Aí está o Arona, o novo SUV da SEAT. Parecido com o Ateca, claro, facilmente identificável com o emblema espanhol, mas, sem dúvida, com identidade. E personalidade.
É mesmo um automóvel interessante, e com notas de estilo curiosas, sobretudo pelo perfil original marcado por um  friso de alumínio que percorre a base da grande superfície vidrada, apesar da cintura elevada, e termina, quase como chapa identificativa, na incrustação que “quebra” o largo pilar traseiro. Solução vistosa e mais interessante ainda na “obrigatória” opção bicolor que empresta imagem irreverente a um SUV feito à medida de um automobilista jovem, pelo menos aberto a formas menos conservadoras de estar na vida. Nada que surpreenda num SEAT. Como os outros plasmado em traços vincados e claramente definidos, sobriamente musculado para garantir o ar desportivo associado ao ADN da família.
Com mais 18 centímetros do que um Ibiza (4,138 m), construído sobre a mesma plataforma (MQB Ao), o Arona é uma proposta de razoável habitabilidade e o aumento das dimensões contribui, de forma decisiva, para um aspeto a reter: a mala de 400 litros, uma das melhores da oferta. Uma forma de marcar pontos num carro que se pretende versátil.
A solução bicolor torna o Arona mais irreverente. O tejadilho pode ser cinzento, preto, laranja ou na cor dominante do veículo, o que permite 68 combinações
Plástico omnipresente
No interior, o ambiente é importado do Ibiza, a exemplo do que sucede com Ateca e Leon. Os plásticos são omnipresentes. Excetuando o apoio de braço na porta (não há pega no tejadilho…), em borracha, e o pequeno apoio central, revestido a tecido, tudo o mais é plástico. Que podia ser melhor, designadamente ao nível da parte superior do tablier. Aqui, mesmo que encontremos material diferente e melhor, podia exigir-se mais. Mas não é por isso que a marca deixa de registar continuado sucesso nas vendas. Afinal, a montagem é irrepreensível e inspira confiança, no sentido em que não promete ruídos parasitas. A ver com o tempo.

O Arona é um SUV de empatia fácil (…) simpático por fora e por dentro. E mais ainda depois de conduzido!

A instrumentação é conhecida, o volante multifunções também, o ecrã de 8 polegadas, em posição central domina. Continua a ser unicamente de comando tátil, o que eu lamento, e tem uma lógica de utilização razoavelmente intuitiva, mas não automática. Os comandos são os bastantes e estendem-se a cinco interruptores na consola.
Passem os pormenores menos felizes, o Arona é um SUV de empatia fácil. Tanto pela imagem como pela “respiração” fácil a bordo de um habitáculo onde não falta luz e que oferece visibilidade além da habitual nas soluções deste estilo. É simpático por fora e por dentro… E mais ainda depois de conduzido!
Tecnologia em alta
Antes disso, importa referir a aposta da SEAT na conetividade, área de importância crescente. Para este nível da oferta, uma proposta convincente (AppleCar Play, Android Auto e Mirror Link) e com a promessa de estar para breve a chegada do sistema de voz Amazon Alexa, o qual facultará mais capacidades no plano dos comandos vocais. E, para breve, também, um painel digital, obviamente opção, mas novidade a este nível da oferta.
Quanto a tecnologia: assistência ao estacionamento, câmara traseira, deteção de veículos no ângulo morto, sistema de deteção de fadiga e proteção de peões, sensores de chuva e luz. No campo das funcionalidades, entrada e arranque sem chave, front assist, travagem multi-colisão, carregador de telemóvel por indução e amplificador GSM. Não faltam o stop&go, assistência ao arranque em subida, limitador de velocidade adaptativo, nem o Drive Mode, com a possibilidade de optar por quatro soluçōes, para regular a assistência da direção e a resposta do motor e da caixa de velocidades: Eco, normal, sport e individual. Os desportivos FR podem ser enriquecidos com a suspensão regulável.
Agradável compromisso
Com 19 centímetros de distância ao solo, o Arona ganha algumas capacidades, para sair do alcatrão. Jantes grandes (16, 17 e 18 polegadas), relativamente alto (1,543 m), pisa bem a estrada e revela um comportamento que só abona a imagem. Proporciona agradável compromisso entre a eficácia em curva e o conforto, na linha habitual das suspensões SEAT.
Ao volante de um 1.0 TSI de 115 cv com caixa DGS confirmámos isso mesmo. Desembaraço, maneabilidade, condução agradável, bom nível de insonorização e vibrações quase impercetíveis, tudo potenciado pelo conforto e a eficácia proporcionados pela caixa automática de dupla embraiagem do grupo VW. Os consumos variaram entre os 5,5, na autoestrada e os 6,4 em estrada de montanha.
Na fase de lançamento, com arranque em 6 de novembro, o Arona estará limitado às mtorizações a gasolina, o três cilindros 1.0 TSI nas versões de 95 e 115 cv, com caixa manual de cinco velocidades no 95 cv e transmissão manual de 6 velocidades e opção DSG de 7 velocidades, no mais potente. Disponível ainda o 1.5 de 150 cv, só com transmissão manual de 6 velocidades. Os níveis de equipamento são os habituais: Reference, Style, XCellence e FR, sendo que este estará apenas disponível para as duas ofertas mais potentes.
Em termos de preços, o mais barato 1.0 TSI de 95 cv custa 17 805 euros; a versão de 115 cv sobe para 20 420 ou 21 820 euros, consoante tenha ou não caixa DSG. OS FR implicam gastar 24 615 euros, se for o 1.0, ou 26 045 tratando-se do 1.5.
As  motorizações  diesel, com base no 1.6 TDI, também em versões de 95 ou 115 cv, estão previstas para o final do ano e ainda não há previsão de preços.
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FICHAS TÉCNICAS
1.0 TSI 95 cv
Motor: 3 cilindros, 999 cc, turbo, injeção direta
Potência: 95 cv/5000-5500 rpm
Binário máximo: 175 Nm/2000-3500 rpm
Transmissão: caixa manual de 5 velocidades
Aceleração 0-100: 11,6 s
Velocidade máxima: 173 km/h
Consumo: média – 4,9 L/100
Emissões de CO2: 112 g/km
Bagageira: 400 litros
Preço: desde 17 805 euros
1.0 TSI 115 cv
Motor: 3 cilindros, 999 cc, turbo, injeção direta
Potência: 115 cv/5000-5500 rpm
Binário máximo: 200 Nm/2000-3500 rpm
Transmissão: caixa manual de 6 velocidades ou DSG de 7
Aceleração 0-100: 9,8 s/10 s*
Velocidade máxima: 182 km/h
Consumo: média – 4,9/5; 5* L/100
Emissões de CO2: 114 g/km
Bagageira: 400 litros
Preço: desde 20 420 euros ou 21 820 com caixa DSG
*Valores com caixa DSG
1.5 TSI EVO 150 cv
Motor: 1498 cc, turbo, injeção direta
Potência: 150 cv/5000-6000 rpm
Binário máximo: 250 Nm/1500-3000 rpm
Transmissão: caixa manual de 6 velocidades
Aceleração 0-100: 8 s
Velocidade máxima: 205 km/h
Consumo: média – 5,1 L/100
Emissões de CO2: 118 g/km
Bagageira: 400 litros
Preço: desde 26 045 euros