Robusto, dianteira autoritária, um SUV com a virtude da diferença (Foto Newsroom Nissan)

Boas proporções, modernidade e um pisar convincente (Foto Newsroom Nissan)

Traseira simples não dispensa o friso luminoso de ponta a ponta (Foto Newsroom Nissan)

Minimalista, simples e sóbrio, bem construído (Foto Newsroom Nissan)

Fio dourado ao longo do tabliler aumenta sensação de espaço (Foto Newsroom Nissan)

Infoentretenimento oferece informação suficiente (Foto Newsroom Nissan)

Um botão físico e a háptica a ganhar expressão (Foto Newsroom Nissan)

Consola simples associada a apoio de braços com carregador wireless (Foto Newsroom Nissan)

Acabamento com decoração invulgar nas portas (Foto Newsroom Nissan)

... E a mesma solução na divisória do compartimento motor (Foto Newsroom Nissan)

Habitailidade notável no banco traseiro (Foto Newsroom Nissan)

Bagageira vulgar (468 litros) com acesso alto (Foto Newsroom Nissan)

Atenção ao pormenor na decoração da dianteira (Foto Newsroom Nissan)

Jantes em liga de 19 polegadas com preocupações aerodinâmicas (Foto Newsroom Nissan)

Designação do modelo em relevo no portão (Foto Newsroom Nissan)

Tem um ar marcial, tipo alta patente e dimensão considerável o Nissan Ariya, SUV que alarga a gama dos 100 por cento elétricos da marca japonesa. Já chegou a Portugal, guiei a versão mais barata (49 200€), com uma bateria de 63 kWh, e confirmei aquilo que é de esperar: a marca está à vontade com a solução. De todo o modo, esperava outros consumos e mais autonomia.

Imagem de força e robustez pouco comum num automóvel com formas que não escondem a origem, o Aryia é um SUV com ares de coupé de quatro portas, solução bem vincada pelo friso cromado que  acompanha  a superfície vidrada e o tejadilho numa arco elegante até à base do óculo traseiro. Cintura alta, painéis simpless, grandes jantes bem dimensionadas é original e modernaço, agressivo também pela ousada conceção da dianteira que defende bem a ausência de grelha. A virtude da diferença.

O interior é um mar de espaço, no qual se desenvolve um exercício de minimalismo cuidado num quadro de modernidade que nem precisa de recorrer a exageros. Grande painel digital num tablier muito simples e bem conseguido, casando bons plásticos com madeira e um fio metálico dourado na grelha das saídas de ar, que lhe dá personalidade. Conseguido.

A experiência da Nissan nos elétricos é um dos argumentos favor do Ariya, um bom produto que só deixa a desejar em matéria de consumos e autonomia. Tem uma bagageira mais pequena do que a concorrência e um preço amenizado pelo equipamento

Os únicos pormenores menos comuns são, antes de mais, a consola que deixa um grande vão entre os bancos e sob o tablier (nas versões mais equipadas pode avançar eletricamente) e que integra um apoio de braços sob o qual só há espaço para o carregador wireless (!); o outro, muito oriental, a iluminação sob o rendilhado que parece um naperon nas portas e na “parede” do compartimento motor… Esquisito.

Assinatura luminosa interessante (Foto Newsroom Nissan)

Minimalismo, muito espaço, bagageira pequena

Bons bancos, posição de condução a convidar a elevar o assento, dada a altura do capô, um volante multifunções bem dimensionado e, enfim, o minimalismo que nos deixa apenas dois botões físico, a ignição e outro, a meio do tablier (desliga  e regula o volume do rádio) e nos remete para uma série de comandos táteis que nos vamos habituando. É a háptica a ganhar cada vez mais expressão…

Quanto a espaço, beneficiando do fundo plano e da simpática distância entre eixos (2,775 m) temos habitabilidade em alta e acesso fácil, até pelas grande dimensão das portas. Já a bagageira paga os custos habituais num elétrico em capacidade, 468 litros (tem dois práticos alçapões, um deles para os cabos de carga) e na altura do plano de acesso. Há melhor.

Tração dianteira, o Ariya tem uma bateria com 63 kWh de carga útil (montada entre os eixos) e um motor que debita 218 cv e 300 Nm e binário, o que lhe assegura resposta adequada à aceleração num automóvel deste tipo. Os valores da aceleração ajudam a esclarecer: 7,5 segundos de 0 a 100. A velocidade máxima fica-se pelos 160 km/h. E são 1 914 quilos de peso.

Os modos de condução são três: Standard (acionado por defeito), Eco e Sport. Não falta o reforço da regeneração no seletor de modos nem o e-pedal, acionável na consola, sistema que, neste caso, não leva à imobilização do veículo e pede sempre a intervenção dos travões. A sua efetividade continua ser notória (bate a função B da transmissão) e chega a poder-se regenerar energia sem ser apenas através da desaceleração.

Agradável de guiar, com uma direção de compromisso adequado, suspensão equilibrando bem conforto e eficácia o Aryia não deixa de fazer sentir a influência sua altura (1,66 m) em curva, mas apresenta comportamento previsível.

Com 4,595 m – tem mais 17 cm do que um Qashqai! – revela agilidade suficiente, mais notada sobretudo em cidade, como é normal. Uma nota para a qualidade da insonorização, credora de elogio mesmo tratando-se de um elétrico.

Estradista com 300 km de autonomia

Filosofia de estradista, despachado e veloz quanto baste para um elétrico, o Aryia só não me convenceu em matéria de consumos. Num percurso misto, mas marcado essencialmente por via rápida e auto-estrada (cruise control nos 120 km/h), consegui 19,5 kWh de média (a promessa são 17,6 kWh), o que deu para 280,1 km e deixou a bateria com seis por cento da carga e mais 21 km de autonomia prometida. Portanto 301 km, quando a bateria a 100 por cento prometia 392. A marca anuncia 403 combinados. Com mais utilização em cidade, seria, por certo, diferente.

No que respeita ao carregamento, numa ficha normal são precisas 9h48m e uma carga rápida, dos 20 aos 80%, faz-se em 35 minutos. Com uma walbox  de 22 kwh necessita de três horas e meia para chegar ao pleno se tiver ainda 10% de carga.

Em termos de equipamento o Advance, versão de entrada, contempla, ar condicionado bizona e ventilação atrás, estofos mistos em pele sintética e tecido, bancos dianteiros com regulação elétrica e aquecidos, volante aquecido em pele, carregador wireless e compatibilidade  Apple CarPlay e Android Auto sem fios, sistema de navegação e cockpit digital, Bluetooth, camâra de 360 graus, chave inteligente, compatibilidade com Alexa e Google Assistant, cruise control inteligente, faróis full LED inteligentes, reconhecimento de sinais de trânsito, deteção de ângulo morto e sistema interventivo de manutenção na faixa de rodagem, sistema automático anti-colisão frontral, travagem em marcha atrás com deteção de movimento, para-brisas aquecido, sensores de luz, chuva  e estacionamento, pro-pilot com navylink, sistema de som DAB com seis colunas, travão de mão elétrico (sob o tablier), portão da bagageira inteligente, vidros escurecidos atrás e jantes de 19 polegadas.

Registe que vai ter de aderir à Via Verde para pagar Classe 1 nas autoestradas…

A experiência da Nissan nos elétricos é um dos argumentos favor do Ariya, um bom produto que só deixa a desejar em matéria de consumos e autonomia. Tem uma bagageira mais pequena do que a concorrência e um preço amenizado pelo equipamento.

 

FICHA TÉCNICA

Nissan Ariya Advance 63 kWh

Motor: electromagnético AC

Potência: 218 cv

Binário: 300 Nm

Transmissão: velocidade única

Bateria: 63 kWh (úteis), iões de lítio

Autonomia: 360 km; combinada, 403 km

Carregador: 7,4 kWh (230 V)

Tempo de carga: ficha normal, 9h48m; carga rápida (20/80%), 35 m

Aceleração 0-100 km/h: 7,5 segundos

Velocidade máxima: 160 km/h

Consumo: 17,6 kWh

Emissões CO2: 0

Peso: 1 914 kg

Dimensões: c/l/a – 4,595/1,850/1,660 m

Bagageira: 468 litros

Preço: 49 200€