Tubarão martelo inspirou o estilo da dianteira do bZ4X (Foto Toyota Newsroom)

SUV bem "agarrado" ao solo com dimensões idênticas ao RAV4 (Foto Toyota Newsroom)

Traseira remata bem um estilo ousado (Foto Toyota Newsroom)

Volante pequeno, ambiente de cockpit, boa construção (Foto Toyota Newsroom)

Pequeno painel de instrumentos impõe baixar o volante (Foto Toyota Newsroom)

Larga consola flutuante deixa espaço para substituir o porta-luvas... (Foto Toyota Newsroom)

Seletor de marcha é um grande botão, fácil de operar (Foto Toyota Newsroom)

Bagageira tem 452 litros de capacidade e o prtão é elétrico (Foto Toyota Newsroom)

Bagageira tem 452 litros de capacidade e o portão é elétrico (Foto Toyota Newsroom)

Sob o fundo, espaço para transportar os cabos de carregamento (Foto Toyota Newsroom)

Variação sobre a solução que se tornou transversal (Foto Toyota Newsroom)

Original spoiler com duas asas, nas versões superiores (Foto Toyota Newsroom)

Jantes de 20 polegadas só faltam na versão de entrada (Foto Toyota Newsroom)

Compartimento motor bem "recheado" (Foto Toyota Newsroom)

Designação, pelo menos, invulgar (Foto Toyota Newsroom)

O nome parece uma charada, bZ4X que afinal junta um acrónimo à identificação do modelo dentro de uma nova família da Toyota. Mais importante é ser o primeiro 100 por cento elétrico da marca, um SUV com dimensões aproximadas do RAV4, bateria de 71 kWh, 204 cv, autonomia de 511 km e preços a partir dos 52 990€. Já está a ser entregue em Portugal.

A designação algo estrambólica passa pela referência a uma nova submarca Toyota, bZ (beyound zero – além do zero, a intenção de superar o problema das emissões na defesa do ambiente); o 4 será o lugar do modelo na hierarquia da família; enfim, o X identifica o estilo crossover. E vistas as coisas assim, até faz sentido.

É tudo novo no bZ4X: a plataforma, dedicada aos elétricos e desenvolvida com a Subaru (e-TNGA), com grande distância entre eixos (2,85 m) e bateria integrada; o estilo, marcado pela frente inspirada num tubarão martelo e que resulta numa imagem invulgar de originalidade e força, num SUV equilibrado nas proporções, interessante e que, na traseira, apresenta a curiosidade da asa dupla no prolongamento do tejadilho; enfim, a modernidade do interior, quebrando algum cinzentismo da Toyota neste domínio.

Quando nem tudo convence

O interior, que faz lembrar o i-cockpit da Peugeot, tem um painel de instrumentos (TFT e 7”) que interfere com o pequeno volante multifunções e vai gerar críticas. Quem conduz com o volante baixo não terá problemas. Menos felizes são os braços plásticos (certamente material reciclado) que suportam o painel, com um qualidade que nada tem a ver com quanto nos rodeia: tecido, pele sintética, piano black, cromados e outros plásticos de bom toque. Construção e acabamento apresentam o nível habitual.

Ousado na estética, bateria com boa capacidade (71,4 kWh) e autonomia prometida de 511 km, prestações à altura e muito espaço o bZ4X, primeiro cem por cento elétrico da Toyota, fecha o ciclo da nova mobilidade na marca, depois dos híbridos dos Plug-in e do hidrogénio…

Mas há outros pormenores menos conseguidos: a consola flutuante que se une ao ecrã central tátil é muito larga e interfere com as pernas do passageiro. A falta de um porta-luvas também faz confusão, mesmo que haja espaço, com acesso pouco prático, sob a consola, esta com o indispensável apoio de braços e espaços para alguns pequenos objetos.

Já atrás, conforto é coisa que não falta – a Toyota anuncia espaço referencial no segmento para as pernas – e nem o facto de o fundo não ser rigorosamente plano, penaliza a habitabilidade, para quatro, claro, mas admitindo um quinto passageiro desde que não seja para grandes viagens.

A bagageira, no cotejo com a concorrência, fica na metade inferior, com os seus 452 litros, valorizados por um fundo falso onde podem arrumar-se os cabos de carregamento.

O modelo que abre a comercialização em Portugal é um tração dianteira, com 20,8 cm de distância ao solo. No final de 2023, está previsto o lançamento da versão de quatro rodas motrizes, pensada para um estradista e não para o todo-terreno.

Uma primeira experiência com consumo acima da expetativa

Para já, o bZ4X tem apenas um motor síncrono de magneto permanente, a debitar 204 cv e o binário de 265 Nm. Traduzido em prestações, vale 7,5 segundos na aceleração 0-100 e a velocidade máxima de 160 km/k. Em termos de consumos, a marca anuncia 14,3 kWh/100 e a autonomia de 511 km já com validação WLTP.

Uma curta experiência ao volante, com a maioria do percurso em autoestrada, sem preocupações de poupar, rolando sempre na casa dos 120 e não dispensando o ar condicionado, revelou números bem diferentes: 20,1 kWh em 84 quilómetros com autonomia prometida para mais 267. Feitas as contas, 351 quilómetros, valor a ter em conta para as circunstâncias de condução.

Contacto mais prolongado permitirá julgar com outro rigor os números anunciados pela Toyota com esta bateria de 71,4 kWh e o comportamento do bZ4X que, como todos os elétricos, sentimos bem “agarrado” ao chão pelo peso das baterias e um baixo centro de gravidade. Ficou a ideia de uma boa dinâmica.

A bateria e iões de lítio beneficia, obviamente, da longa experiência da Toyota nos eletrificados. Com bomba de calor é a primeira da marca refrigerada a água, conta com monitorização múltipla da voltagem, corrente e temperatura de cada célula. Tudo isso leva a Toyota a admitir uma redução marginal no desempenho da bateria –10% em dez anos ou 240 000 km. Talvez por isso, a garantia por igual período de tempo e um milhão e quilómetros anunciada em Portugal.

No que respeita ao carregamento, o bZ4X está preparado para receber carga rápida a 150 kW, o que permitirá atingir os 80% em 23 minutos. Numa wallbox – oferecida aos primeiros clientes – ou num posto público, o pleno atinge-se em 6,5 horas. Numa tomada caseira, serão precisas 31 horas…

Três versões e bom arranque nas vendas

A Toyota já está a entregar o bZ4X a quem fez pré encomenda, já vendeu 250 unidades, 50 das quais online!

Há três níveis de equipamento, Exclusive, Premium e Lounge, sendo que, logo no primeiro nível, o equipamento contempla cruise control adaptativo, câmara auxiliar traseira, sensores de luz e chuva, aviso de saída de faixa de rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito, máximos automáticos, portão da bagageira elétrico, rails no tejadilho; a versão Premium, acrescenta um ecrã multimédia maior (12,3”), carregador wireless, vidros escurecidos, spoiler traseiro, sensores de estacionamento, bancos com bandas em pele sintética e banco do condutor com deslizamento e apoio lombar de comando elétrico, jantes de 20 polegadas.

Ousado na estética, bateria com boa capacidade (71,4 kWh) e autonomia prometida de 511 km, prestações à altura e muito espaço, o bZ4X, primeiro cem por cento elétrico da Toyota fecha o ciclo da nova mobilidade na marca, depois dos híbridos dos Plug-in e do hidrogénio…

FICHA TÉCNICA

Toyota bZ4X 71,4 kWh

Motor: síncrono, magneto permanente

Potência: 204 cv

Binário: 265 Nm

Bateria: iões de litío, 71,4 kWh

Carregamento: wallbox e posto público, 6,5 h; rápido a 150 kWh, 23 minutos

Transmissão: dianteira, velocidade única

Aceleração 0-100 km/h: 7,5

Velocidade máxima: 160 km/h

Consumo: 14,3 kWh

Autonomia: 511 km (WLTP)

Peso: 1 945/2 045/2 050 kg (consoante a versão)

Dimensões: c/l/a – 4,69/1,86/1,60 m

Bagageira: 452 litros

Preço*: Exclusive – 52 990€; Premium – 56 190€; Lounge – 61 590€

*Inclui plano de manutenção por cinco anos ou 75 000 km