É desnecessário dizer: atenção aos coreanos! Já ganharam um lugar invejável no concerto dos construtores. Passo a passo, ou melhor, carro a carro têm vindo a afirmar a sua “aprendizagem” e a explicar a razão dos números que espelham o seu sucesso global. O novo Kia Ceed vem apenas provar que sabem o que fazem e fazem cada vez melhor. A terceira geração do modelo que representa o coração da gama, parece ter tudo para ser um sucesso. Entre o estilo e a qualidade percebida é uma excelente lição de como se faz um automóvel para um segmento difícil. Chega em Julho a Portugal. E, como sempre, com sete anos de garantia!

Desenhado, desenvolvido e fabricado na Europa, feito à medida dos europeus, o Ceed nasce sobre uma nova plataforma (K2), mantém a distância entre eixos, tem o mesmo comprimento (4,31 m) é mais largo (2 cm/1,80 m) e mais baixo (-2,3 cm/1,44 m). Talvez por as proporções serem muito equilibradas, parece pouco para tanta diferença face à geração anterior. Capô mais longo, clara inspiração no belo Stinger, evolução conseguida da frente, com a típica grelha do “nariz de tigre”, sempre em evolução, faróis incluindo os LED diurnos, os quatro pontos de luz que perdem a forma quadrada mas não a originalidade; cintura bem marcada, arqueamento da superfície vidrada, para um perfil sóbrio; traseira mais proeminente e alongada, bem modelada, com a novidade dos LED diurnos, o Ceed – agora sem apóstrofo… – continua a ter feição desportiva. Ganha mesmo com o aumento da distância entre as rodas traseiras e o para-choques, que até parece dar-lhe mais dimensão. A imagem é de um carro mais adulto e, claramente, a sugerir mais robustez. E quando se fecha uma porta, percebe-se.

A comercialização em Portugal (…), está aprazada para Julho. A carrinha fica para Outubro e a shooting brake poderá chegar ao mercado no início de 2019, ano em que devem também ser lançados o SUV e os híbridos. Os preços terão um agravamento

O estilo do novo Kia, sem que, afinal, isso constitua surpresa, agrada. E não falo apenas mim. Foram muitos os comentários favoráveis que ouvi a jornalistas de toda a Europa no lançamento, em Munique. Comentários que ganhavam outra força quando se falava do interior. O design perdeu, de vez, qualquer influência asiática, o painel de instrumentos e o seu desenvolvimento horizontalizado, a projeção do ecrã tipo tablet (5/7/8”) sobre a consola, bem estruturada até no aproveitamento dos espaços, são, além do mais, bom modelo de ergonomia. E tudo isto está “embrulhado” numa combinação de materiais com qualidade assinalável para um automóvel do segmento C. Algumas marcas com “panache” deviam olhar com atenção para a qualidade percebida deste Ceed. Plásticos dúcteis onde fazem falta e suficientemente agradáveis ao toque de um modo geral, muitas superfícies em preto lacado brilhante, perfis metálicos acetinados, combinações interessantes para um ambiente bem conseguido. Os carros em exposição tinham bancos em tecido e pele e o que vi, promete no estilo e na conceção.

Em matéria de espaço são poucas as alterações, ainda que melhorem ligeiramente algumas cotas de habitabilidade, ao nível dos ombros (à frente) e da altura (atrás). A diferença maior é na bagageira que oferece agora 395 litros – mais 15. Tem um fundo falso e uma plataforma que pode ser colocada em dois planos mais facilmente do que é hábito.

Os modelos da apresentação eram dois hatchbacks de cinco portas, a carrinha vai ser mostrada, em Março, no Salão de Genéve. A grande novidade é o lançamento de uma versão shooting brake, com base no protótipo Proceed, mostrado, no ano passado, no Salão de Frankfurt, e prometido para “oficialização”, em Setembro, em Paris. Está na calha também uma versão SUV. E, como não podia deixar de ser, o Kia Ceed Mild Hybrid, com recurso a uma bateria de 48 v. Para já, não de fala de versões Plug-in nem elétricas.

Quatro motorizações

A comercialização em Portugal, onde, em Junho, decorrerá a apresentação internacional (no Carvoeiro), está aprazada para Julho. A carrinha fica para Outubro e a shooting brake poderá chegar ao mercado no início de 2019, ano em que devem também ser lançados o SUV e os híbridos. Os preços terão um agravamento.

Em termos de motorizações, os portugueses terão quatro opções: a gasolina, o três cilindros 1.0 turbo, com 120 cv, e o 1.4 T-GDI, com 140 cv. No diesel, a oferta assentará no conhecido 1.6 CRDi com 115 e 136 cv, agora com AdBlue e mais binário (280 Nm).

Do ponto de vista da tecnologia, o Ceed será o primeiro Kia com condução autónoma de Nível 2, sistema que identifica o veículo da frente, os espaços para circular nas outras faixas e controla aceleração e travagem nas filas de trânsito em autoestrada, até aos 130 km/h.

Assistente de máximos, alerta à manutenção de faixa, aviso de colisão frontal, sensor de ângulo morto, cruise control inteligente com stop&go, auxílio ao estacionamento são outras das tecnologias disponíveis num carro que continuará a contar com a imbatível garantia de sete anos ou 150 000 quilómetros, exclusivo que a Kia assume e afirma como prova de confiança. Não é fácil…