À imagem do segmento, o SEAT Arona é um carro à medida dos jovens. Feito de frescura, simples por um lado, elaborado por outro resulta num compromisso interessante na versão a gasolina que recorre ao três cilindros 1.0 TSI de 115 cv e à caixa DSG de sete velocidades. Ágil, despachadinho, confortável, capaz de ser económico até tem bons preços para gostos diferentes. Confirmei a primeira impressão: conta, peso e medida.

Associado à vertente mais jovem e desportiva que cabe à SEAT no Grupo VW, o Arona é um daqueles produtos em que se sente bem a escolha do modo de condução disponível no Xcellence que guiei, uma das versões mais equipadas. Porque não é (nem podia ser…) uma máquina a maior assertividade em curva, a resposta diferente do acelerador e a direção mais direta permitem-lhe contribuir para a diversão que os mais jovens podem procurar ao volante.

Bem sentados, posição mais alta q.b. para um SUV, o SEAT sente-se bem e inspira confiança de procurarmos o melhor que podem oferecer os 115 cv e a caixa DGS de sete velocidades que gere muito bem o conhecido três cilindros, quase imune e vibrações e ruídos, aliás até muito bem insonorizado nesta proposta da marca espanhola. Curva bem e nos ziguezagues nem é daqueles que adornam e balanceiam em demasia, resistindo bem às transferências de massas e sem precisar muito da intervenção, pelo menos forte, do ESP. É um daqueles carros que “pisa” bem, convence e só os travões parecem demasiado progressivos e esponjosos para o meu gosto.

Interessante pequeno SUV, ágil e despachado, confortável e agradável de guiar, honesto na habitabilidade e bom na capacidade de carga. Imagem personalizada, bem acabado e mesmo que seja muito o plástico convence na qualidade. Motorização a gasolina 1.0 TSI de 115 cv e caixa DSG cumpre e até pode permitir bons resultados de consumo

Como já escrevi, não é um carro temperamental, as prestações são honestas – 10 segundos de 0 a 100 e 182 km/h em velocidade de ponta – mas não deixa de ser curioso referir que quem se senta ao lado e tem oportunidade de experimentar sem saber o que está a guiar não diz que é um três cilindros de 115 cv que está sob o capô…

A possibilidade de ser poupadinho

Começo por esta análise apenas por considerar que este é o tal carro mais para jovens. Mas dando primazia à razão e passando ao modo ECO – os jovens também fazem contas – concluo que a SEAT aproveita bem um motor reconhecido como dos mais poupadinhos entre os seus iguais, cuja caraterística principal está longe de ser a economia.

Ora, com quatro pessoas a bordo, em ritmo de passeio de sábado à noite os consumos chegaram aos 5 litros aos 100 e aumentaram para 6 litros nas contas entre a via rápida e o percurso citadino. Na autoestrada, cruise-control nos sacramentais 120, o computador de bordo indicou 6,3 de média. A média geral para os cerca de 2000 quilómetros de várias experiências somados e diferentes estilos de utilização indicava 8 litros redondinhos. Aceitável.

No plano prático, registo para o facto de quem se senta atrás – lugares preferencialmente para dois, claro – não se queixar do conforto, mesmo que não haja apoio de braços central e, por vezes, a suspensão possa parecer um pouco “seca”. O acesso também não levanta dificuldades, apesar dos 19 cm de altura ao solo.

Quanto à bagageira, os 400 litros são das melhores propostas do segmento e a modularidade afina pelos padrões habituais, a partir do rebatimento do banco traseiro (60×40). A abertura é excelente, o plano de carga normal e com a vantagem de alinhar com a moldura do portão, o qual está articulado com a chapeleira rígida. Não há fundo falso, pois estava lá a roda sobressalente (extra), a qual dá sempre (mais) jeito num SUV em que se pretenda potenciar a capacidade do veículo de lazer a permitir as saídas de estrada.

Simplicidade pode ser qualidade

O Arona está intimamente ligado ao Ibiza, usa a mesma plataforma, tem mais 10 cm (4,138 m), importa dele o ambiente interior, também ele jovem e de toque desportivo, com forros negros, tejadilho incluído, e nesta caso alguns perfis a imitar alumínio (há várias opções de cor). O plástico é omnipresente e nem existem superfícies almofadadas. Exceção apenas para o apoio de braço da porta, em borracha, e para o revestimento a tecido do pequeno apoio central. De qualquer modo, os acabamentos são de bom nível. Volante multifunções desportivo, bancos simples, com razoável capacidade de receção, mesmo que devesse pedir-se mais apoio lateral.

Quanto às formas, identificáveis com a imagem da SEAT, revelam aquela personalidade construída em traços vincados e claramente definidos como se tornou hábito na marca espanhola. A originalidade é dada pelo friso de alumínio em que assenta a grande superfície vidrada e se projeta numa espécie de chapa identificativa no largo pilar traseiro. Original.

A versão Xcellence que guiei tinha opcionais como o pacote que inclui faróis Full LED, navegação e carregamento por indução (1100 euros), roda suplente de 16 polegadas (100 euros),  além disso jantes de 18 polegadas, vidros traseiros escurecidos, assistente automático de estacionamento, pintura bitom. Todos têm ar condicionado (automático neste caso), sistema keyless, iluminação ambiente, ecrã central com rádio e Bluetooth, deteção de ângulo morto, botão start/stop, front assist, alerta de trânsito à retaguarda, volante multifunções em pele, assistência ao arranque em subida, faróis de nevoeiro com função cornering.

Enfim, interessante pequeno SUV, ágil e despachado, confortável e agradável de guiar, honesto na habitabilidade e bom na capacidade de carga. Imagem personalizada, bem acabado e mesmo que seja muito o plástico convence na qualidade. Motorização a gasolina 1.0TSI de 115 cv e caixa DSG cumpre e até pode permitir bons resultados de consumo.

A SEAT assegura 2+2 anos de garantia ou 80 mil quilómetros. Intervalos de manutenção são de 30 mil quilómetros ou dois anos.

Para informações sobre a apresentação formal do SEAT Arona, clique aqui.

Arona tal como a SEAT o vê

Loading the player...

FICHA TÉCNICA

SEAT Arona 1.0 TSI 115 cv Xcellence

Motor: 3 cilindros, 999 cc, turbo, injeção direta

Potência: 115 cv/5000-5500 rpm

Binário máximo: 200 Nm/2000-3500 rpm

Transmissão: caixa DSG de 7 velocidades

Aceleração 0-100: 10 s

Velocidade máxima: 182 km/h

Consumo: média – 5 litros/100; estrada – 4,6; urbano – 5,6

Emissões: 112 g/km

Bagageira: 400 litros

Preço: 24 971 euros para a versão Xcellence com caixa DSG; desde 20 420 euros ou 21 820 com caixa DSG