimento (+7,7 cm), 1,984 m de largura (+4,4 cm) e 1,702 m de altura (-7 mm), o Touareg, mais leve 106 kg e mais rígido, partilha a plataforma MLB, a mesma do Porsche Cayenne e do Audi Q7, os outros gigantes do grupo. Como eles, tem tração integral permanente (sistema 4Motion capaz de repartir o binário engtre os máximos de 70% à frente e 80% atrás) mas, entre as opções, estreia argumentos importantes como a suspensão pneumática, as quatro rodas direcionais e não dispensa um sistema antirrolamento da carroçaria, agora eletromecânico (eAWS). E, sem surpresa, passa a contar, gtambém nos opcionais, com luzes inteligentes, noutro desenvolvimento das maravilhas dos LED.

A novidade do Innovision Cockpit

Um das grandes novidades reside, no entanto, no chamado Innovision Cockpit, o qual combina o painel digital já conhecido com um grande ecrã de 15 polegadas, orientado para o condutor, num conjunto ao estilo de peça única. É o desenvolvimento de um conceito que a Mercedes tem promovido (já chegou ao Classe A) e parece para ficar, o qual não apenas transfigura a imagem tradicional do tablier como altera radicalmente a relação do condutor com o controlo das funções que tem ao dispor. Tátil, com funções de arrasto como num computador, ampliação ao estilo do smartphone, sensível ao gesto e personalizável integra a maioria dos comandos e deixa muito pouco “de fora”. Permite combinar vários ecrãs ou estender a informação a toda a largura, ter como que uma barra de favoritos e, pensado por uma mulher, inclui até uma função que permite limpar as dedadas… Falta saber, neste caso como nos outros, até que ponto não é motivo suplementar de distração quando temos informações ou comandos das 19 funções geríveis por toque.

E não é tudo, pois neste verdadeiro banho de informação digital ainda temos de contar com o Head-up Display, projetado diretamente no para-brisas, outro ecrã virtual, este com quase 22×9 cm, onde temos, designadamente, as setas da navegação, cruise control e limite de velocidade.

Parece não haver olhos nem atenção que cheguem para tanta coisa e ainda conduzir, mas pode haver sempre a ajuda do Lane assist que, segundo a nossa cronometragem, toma conta do Touareg com toada a segurança durante 15 segundos antes de nos pedir para não esquecermos o volante… É de série, como o Front Assist.

No capítulo das ajudas à condução, panóplia riquíssima, nada de verdadeiramente novo ou que surpreenda, mas registe-se que o Touareg também se imobiliza na berma se o condutor tiver perdido a capacidade de dominar o automóvel e o Cruise-Control Activo tem função Stop and Go em situações de congestionamento: pára e arranca quando é preciso!

Muito espaço e conforto

Então, e o automóvel? Pois bem, confortável, espaçoso, bagageira impressionante (810 litros!) e uma modularidade de se lhe tirar o chapéu. O banco traseiro, tripartido tem movimento longitudinal (16 cm), há três regulações para a inclinação do recosto, e só falta que o banco do passageiro rebata para a frente para ser o máximo. Era impossível, já que se perderiam os excelentes bancos com massagem, também eles, claro, uma opção. Mas era da mala que falávamos e importa dizer que, quando há suspensão pneumática, o plano de carga, que está a 80 cm do solo, pode descer 4 cm para tornar as coisas mais fáceis: basta carregar no botão…

O ambiente a bordo, naturalmente marcado pelo Innovision Cockpit – custará 2200 euros e é o único preço conhecido – prima pela qualidade e a construção está ao nível de um topo de gama. Os acabamentos são vários, podem incluir madeira ou alumínio e sempre muita pele nos modelos que pudemos ver das três versões a comercializar: Atmosphere, Elegance e o desportivo R Line. Não demos pela existência de qualquer versão com instrumentos analógicos.

A posição de condução é boa, todas as regulações, volante incluído, são elétricas. O acesso, claro, obriga a subir um degrau altinho, pois a distância ao solo é considerável. Natural.

Para fazer andar este verdadeiro peso-pesado, são 1995 kg na balança, o 3.0 V6 TDI com 286 cv e uma caixa automática de oito velocidades tiptronic, uma vez que a DSG não suporta um binário de 600 Nm, o valor respeitável posto ao dispor de um grande SUV com prestações à altura: 6,1 segundos de 0 a 100 e velocidade máxima de 235 km/h ou 238 com suspensão pneumática.

Na prática, e conduzimos automóveis superequipados, o Touareg deixa boa imagem, impressiona sempre a facilidade com que a potência se exprime e a facilidade com que se domina tanta força até aos limites impostos pela física que, nestes casos, mesmo com toda a eletrónica, podem ser postos em causa à mínima distração. É que facilmente vamos (muito) mais depressa do que parece.

Com direção e travões “adaptados” ao seu peso,  o grande SUV da VW propõe cinco modos de condução, aos quais se tem acesso através do grande ecrã: Eco, Comfort, Normal, Sport e Individual, os quais gerem a resposta nos parâmetros habituais.

Off-road pack mantém-se

Quem optar pelo Off-road Pack tem outras cinco opções: Neve,  Auto, Areia, Cascalho e Expert (parâmetros individualizáveis). Esta solução implica proteções reforçadas e alargadas à parte inferior, ao radiador e à bateria, novos elementos aerodinâmicos e um depósito de combustível maior (90 litros em vez de 70).

A título de curiosidade, uma nota sobre os consumos: 9,1 num percurso com autoestrada e muita montanha; 6,4 em estrada plana com o cruise control activo a respeitar sinalização de velocidade entre os 100 e os 30 km/h. Dificilmente será assim no quotidiano. A marca anuncia uma média de 6.9 litros aos 100.

O novo Touareg chega em meados de Junho, com o V6 3.0 TDI de 286 cv. No Outono, chegará uma opção apetecível em Portugal, a mesma motorização na versão de 231 cv, com preço mais acessível. A cereja no topo do bolo fica para 2019, o V8 4.0 com 340 cv. É possível que venha ser comercializado na Europa o Hibrido Plug-in já lançado no mercado chinês.

Os extras da diferença

Para todos as opções há três opções de que importa dar alguns pormenores:

Suspensão pneumática. É a quarta geração do sistema e permite gerir quatro alturas de distância ao solo num curso de 8,5 cm. Nos modos normal e conforto assume a regulação normal, no todo o terreno sobe 2,5 cm e quando a velocidade passa dos 120 baixa, automaticamente, entre 1,5 e 2,5  para melhorar a eficiência. A função Loading, acionável num interruptor na mala, baixa 4 cm suplementares para facilitar as operações de carga.

Quatro rodas direcionais. Para melhorar a manobrabilidade, até aos 37 km/h vira as rodas traseiras em sentido contrário; o efeito permite reduzir num metro o diâmetro de viragem (12,19 para 11,19 metros). Acima desta velocidade as rodas viram todas no mesmo sentido, com efeitos na facilidade de condução, estabilizando trajetórias, designadamente nas ultrapassagens e manobras evasivas.

Luzes I.Q. – LED matrix. Mais um sistema inteligente, este desenvolvido em parceria com a Hella. Recorre a 128 LED por cada óptica e permite uma gestão eficiente e segura dos máximos e das luzes em curva e até em situações de todo o terreno. Contempla uma câmara de infravermelhos para detetar pessoas ou animais, os quais vemos ao estilo de sombra térmica em imagem a preto e branco no painel de instrumentos.

É assim que a Volkswagen está a promover a terceira geração do Touareg

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