São chineses, trabalham com italianos e ingleses, a marca chama-se Techrules apostam na tecnologia híbrida usando micro-turbinas alimentadas a gasóleo e motores elétricos… Mostraram agora o Ren RS, um carro para a pista com a potência até 1287 cv e pronto para vender dentro de dois anos.
Primeiro trabalharam com Giugiaro (Giorgetto e Fabrizio – pai e filho), agora estão ligados a outro especialista de Turim, L.M. Gianetti que desenvolveu o novo design de inspiração aeroespacial e em particular os elementos aerodinâmicos do Ren RS, com destaque para a grande asa traseira. A filosofia é a das formas adaptadas à função, princípio que hoje faz escola.
A Techrules pretende estar na crista da onda e, pelo menos na imagem, a receita e a construção do protótipo impressionaram quem o viu no Salão de Genève, onde já se tornaram presença assídua. São prova de que Carlos Tavares, o português que preside ao grupo PSA, é capaz de ter razão quando diz que “depois de um século a correrem atrás da tecnologia do motor de combustão e a pagarem ao Ocidente, os chineses estão a assumir a liderança nos veículos elétricos e a preparem-se para inverter a situação.”
Em termos de prestações, o Ren RS é capaz daqueles valores que começam a ser normais a este nível: 3 segundos para a aceleração de 0 a 100 e 330 km em velocidade de ponta
O Ren RS é um monolugar com um chassis monocoque em fibra de carbono, o qual permite diversas configurações motrizes à medida das pretensões do cliente interessado num híbrido de competição muito especial, o sistema que designam por veículo elétrico recarregável por turbina e anunciam como capaz de um “ultra-baixo” impacto ambiental.
A oferta mais expressiva combina seis motores YASA, fabricados no Reino Unido, dois à frente e quatro atrás (dois para cada roda), debita 1287 cv e o incrível binário de 2340 Nm. Como é normal nos elétricos há uma velocidade única e as baterias, montadas lateralmente, são de polímeros de iões de lítio com 28,4 kWh de capacidade. Para a turbina, existe um depósito (certificado pela FIA) com capacidade para 80 litros de gasóleo, o suficiente para garantir uma autonomia de 1170 km (NEDC). A outra opção contempla apenas quatro motores (um por roda) para uma potência de 870 cv (1560 Nm de binário máximo).
Suspensões de braços triangulares duplos, amortecedores ajustáveis como num fórmula, travões cerâmicos com seis pistões, controlo de tração e vetorização do binário através de um sistema com dois modos (Race ou Standard para eficiência de consumo), deixam perceber do que é capaz este Ren RS. O ECU, assim se designa o sistema elétrónico que faz esta gestão, recorre a 30 sensores e otimiza o binário distribuído a cada roda, de acordo com as condições do piso e a performance requerida. Trabalha com dados que incluem velocidade, aceleração, ângulo da direção e força de travagem.
Funcionamento simples
O funcionamento da motorização é simples: utiliza a turbina para gerar a energia que carrega as baterias. Só quando estas estão completamente descarregadas a turbina pode ser usada para propulsionar o carro. Como explicam os técnicos da Techrules, o motor de combustão serve para converter a energia química em energia mecânica e finalmente em energia elétrica.
As turbinas são propostas em duas opções: 30 kW montada em posição central; ou conjunto de alta densidade, que combina duas turbinas de 80 kW, estas montadas lateralmente na zona do cockpit.
As baterias foram desenhadas especificamente para o Ren RS e a pensar na otimização da performance e da mais alta segurança. Tal como os motores, são refrigeradas a água através de um sistema que compreende um radiador e seis bombas elétricas.
Uma das curiosidades do protótipo é a cobertura do cockpit ao estilo da cabina de um caça e que integra um sistema de ejeção exatamente inspirado na engenharia aeroespacial. A “bolha” é ejetada automaticamente, através de atuadores elétricos, em caso de acidente, pode também ser acionada pelo piloto e, em caso de emergência, também é possível a operação a partir do exterior.
Em termos de prestações, o Ren RS é capaz daqueles valores que começam a ser normais a este nível: 3 segundos para a aceleração de 0 a 100 e 330 km em velocidade de ponta.