Vizor, um novo rosto com grelha sempre fechada (Foto Opel Media)

Postura de pisar afirmativo (Foto Opel Media)

Tejadilho flutuante continua a ser imagem de marca (Foto Opel Media)

Traseira muito limpa e robusta (Foto Opel Media)

Digitalização num painel que parece contínuo e orientado para o condutor (Foto Opel Media)

Informação com grafismo de leitura simples no chamado Pure Panel (Foto Opel Media)

Consola simples e tudo fácil de operar (Foto Opel Media)

Ar condicionado fora do ecrã e espaço para o telemóvel (Foto Opel Media)

Iluminação LED alargada a toda a gama (Foto Opel Media)

Identificação "e" muito discreta na traseira (Foto Opel Media)

Logótipo redesenhado para novo rosto (Foto Opel Media)

Jantes em liga vão das 16 às 18 polegadas (Foto Opel Media)

Bem recheado o compartimento motor da versão elétrica (Foto Opel Media)

Baterias de iões e lítio sob o pavimento (Foto Opel Media)

A experiência foi curta. Mas deu para reconhecer no novo Opel Mokka o produto à altura da imagem revolucionada. A versão elétrica é conseguida pelo equilíbrio dinâmico e a agradabilidade de condução. O tricilíndrico 1.2 Turbo de 130 cv e caixa automática, aquilo que se espera, com a diferença do toque alemão.

Comecei a experiência ao volante do elétrico. Ainda não consigo deixar de sorrir. Não serve para mim, desde logo pela logística que implica, pouco acessível para um lisboeta sem garagem, e as limitações que vão contra a minha ideia do automóvel. Mas a verdade é que reconheço cada vez mais virtudes no princípio e rendo-me a algumas evidências.

É do produto, porém, que aqui se trata… e este Mokka-e, assente na plataforma modular nascida no grupo PSA, agora Stellanis, revela-se muito agradável de guiar. Posição de condução cómoda e ligeiramente elevada, boa visibilidade, pareceu-me suficientemente contido no modo Eco, que limita a potência a 82 cv e o binário a 180 Nm. É a fórmula para gastar o mínimo. Claro que é outra coisa no modo Normal (100 cv/200 Nm) e muito diferente em Sport (136cv/220 Nm) e a capacidade para acelerar de 0 a 100 em 9,1 segundos, atingir os 150 km/h e… ver a carga a “fugir” mais depressa.

Estas são duas soluções para quem quer um Mokka, aqui as opções elétrico e gasolina, mas ainda sobra a motorização Diesel, tudo num SUV transfigurado, com bom preço e agora Classe 1 nas autoestradas

Sempre equilibrado, suspensão com aquele tratamento alemão, resposta seca, firmeza e razoável nível de conforto, em modo Sport o Mokka-e curva com assertividade e nem deixa que o peso se sinta como obstáculo a uma desenvoltura assinalável, “abrilhantada” pelo binário instantâneo. Bem mandado, ágil, direção na medida certa, chega a ser divertido.

Consumo prometedor no elétrico

Um elétrico não é exatamente para isto e  daí que, num combinado dos três modos, 17% da carga da bateria tenha desaparecido em 46 km com um consumo de 17,3 kW/h, abaixo do mínimo anunciado (17,4/18 kW/h). Fazendo as contas dá 270 quilómetros de autonomia. Razoável (e prometedor) face aos 313/324 anunciados para o ciclo WLTP, até porque na autoestrada rolei mesmo a 120.

A opção elétrica rouba 40 litros à bagageira (310 litros). Claro, devido à bateria (iões de lítio) de 50 kW/h, a qual carrega em 5,15 horas numa wallbox (11kW); a carga rápida para 80% da capacidade num posto de 100 kW anda pela meia-hora.

O menino bonito da opção gasolina

A opção térmica é o menino bonito da motorização a gasolina de 130 cv e caixa automática de oito velocidades. Combina muito bem com o Mokka, pareceu-me foi que o motor, a baixo regime, é mais audível do que nos Peugeot. Mais leve do que o elétrico (-303 kg), naturalmente mais solto, a diferença no binário (230 Nm/1 750 rpm) acaba por sentir-se pouco, pois a caixa da Aisin gere sem constrangimentos as oito velocidades e a entrega da potência. As limitações são as conhecidas em modo manual, através das patilhas no volante, que não representa um modelo de rapidez. Os modos de condução são três igualmente.

Guiei-o sob verdadeiro dilúvio em Lisboa, mas não tenho dúvidas de que é suficientemente despachado (9,2 s de 0 a 100). E face às limitações meteorológicas, pareceu também ágil, e atrevido a curvar até por ficar a ideia de resistir muito bem ao adornamento da carroçaria que a altura pode sugerir. O consumo registado no computador de bordo foi de 7,7 litros aos 100. Boa afinação, bem sucedida combinação entre eficácia e conforto. Bem feito.

Estilo tentador

Inovador no estilo, jovem, propensão desportiva, tejadilho flutuante como se tornou comum na Opel, o novo Mokka é marcado pela dianteira, uma solução batizada Vizor, em termos simples uma grelha fechada, como é comum nos elétricos, mas neste caso interpretada como superfície continua que integra os faróis (exclusivamente em LED). Solução muito vistosa, resulta particularmente bem nos modelos bitom em que o negro da grelha se projeta no capô, conferindo ao SUV alemão uma imagem personalizada e original.

Perfil musculado através de formas fluidas, o Mokka tem uma traseira muito limpa e que parece o remate certo para marcar imagem muito compacta e transmite a ideia de automóvel particularmente robusto. Para isso, contribuem as rodas bem puxadas aos extremos a sugerir o pisar afirmativo confirmado ao volante.

Ambiente interessante

O interior é outro sinal para o futuro da marca alemã. Depois do Vizor é o Pure Panel, a digitalização do painel de instrumentos através de dois ecrãs que podem chegar às 22 polegadas (12”+10”), nas versões mais equipadas. Os modelos de entrada perdem essa dimensão para a divulgação dos dados, reduzida a 14 polegadas (7”+7”).

O efeito visual do Pure Panel é marcante e foi muito bem “encaixado” numa imagem geral de modernidade, conseguida com um design em que o rigor alemão se refresca sem perder aquela sobriedade muito própria. Como seria de esperar, botões e interruptores foram reduzidos ao mínimo, salvaguardo o lado prático com os comandos físicos para o ar condicionado. O nível de qualidade percebida é assinalável.

Mais pequeno do que o modelo anterior (tem 4,15 metros, menos 12,5 cm), o novo Mokka tem um habitáculo generoso em termos de espaço, mesmo sem surpreender. A lotação é para cinco, o conforto para quatro. E quem se senta atrás não vai deixar de notar a inclinação do tejadilho, sobretudo no acesso e na saída.

A bagageira não saiu penalizada (excepção feita à versão elétrica) pelas dimensões mais reduzidas, mantendo os 350 litros de capacidade e um fundo amovível que pode facilitar a arrumação.

Estas são duas soluções para quem quer um Mokka, aqui as opções elétrico e gasolina, mas ainda sobra a motorização Diesel, tudo num SUV transfigurado, com bom preço e agora Classe 1 nas autoestradas.

FICHAS TÉCNICAS

Opel Mokka-e

Motor: imã permanente, síncrono

Potência: 136 cv

Binário máximo: 260 Nm

Transmissão: velocidade única

Aceleração 0-100: 9,1 s

Velocidade máxima: 150 Km/h (limitados)

Bateria: 50 kw/h, iões de lítio

Consumo: 18 – 17,4 kW/h

Emissões CO2: 0

Autonomia: 313-324 km (WLTP)

Tempo de carga: 5,15 horas com wallbox (CA trifásico) a 11 kW

Dimensões: (C/L(A) – 4 151/1 791/1 532 mm

Peso: 1 598 kg (incluindo condutor)

Bagageira: 310/1 060 litros

Preço:  42 100€, versão Ultimate; desde 36 100€

 

Opel Mokka 1,2 Turbo AT8 130 cv

Motor: 1 199 cc, três cilindros, injeção direta, turbo, start/stop

Potência: 130 cv/5 500 rpm

Binário máximo: 230 Nm/1 750 rpm

Transmissão: caixa automática de oito velocidades, QuickShift

Aceleração 0-100: 9,2 s

Velocidade máxima: 200 km/h

Consumos: misto – 4,9 litros 100 (WLTP)

Emissões CO2: 137 – 133 g/km (WLTP)

Dimensões: (C/L(A) – 4 151/1 791/1 531 mm

Peso: 1 295 kg (incluindo condutor)

Bagageira: 350/1 105 litros

Preço: 27 600€, versão GS Line; desde 21 100€