Grelha fechada, frisos azuis, imagem sempre poderosa (Foto BMW PressClub)

Menor distância ao solo, postura marcante (Foto BMW PressClub)

Robustez continua a ser caraterística "colada" à imagem (Foto BMW PressClub)

Estilo conhecido para prova irrefutável de qualidade percebida (Foto BMW PressClub)

Ecrã de 12,3 polegadas elevado e com menus adequados (Foto BMW PressClub)

Instrumentação admite escolha da informação (Foto BMW PressClub)

Consola bem arrumada inclui o carregador wireless (Foto BMW PressClub)

Túnel central proeminente é o pecadilho no espaço na traseira (Foto BMW PressClub)

Capacidade de 510 litros é razoável num SUV elétrico (Foto BMW PressClub)

Boa solução para o duplo rim fechado (Foto BMW PressClub)

Aerodinâmica apurada com toque desportivo (Foto BMW PressClub)

Faróis laser com máximos automáticos nesta versão (Foto BMW PressClub)

LED com efeito tridimensional nas luzes traseiras (Foto BMW PressClub)

Jantes específicas de 20 polegadas opção nos M Sport (Foto BMW PressClub)

Plataforma adaptada permite bateria entre os eixos e motor atrás (Foto BMW PressClub)

É uma espécie de compromisso elétrico, plataforma adaptada, mas nem por isso menos bem feito. Qualidade a toda a prova, dinâmica sem motivo para críticas o BMW iX3, segundo cem por cento elétrico da marca, cumpre os objetivos, e atenuou algum adormecimento do emblema alemão, entretanto recuperado com o i4, na tecnologia que nos tem trazido novidades em catadupa.

Grelha de duplo rim maior e fechada, apontamentos azuis espalhados pela frente carismática e poderosa para marcar a diferença da propulsão, pequenos ajustes para beneficiar a aerodinâmica, preocupação também nas jantes específicas no caso de 20 polegadas, enfim as falsas saídas de escape igualmente contornadas a azul e o difusor traseiro, o SUV da BMW segue a imagem de família. Aqui com o toque M, sempre especial.

A confirmação da familiaridade, se dúvidas houvesse, esteve na pergunta do portageiro da autoestrada que me inquiriu sobre se estava ao volante de um X3 antes de fazer projetar no ecrã do preço a pagar a sempre simpática indicação de Classe 1.

Por dentro, só pormenores a azul fazem a diferença – e poucos: o botão de ignição, o contorno do símbolo da marca no volante os apontamentos no seletor de marcha. O resto é um estilo conhecido naquela demostração da qualidade germânica que vai dos materiais ao nível do acabamento e à excelência da montagem, mais impressiva com o silêncio próprio dos elétricos.

A eletrificação a cem por cento do SUV mais popular da BMW trouxe-nos um iX3 bem adaptado às exigências do mercado. Cumpre na dinâmica e no conforto, transborda qualidade. Não é um exemplo de economia e numa versão M Sport bem equipada custa 83 792€! Até Dá choque…

Pode ficar a ideia de que há um excesso de botões e alguma duplicação com as funções  do ecrã central tátil e comandado também pelo prático i-drive, o grande botão na consola, mas a verdade é que nos sentimos à vontade. Para mais por que, bem sentados naqueles bancos desportivos, e naquela posição elevada ao volante nos deixa não apenas excelente visibilidade sobre a estrada como domínio em relação a tudo quanto há para gerir em termos de comandos.

No que respeita a espaço, quase tudo igual, e quase por que o facto de o iX3 usar a mesma plataforma do SUV com motor a combustão, elevou o fundo e faz com que quem viaja atrás possa sentir os joelhos em posição mais alta. Quem viajou no banco traseiro não se queixou disso nem do grande túnel da transmissão (aqui desnecessário), o qual penaliza um terceiro ocupante, e elogiou o conforto de um automóvel que, mesmo com uma suspensão a não dispensar alguma firmeza, continua a absorver muito bem as irregularidades dos piores pisos e a deslizar suavemente nas autoestradas, mesmo com pneus misto, como é a opção.

Arte e engenho para adaptação conseguida

A partilha da plataforma é a razão de termos falado em compromisso. Bem resolvido pela BMW – e outra coisa não seria de esperar – com uma bateria “estendida” sob o pavimento, o que não invalida que estejam na calha plataformas dedicadas às soluções elétricas e eletrificadas. Mas convém lembrar que o bem sucedido SUV da marca da Baviera foi o escolhido para ser o primeiro BMW a oferecer soluções a combustão, PHEV e cem por cento elétricas.

Em termos práticos, a única penalização está na mala, que no iX3 ainda assim proporciona 510 litros de capacidade, menos 40 litros do que nas versões com motor a combustão, mas também mais 60 do que o Plug-in, devido ao posicionamento da bateria. Eventualmente, com uma solução criada de base seria possível que sob o capô pudesse haver mais espaço de carga, pois neste caso,  apesar do motor estar atrás, obrigou a “encher” o compartimento dianteiro com toda o “conteúdo” que o automóvel não dispensa.

O motor do iX3, que pode atingir as 17 000 rpm, debita 286 cv e 400 Nm de binário. É uma oferta que hoje já nem surpreende, mas a verdade é que, apesar dos 2 260 quilos do conjunto, a aceleração 0 100 faz-se em apenas 6,8 segundos e a velocidade máxima está limitada aos 180 km/h. Há três modos de condução, EcoPro, Comfort e Sport que, como de costume, atuam sobre a direção e o acelerador e também quatro modos de regeneração que chegam a uma solução do tipo e-pedal.

Tração traseira, a potência é o quanto-baste para que o iX3 não destoe daquilo que se espera de um BMW dotado da quinta geração da tecnologia eDrive. Mesmo em modo EcoPro ultrapassa com grande facilidade, ainda que não seja daqueles de colar as costas aos bancos. O rebaixamento do centro de gravidade (7,4 cm) faz-se sentir na agilidade, mas este SUV gosta essencialmente de rolar, ainda que (são os génes…) seja capaz de permitir alguns atrevimentos em estradas mais ziguezagueantes, onde pode fazer-se sentir algum rolamento da carroçaria, mesmo que não exagerado. A suspensão adaptativa faz diferença, o ESP é permissivo, como habitualmente na BMW, a travagem está bem doseada face ao efeito regenerativo e a direção é adequada ao estilo na filosofia da marca.

Consumos vulgares

Quanto a consumos, nada que surpreenda: o computador de bordo registou uma média de 20,5 kW/100 km num percurso que teve de tudo ao longo de 220 quilómetros, na maioria dos quais houve quatro adultos a bordo. Iniciei a experiência ao volante com 348 quilómetros de autonomia e tinha mais 102 prometidos com a carga que restava na bateria. Significa isto para a carga disponível da bateria, 74 kWh, que, em andamento descontraído de fim-de-semana, e sem grandes preocupações de poupar, a autonomia seria de 360 quilómetros para os anunciados 458 em ciclo WLTP. Admito que consiga fazer-se melhor, com mais cidade e menos autoestrada.

Quem gosta de uma aventura fora de estrada deve ter em conta que a distância ao solo reduziu e passou de 20,4 para 17,9 cm.

No que respeita a carregamento, o iX3, que é produzido na China, está preparado para as estações DC de 150 kWh e, em 32 minutos, chega aos 80 por cento da carga. Dez minutos asseguram uma autonomia de 100 quilómetros. Ligado a uma wallbox de 11 kwh (trifásica), o tempo de carga será de sete horas e meia; em alternativa, 10 horas com a wallbox de 7,4 kWh (monofásica).

A versão que conduzi foi a M Sport, pack desportivo topo da oferta, equipada, designadamente, com suspensão adaptativa, iluminação BMW Laser Light, máximos automáticos, bancos em pele pespontados a azul, desportivos à frente, com regulações elétricas e aquecidos, vidros com proteção acústica, ar condicionado automático trizona, head-up-display, volante M em pele, painel  de instrumentos sensatec e live cockpit profissional, cruise-control inteligente e assistente de condução profissional, detetor de ângulo morto, leitura de sinais, instrumentação digital, ecrã com 12,3 polegadas, navegação, função limitada de Bluetooth e Wi-Fi, assistente de estacionamento, carregador wireless, sistema de acesso Comfort, som surround Harman/Kardon, luz ambiente em LED, kit para reparação de furos, bagageira automática, tejadilho de abrir panorâmico, barras no tejadilho, jantes em liga com 20 polegadas e pneus mistos.

A eletrificação a cem por cento do SUV mais popular da BMW trouxe-nos um iX3 bem adaptado às exigências do mercado. Cumpre na dinâmica e no conforto, transborda qualidade. Não é um exemplo de economia e numa versão M Sport bem equipada custa 83 792€! Até dá choque…

FICHA TÉCNICA

BMW iX3 M Sport Impressive

Motor: elétrico, síncrono

Potência: 285 cv

Binário: 400 Nm

Bateria: 80 kWh, iões de lítio; 74 kWh de capacidade útil

Transmissão: velocidade única, tração traseira

Aceleração 0-100: 6,8 segundos

Velocidade máxima: 180 km/h

Consumo: misto – 17,5/17,8

Autonomia: 458 km

Emissões CO2: 0 gr/km

Dimensões: c/l/a – 4 734/1 891/1 668

Peso: 2 260 kg

Bagageira: 510/1 540 litros

Preço: 83 722€, versão ensaiada, M Sport, 76 200€; versão base; 74 700€