SUV com grande presença, diferente e original (Foto Newsroom Hyundai)

Interior sóbrio, moderno e exemplo de qualidade e rigor de construção (Foto Newsroom Hyundai)

Na opção Sport, os mostradores são dominados pelo vermelho (Foto Newsroom Hyundai)

Computador de bordo pode exibir o fluxo de energia (Foto Newsroom Hyundai)

Software contempla escolha alargada de informação e entretenimento (Foto Newsroom Hyundai)

Teclas para as opções de marcha e posição de parque (Foto Newsroom Hyundai)

Boa posição ao volante, conforto e espaço nos lugares da frente (Foto Newsroom Hyundai)

Habitabilidade não constitui problema para quem se senta atrás (Foto Newsroom Hyundai)

Assinatura luminosa única e arrojada marca o Tucson (Foto Newsroom Hyundai)

Jantes bitom de 19 polegadas acentuam modernidade (Foto Newsroom Hyundai)

Tomada simples para carregar a bateria de 13,8 kWh (Foto Newsroom Hyundai)

Compartimento motor bem "cheio" para o mais potente dos Tucson - 265 cv (Foto Newsroom Hyundai)

Na oferta variada do Hyundai Tucson também não falta o PHEV. Igual aos outros, claro: só é eficiente se carregado todos os dias ou, pelo menos, com a frequência que permita potenciar o andamento em modo elétrico. Por isso, propus-me um exercício diferente, limitar-me ao modo híbrido no Plug-in e comparar resultados com a versão auto recarregável. Entre uma e outra há 7 000€ de diferença…

Será justa a comparação? Sobra o problema (e a consciência) ambiental, claro. E as dúvidas quanto ao futuro perante as posições das marcas vindas a público, recentemente, sobre a data para essa decisão, cuja controvérsia tem vindo a recrudescer, do fim dos motores a combustão. Mas isso são contas de outro rosário que não o ensaio de um automóvel…

O Tucson PHEV é o mais potente da família: 265 cv e 350 Nm de binário. Significativo e mais se lhe juntarmos os 8,2 segundos de 0 a 100 e os 191 km/h em velocidade máxima. São mais 400 quilos de peso para a versão Hybrid (239 cv e o mesmo binário) ligeiramente mais rápida (8 segundo se 0 a 100) e mais veloz (193 km/h).

Ambos utilizam o 1600 a gasolina de 180 cv, combinado com motores elétricos de 91 cv, no PHEV, e 60 cv, no Hybrid, e têm acoplada uma caixa de automática e seis velocidades (conversor de binário). Mas há uma diferença de tomo: o Plug-in é um 4×4… Logo, outra capacidade fora de estrada e na vida de quem enfrenta a neve no inverno. Pode ser importante!

Autonomia elétrica até 62 quilómetros em cidade e 50 na estrada, consumos ao nível de um Plug-in à boleia da bateria, razoáveis enquanto híbrido, prestações normais, confortável, espaçoso e competente o PHEV da família Tucson é um desafio aos adeptos desta solução

A tração integral também é um dado a ter em conta no comportamento em curva e, por exemplo, o ESP passa mais despercebido no PHEV, sem surpresa. Tanto um como o outro estão longe de ser automóveis de feição desportiva. Bons estradistas, despachados, ágeis até para as dimensões. Mas, apesar do binário, a verdade é que, até mais no PHEV, por ser mais potente as recuperações não impressionam e o peso, neste caso quase duas toneladas, faz-se sentir. Não se trata de SUV de caraterísticas explosivas, daqueles de encostar as costas ao banco, ainda que seja fácil rolar rápido.

Conforto e eficácia garantidos pela suspensão

O compromisso de suspensão de um e outro combina bem conforto e eficácia e, sobretudo, em qualquer dos casos suporta com naturalidade o balanceamento da carroçaria, que nunca parece de um automóvel com 1,65 metros de altura. Mas sobram poucas dúvidas de que o Hybrid nos envolve mais numa condução empenhada.

A caixa de seis velocidades gere bem a disponibilidade do motor e as solicitações do acelerador e dos travões. Dá-se mais por ela quando acionamos o modo Sport, o qual, em qualquer dos casos, traz mais vivacidade ao motor e até permite a utilização das patilhas no volante com outro a-propósito, mas, claro, sem uma resposta muito rápida.

A direção está bem adequada, os travões cumprem, mesmo que possa notar-se um toque esponjoso, afinal algo a que nos habituamos no eletrificados, resultado da necessidade de potenciar a capacidade regenerativa.

Consumos quase iguais sem “boleia” do plug-in

Este tipo de análise não é, seguramente, o fator decisivo para quem opta por um SUV e eletrificado. Outros valores, principalmente a economia e a eficiência pesam mais. Ora, sob este prisma, o PHEV quando pode fazer valer o modo elétrico (a Hyundai promete 50 km de autonomia e 62 em cidade) faz toda a diferença – também em termos ambientais. Mas, acabada a carga, e em modo ECO registei uma média geral de 7,6 litros/100 km, valor idêntico ao conseguido a 120 na autoestrada com o cruise-control acionado; em percurso suburbano cheguei a conseguir 5,9.

Ora, no Hybrid o acumulado tinha-se ficado nos 7,3 litros aos 100, o mesmo valor que o computador de bordo assinalou na autoestrada a 120 km/h, controlados pelo cruise-control. Em estrada secundária, o registo foi de 5,3 e no suburbano andou pelos 6/6,5 litros/100 km.

Faça as contas, dê a importância que entender às questões ambientais e decida-se se tiver dúvidas. Certo é que o Tucson é um excelente SUV com imagem marcada pela dianteira original e aquela assinatura luminosa dos LED ocultos na grelha de favos que só deixa espaço para os projetores unidos por um fino para-choques e para a entrada de ar sobre o defletor aerodinâmico.

Originalidade por fora, qualidade no interior

Perfil esculpido ao estilo de peça estilizada em vincos, tejadilho suavemente abaulado, a “morrer” num defletor muito presente, e uma traseira de força com nova originalidade luminosa nas óticas duplas sob o (já indispensável) fio luminoso de ponta a ponta, tornam o Tucson um carro diferente.

O interior é outra imagem da qualidade de que a Hyundai é hoje capaz. O design pode não ser tão ousado, mas a combinação de materiais resulta e coloca-nos a nível inesperado: pele sintética almofadada, tecido, dois frisos metálicos que envolvem o conjunto prolongando-se pelas portas. Construção e acabamento irrepreensíveis.

E tudo isto encaixa na perfeição num painel de instrumentos digital complementado pelo ecrã central tátil em forma de tablet (com software muito completo), dominador, num bloco revestido no acetinado do piano black que faz a união à consola que recebe os seletores de marcha reduzidos a três teclas em prática sequência longitudinal, ao lado do porta copos e enquadrando teclas do travão de parque elétrico e dos modos de condução, reforçados no PHEV pelas opções neve, lama e areia.

A profusão de botões táteis revela-nos aspetos menos práticos na sua utilização a pedir hábito e, em rigor, o grande ecrã central acaba por estar em posição mais baixa do que seria de desejar.

Em termos de espaço a oferta alinha pelo topo em face da concorrência. Bom à frente, com a largura suficiente para nos sentirmos desafogados; atrás, sentados num banco mais alto (a bateria está por baixo), temos habitabilidade notável, espaço de sobra para as pernas. E até o túnel não é excessivamente alto, facilitando aquela exercício do transporte de cinco pessoas, na certeza de que quem vai ao meio não deixa de ser penalizado, até pela existência de um apoio de braços central e, logo, suporte menos recetivo para as costas.

Bagageira razoável e muito equipamento

Quanto à mala, outro aspeto em destaque, com os 598 de capacidade (616 no Hybrid). O plano de carga é elevado, mas alinha com o fundo do portão, elétrico neste caso, o que sempre facilita. Os banco traseiro é tripartido (40x20x40), pormenor que joga a favor da modularidade.

Em termos de equipamento, a versão topo de gama com o Luxury Pack contempla quase tudo o que pode exigir-se: ar condicionado automático, bancos em pele com  ajuste elétrico do apoio lombar para o condutor, volante multifunções em pele, chave inteligente com botão de arranque, cruise-control com limitador, faróis em LED, painel de bordo digital com dois cenários, computador de bordo, ecrã central tátil de 10,25”, compatibilidade Apple CarPlay e Android Auto, sistema de som Krell, navegação, Bluetooth, carregador wireless, câmara de marcha atrás com guias, sensores de luz, chuva e estacionamento, travagem de emergência, sistema de manutenção na faixa de rodagem, tejadilho panorâmico elétrico, portão de abertura e fecho automático, jantes bitom em liga de 19”.

Autonomia elétrica até 62 quilómetros em cidade e 50 na estrada, consumos ao nível de um Plug-in à boleia da bateria, razoáveis enquanto híbrido, prestações normais, confortável, espaçoso e competente o PHEV da família Tucson é um desafio aos adeptos desta solução.

FICHA TÉCNICA

Hyundai Tucson PHEV 1.6 TGDI AT Vanguard

Motor: 1598 cc, gasolina, injeção direta, turbo, intercooler

Potência: 180 cv/5 500 rpm

Binário máximo: 265 Nm/1 500-5-500 rpm

Motor elétrico: 91 cv

Binário: 304 Nm

Bateria: 13,8 kWh, iões de lítio

Carregador: 7,2 kWh

Tempo de carga: n/d

Potência combinada: 230 cv

Binário combinado: 350 Nm

Transmissão: integral, caixa automática de seis velocidades, conversor de binário

Aceleração 0-100: 8,2 segundos

Velocidade máxima: 191 km/h

Consumo: médio – 1,4 litros/100 km; bateria descarregada – 7,2 litros/100 km

Emissões CO2: 165 g/km

Dimensões: (C/L/A) –  4 500/1 865/1 650 mm

Peso: 1893/1999 Kg em função do equipamento

Bagageira: 558 litros

Preço: 49 900€, Vanguard; desde 45 700€, versão Premium