A ofensiva europeia da BYD continua, agora com mais um SUV, elétrico, pois claro, mas também Plug-in com motor de combustão e tecnologia chinesa. É o BYD Seal U, um familiar do segmento D, 4,78 de comprimento, muito espaço e um estilo tão convencional que até parece alemão. Preços: desde 40 169€ para o híbrido; a partir de 42 290€ no 100% elétrico.
O BYD Seal U partilha a plataforma com a berlina, no entanto as baterias estão colocadas sob o fundo e não integradas na estrutura. Recupera o estilo interior e não dispensa o mesmo cuidado no acabamento. A qualidade percebida, para mim, não deixa de continuar a impressionar, até porque os acabamentos são irrepreensíveis. O resto pode ser questão de gosto, verdade é que as “chinesices” passam ao lado…
Mas as diferenças são significativas, como contra o que seria de pensar, uma menor distância entre eixos, 2,765 m (menos 15,5 cm). Este facto nem penaliza excessivamente um SUV que se imagina sempre mais modular e espaçoso. E a verdade é que numa primeira análise, o seu papel de familiar acima de tudo convence, tanto na habitabilidade (sempre um fundo plano) como na capacidade da bagageira, melhor no elétrico (542 contra 425 litros).
A grande curiosidade da nova oferta BYD é o Plug-in (tecnologia que a marca trabalha há muito noutros mercados). Super DM (Dual Mode) é a designação para a proposta que assenta num motor de combustão 1.5 e numa bateria laminar de 18,3 kWh, capacidade assinalável.
Com as duas versões, mais uma novidade: o Seal U DM-i Design, o topo de gama, é um tração integral com um motor elétrico por cada eixo (201 cv, à frente; 129 cv, atrás) e conta com um quatro cilindros turbo. A potência total do sistema é 319 cv e o binário de 550 Nm. A aceleração 0-100 km/h responde aos números: 5,9 segundos de 0 a 100. A BYD anuncia uma autonomia elétrica de 70 km (acumulada de 870 km) e consumos de 23,5 kw em modo elétrico e 1,2 litros de combustível WLTP. Números, como sempre, muito otimistas.
A versão Boost menos potente, 218 cv e 300 Nm de binário, tração dianteira e motorização normalmente aspirada, promete 70 km de autonomia elétrica (acumulada de 1 080 km ) e um consumo de 21 kWh e 0,9 litros aos 100/km. A aceleração 0-100 faz-se em 8,9 segundos e a velocidade máxima é de 170 km/h.
A tecnologia utilizada pela BYD dá prioridade à energia elétrica, e só quando o estado da carga é insuficiente passa ao modo híbrido. Uma vez em modo HEV, o veículo continua a utilizar maioritariamente energia da bateria e só durante a aceleração vai buscar potência extra ao motor a combustão. Obviamente, o modo EV é selecionável. O arranque faz-se sempre em modo elétrico.
Todas as versões oferecem um carregador embarcado de 11 kW AC trifásico e 18 kW em DC, o que significa a possibilidade de levar a carga da bateria dos 30 aos 80% em 35 minutos.
Em termos de equipamento, um pacote interessante. São de série: aviso de colisão frontal, travagem automática de emergência, cruise control adaptativo, aviso de colisão traseira. Assistência à mudança de faixa, controlo inteligente do limite de velocidade e deteção de ângulo morto. O Design acrescenta head-up-display, iluminação full-LED, câmara de 360 graus.
Os preços são de 40 168€, para Boost; e de 46 167€, para o Design.
Mais duas propostas a alargar a oferta da BYD, num SUV que oferece boa receita em termos de espaço e modularidade, conforto também para este tipo de escolha. Ganha relevo o lançamento primeiro PHEV da marca chinesa em Portugal, com autonomia anunciada para cerca de 70 quilómetros em modo elétrico
Tive ocasião de um breve contacto, na zona de Lisboa com o Plug-in da BYD. O suficiente para ficar com a ideia de que é fácil rolar em modo elétrico, tem uma suspensão (multibraços atrás) demasiado branda e uma direção, para mim, sem o peso adequado. Uma afinação ainda pouco europeia que, não custa acreditar, a marca corrigirá. De resto, um SUV muito cómodo, ambiente agradável com um toque de requinte, espaço q.b. e equipamento de bom nível. E um preço interessante!

…E ainda pode escolher a versão 100% elétrica
A versão EV, que promete uma autonomia da ordem dos 500 quilómetros, beneficia da tecnologia das baterias laminares exclusivas da BYD, sem cobalto e com fosfato de ferro e lítio como materiais catódicos, solução para aumentar a segurança. São líderes na bateria, com uma densidade de energia de 145 Wh/kg!
Há duas versões, Comfort e Design, ambas tração dianteira e propulsionadas por um motor elétrico de ímanes permanentes, a debitar 218 cv e o binário de 330 Nm.
As baterias são duas: 71,8 kWh, no Confort, com autonomia até 420 quilómetros; 87 kWh e autonomia até 500 quilómetros (ciclo combinado WLTP), no Design.
Ambos têm um carregador embarcado de 11 kW e aceitam carregamento ultra-rápido CC até 140 kW. Daí, cerca de 28 minutos para levar a bateria dos 30 aos 80% da capacidade.
A BYD U pesa 2 147 kg, e as performances são normais: 9,6 segundos de 0 a 100 e 175 km/h em velocidade de ponya, valores adequados a um familiar.
O equipamento é similar ao dos Plug-in da gama e integra o sistema de cockpit inteligente operado pelo habitual ecrã rotativo de 12,8” ou 15,6”. Conta com ligação 4G, navegação integrada, controlo por voz e atualizações over-the-air. Uma aplicação para smartphone permite controlar várias funções do veículo remotamente.
O BYD Seal EV Comfort tem preços a partir de 42 290€, e Design está disponível desde 45 790€.
Mais duas propostas a alargar a oferta da BYD, num SUV que oferece boa receita em termos de espaço e modularidade, conforto também para este tipo de escolha. Ganha relevo o lançamento primeiro PHEV da marca chinesa em Portugal, com autonomia anunciada para cerca de 70 quilómetros em modo elétrico.