Está de volta o Alpine e o novíssimo A110 ja é um êxito em Portugal, onde vão ficar muito mais unidades do que seria de esperar da Premiére Edition, limitada a 1955 automóveis especiais e, claro, numerados. Os franceses não querem dizer quantos são e defendem-se dizendo que isso não é política da marca… Para comprar, só em Lisboa, em stand próprio no espaço da Renault Chelas.

Os primeiros Alpine A110, que custam 66 mil euros, começaram a ser entregues e se a Premiére Edition superou as expetativas comerciais, o que se segue, as versões Pure e Legend não ficam atrás em interesse junto do público. As encomendas são muitas e, pelo que percebemos, superam mesmo as da valiosa edição limitada, isto mesmo sem haver ainda preço definido (em França, poderão começar na casa dos 54 mil euros).

O A110 (…) consegue prestações que prometem muita emoção, especialmente os 4,5 segundos na aceleração 0-100, com ajuda de um sistema de “launch control”. A velocidade máxima está limitada eletronicamente a 250 km/h

A razão de serem 1955 as unidades de lançamento evoca o ano de formação da Societé des Automobiles Alpine, que, entretanto se juntou ao universo Renault, mantendo fábrica em Dieppe. O regresso faz-se através de outro pormenor histórico: A110 era a designação da famosa berlineta, um caso sério nos ralis, campeã do mundo em 1973, quando Jean-Pierre Nicolas levou um dos bólides azuis à vitória no Rali TAP, repetindo o êxito de Jean-Luc Thérier dois anos antes.

Tal como então, o A110 tem um motor 1.8, agora sobrealimentado e a debitar 252 cv. A potência não surpreende, mas como o peso está reduzido a 1080 quilos, o Alpine consegue prestações que prometem muita emoção, especialmente os 4,5 segundos na aceleração 0-100, com ajuda de um sistema de “launch control”. A velocidade máxima está limitada a 250 km/h.

Muito alumínio na construção

Chassis em alumínio, metal utilizado também em várias partes da carroçaria, o A110 tem uma distribuição de peso equilibrada (44:56%), para o que contribui a colocação do motor em posição central e o depósito de combustível logo atrás do eixo dianteiro. A tração continua a ser traseira e os 320 Nm de binário são “geridos” por uma caixa automática de dupla embraiagem com sete velocidades (Getrag), que pode ser comandada manualmente apenas através de patilhas no volante. O modo automático, diz a marca, assegura uma condução fácil.

Suspensões de triângulos duplos e travões desenvolvidos pela Brembo (podem chegar a discos de 320 mm com quatro pistões à frente) juntam-se à receita que pode igualmente contemplar um sistema de escape capaz de emprestar outra “música” ao motor. A versão especial tem jantes de 18 polegadas, nas outras haverá também a medida abaixo.

O desportivo propõe três modos de condução – Normal, Sport e Pista –, os quais conferem os parâmetros adequados à assistência da direção, resposta do acelerador e da caixa e velocidades e ainda atuam sobre o timing de intervenção do sistema de controlo de estabilidade. No modo de Pista, o ESP pode ser desativado. As diferentes escolhas refletem-se no informação no ecrã digital de dez polegadas que domina o tablier e mesmo no aspeto do painel de instrumentos. Conta rotações e informação sobre a gestão da caixa assumem maior relevo nos modos Sport e Pista.

A Alpine anuncia que o A110, devido à sua construção, é capaz de resultados bem interessantes em matéria de consumos, expressos numa média de 6,2 litros aso 100 e nas emissões de 141 g/km de CO2.

Imagem recupera estilo da berlineta

Assumidamente inspirado na berlineta – luzes duplas na dianteira, capô, flancos e até a traseira não enganam – o novo coupé de dois lugares foi desenhado por uma equipa liderada pelo francês Antony Vilan que conseguiu apurar uma silhueta muito limpa para um desportivo compacto, conseguido nas formas e com postura convincente. Além disso, a equipa de design concretizou um resultado aerodinâmico que dispensou a inclusão de um defletor aerodinâmico na traseira. As entradas de ar dianteiras criam uma cortina à volta das rodas e geram um fluxo de para o arrefecimento do motor e reduzem a resistência.

O carro conta com dois espaços para transporte de bagagem, um compartimento à frente, com 96 litros de capacidade (suficiente para dois tróleis lado a lado), e um pequeno compartimento atrás onde, segundo a marca, cabem um saco e dois capacetes…

Na segunda metade deste ano, uma versão de competição designada GT4, desenvolvida em colaboração com a Signatech, vai começar a surgir nas pistas, preparando uma presença na próxima temporada. O motor é o mesmo, as diferenças serão muitas…

Recorde-se que a Alpine descontinuou a produção do A610 em 1995, ressurgiu em 2012 com o anúncio do novo projeto, mostrou um concept de competição em 2015, nas 24 Horas de Le Mans e, em 2016, apresentou o Alpine Vision show-car. No ano passado, o A110 já foi visto no Salão de Genève.

No famoso Col de Turini, troço fechado, com Nicolas Lapierre ao volante, “anda” assim o Alpine A110

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