Bem proporcionada, neste caso, a grelha do duplo rim (Foto Press Club BMW)

Nova silhueta para 4,40 metros de monovolume (Foto Press Club BMW)

Imagem de robustez numa traseira simples (Foto Press Club BMW)

Recurso ao longo painel digital enquadrado pela qualidade habitual (Foto Press Club BMW)

Combinação de materiais criteriosa e acabamento cuidado (Foto Press Club BMW)

Bancos desportivos acompanham o recheio do Pack M (Foto Press Club BMW)

Volante multifunções segue a oferta superior da gama (Foto Press Club BMW)

Duas novidades: consola flutuante e um cursor para a caixa de velocidades (Foto Press Club BMW)

Bancos traseiros são ajustáveis (Foto Press Club BMW)

Bagageira com 470 litros de capacidade e fundo falso (Foto Press Club BMW)

Duplo rim é fechado e assenta sobre entradas de ar (Foto Press Club BMW)

Iluminação LED adaptativa com assistente de máximos (Foto Press Club BMW)

Grande simplicidade nas luzes traseiras (Foto Press Club BMW)

Jantes em liga de 17 polegadas com raios bicolores (Foto Press Club BMW)

É preciso experimentar para crer e perceber o motivo que leva a BMW a manter no seu catálogo o Série 2 Active Tourer. Quando os monovolumes são quase memória e deram lugar aos SUV e crossovers, os alemães conseguem provar que o “velho” segmento pode ainda ser bem explorado. Fiquei sem dúvidas ao volante de um 218d, isso mesmo, um Diesel. Controverso? Claro! Mas essa é outra “guerra”.

O Active Tourer entrou na segunda geração, as formas não enganam, apesar da diferença para melhor, mas as mudanças são profundas, já que na base está a plataforma partilhada com o novo Série 1 (alguns Mini também) de tração dianteira.

A dianteira com os novos duplos rins avantajados, neste caso bem proporcionados, assentes numa grande entrada de ar e a emprestar dimensão, personalidade reforçada, as aletas ligadas ao cromado nos extremos a envolver pequenas grelhas como que ofuscam a menor inclinação do para brisas e o renovado capô que alteram a silhueta do Active Tourer leve e elegantemente esculpida. As formas não são “fáceis” para brilhar, pela simplicidade associada ao monovolume, mas este BMW foi muito bem trabalhado e, mesmo com uma traseira descomplicada, ganhou presença e assenta muito bem nas jantes de 17 polegadas. Vistoso.

Será contra a corrente um monovolume e Diesel, mas não restam dúvidas de que é um bom compromisso o novo BMW Active Tourer 218d, uma decisão de compra ajustada para quem continua  a apostar no gasóleo e precisa de um familiar espaçoso, despachado e com consumos interessantes. E pode pagar Premium

No interior, encontramos o “mundo” novo da BMW, dominado pelo grande ecrã digital, integrando toda a informação. Continua a ser apoiado no tablier, design muito limpo e aquela imagem de qualidade reforçada pelo forro de pele sintética pespontada e cuidado próprio de um premium. É o conforto visual a juntar ao resto que faz a diferença, especialmente numa versão com pack desportivo M, integrando o volante multifunções especial e os bancos ao estilo de bacquet, bem recetivos e com excelente apoio. Paga-se, claro…

Os custos do futuro…

Como nem tudo é perfeito, este salto da BMW para o futuro acabou com o prático sistema iDrive, daí à exceção de oito botões físicos (excluindo os elevadores dos vidros) e comandos apenas táteis no sistema de infoentretenimento (como sempre muito completo, mas nem sempre muito intuitivo), e mais alguns na consola flutuante. Nesta, o seletor das caixa automática de dupla embraiagem foi reduzido ao cursor que nem é dos menos práticos. Valem as patilhas no volante, mesmo que não as utilizemos muito.

Estatuto e bom pisar, evidentes do Active Tourer (Foto Press Club BMW)

A consola deixa um espaço de arrumos que tem tanto de generoso como difícil de potenciar, pelo “exercício” que obriga a fazer para lá colocar qualquer objeto. Talvez o hábito resolva as coisas…

Em matéria de espaço, tantas vezes tema de reparo na BMW, o Active Tourer oferece nível de habitabilidade superior e impressivo para uma automóvel com as suas dimensões (4,40 de comprimento e a distância entre eixos da versão anterior). À frente respira-se à vontade e atrás disfrutamos de um espaço que até é potenciado pela altura dos bancos dianteiros, o qual permite passar os pés facilmente e distender as pernas. Túnel alto e lugar central mais pequeno, além de integrar o apoio de braços central (logo recosto mais firme), roubam conforto se pensarmos em cinco pessoas a bordo.

Quanto à bagageira, 470 litros de capacidade, nada que impressione, de facto. Mas registo para um enorme fundo falso e um plano de acesso baixo que facilita a arrumação de objetos mais pesados. E ainda nota para o facto de os bancos traseiros serem ajustáveis permitindo jogar com o espaço interior.

Um motor que quase não se ouve

Se tudo isto importa, marcante mesmo é a suavidade de rolamento e um motor que quase nem se ouve, nível de insonorização quase inacreditável para um Diesel, o qual não deixa sentir-se qualquer vibração. Estes dois aspetos são ainda valorizados pelo facto de não haver ruídos aerodinâmicos em autoestrada, quando aumenta a velocidade.

O 2.0 de 150 cv e 360 Nm de binário máximo, com a caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades é suficiente despachado e as prestações são interessantes, especialmente se tivermos em conta que este é um familiar sem propensão desportiva: 8,8 segundos de 0 a 100 e 220 km/h em velocidade de ponta. Há três modos de condução: Pessoal, Sport (a caixa tem igualmente escolha desportiva) e Eficiente.

Inesperado é o comportamento. Bem sei que conduzi um Active Tourer com suspensão adaptativa ligada ao pack M, mas a resposta em curva supera as expetativas. Mesmo que, inevitavelmente, possa sentir-se alguma inclinação da carroçaria, ainda assim, tem aquele “feitio” muito BMW, agressivo e estável que inspira confiança.

Em termos de conforto, uma suspensão obviamente firme não justificou críticas, nem de quem se sentou nos lugares traseiros. Um bom casamento, com a ressalva conhecida de os alemães não serem de molezas.

Em termos de consumos com quatro adultos a bordo, ar condicionado ligado, e rolando quase sempre em autoestrada aos 120 km/h regulamentares, o computador de bordo assinalou 6,5 litros/100 Km em 165 quilómetros. O registo de longa duração, no caso, 5 200 quilómetros assinalava 5,7 de média. São números interessantes.

 

As outras diferenças num Premium

A versão ensaiada, “carregada” de equipamento, contemplava o Pack M (2 983€) com transmissão desportiva de dupla embraiagem, suspensão adaptativa, bancos desportivos, volante M, jantes de 17 polegadas com raios duplos bicolores; Pack Premium (1 634€), acrescentando acesso mãos livres, retrovisor antiencandeamento automático, painel de instrumentos Luxury, luzes LED adaptativas com máximos automáticos, carregamento sem fios; Pack Travel (1 707€), incluindo barcas no tejadilho, teto de abrir elétrico, rede de separação na bagageira, vidros com proteção solar, ajuste dos bancos traseiros: ainda depósito de combustível maior (40,65€). É muito dinheiro (6 340€), mas faz diferença…

Será contra a corrente um monovolume e Diesel, mas não restam dúvidas de que é um bom compromisso o novo BMW Active Tourer 218d, uma decisão de compra ajustada para quem continua  a apostar no gasóleo e precisa de um familiar espaçoso, despachado e com consumos interessantes. E pode pagar Premium.

FICHA TÉCNICA

Motor: 1995 cc, turbodiesel

Potência: 150 cv/3 750 – 4 000 rpm

Binário máximo: 360 Nm/1 500 – 2 500 rpm

Transmissão: caixa automática de sete velocidades com sete velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0–100 km/h: 8,8 segundos

Velocidade máxima: 220 Km/h

Consumo: média – 5,3 (WLTP)

Emissões CO2: 125 g/km (WLTP)

Peso: 1 620 kg

Dimensões: c/l/a – 4,38/1,82/1,57 m

Bagageira: 470/1 455 litros:

Preço: 54 148€, versão ensaiada; desde, 43 400€