O Citroën C3 foi eleito Carro do Ano 2025 em Portugal e conquistou o Troféu Volante de Cristal. Escolhido entre os sete finalistas votados de um lote de 43 concorrentes, o citadino francês, melhor por inerência na classe Citadino do Ano, com a versão elétrica, leva a marca francesa a inscrever o seu nome na lista de vencedores pela quinta vez e sucede ao BYD Seal.
Citroën ë-C3 Max (Citadino do Ano), Renault 5 E-Tech (Elétrico do ano e Prémio Design), Skoda Superb Break Laurin e Klement 1.5 TSI PHEV (Familiar do Ano), Kia EV3 Tech (SUV Compacto do Ano), Skoda Kodiaq 1.5 TSI 204 cv PHEV (Grande SUV do Ano), Renault Rafale e-Tech 4×4 300 cv Plug-in Hybrid (Híbrido Plug-in do Ano) e Hyundai Ioniq 5 N (Desportivo do Ano e Prémio Inovação) foram os vencedores das classes do Seguro Directo Carro do Ano Troféu Volante de Cristal 2025, uma vez mais organizado pelo semanário Expresso e pela SIC Notícias. O júri reuniu 18 jornalistas em representação de outros tantos meios de comunicação social.
O êxito do C3 assenta numa votação que privilegia items como gama e preço, design, versatilidade e qualidade de contrução. Ora, o facto de a hoje imprescindível versão elétrica ser acompanhada de uma motorização a combustão conhecida e com créditos firmados e da bem sucedida mill hybrid de 48 V, design inovador na linha de uma tradição Citroën, oferta generosa em termos de habitabilidade e espaço para bagagens e um preço muito competitivo não podem deixar de relacionar-se com a vitória deste Citroën. É um automóvel adequado aos clientes particulares e num segmento líder, retrato da realidade de um país com um mercado dominado pelos veículos de empresa.
Surpresa, a ausência de prémios para os automóveis chineses que juntaram à sua ofensiva no mercado nacional uma participação em massa no concurso. O BYD Sealion 7 ainda chegou à lista dos finalistas, numa prova de que o país onde as marcas têm nascido como cogumelos continua a produzir veículos tecnologicamente avançados, bem construídos – e reconhecidos! Desta vez, porém, isso não chegou.
O concurso traz outros factos a considerar. Antes de mais, o triplo êxito da Renault, a dar conta do equilíbrio da sua gama e do bom trabalho realizado no domínio dos elétricos (R5) e eletrificados (Rafale), dois carros a que custa ficar indiferente.
Depois, a dupla vitória da Skoda, prova da constante e conseguida modernização da marca, cada vez mais distante do cinzentismo que a caraterizou, neste caso com dois PHEV de última geração que oferecem, além de espaço de sobra e conforto, autonomias elétricas consideráveis.
O disruptivo KIA EV3 acaba por ver provada a condição de elétrico de primeira linha, num grupo que também viu premiado, do lado da Hyundai, o desportivo Ioniq 5N e a sua inovadora caixa de velocidades virtual.

Prémio Inovação, a designada E-Shift é um passo no sentido da abertura dos elétricos a uma outra realidade que aproxima as sensações de condução a uma veículo com motor de combustão. E se, com certeza, vai surgir também na KIA, estou convicto de que outros marcas vão desenvolver a solução e não apenas, necessariamente, nos modelos de cariz desportivo e com aquelas potências que não fazem sentido nos 100% elétricos. É um processo a seguir com atenção.
Enfim, uma palavra para o que considero uma surpresa, a ausência de prémios para os automóveis chineses que juntaram a sua ofensiva no mercado nacional a uma participação em massa no concurso. O BYD Sealion 7 ainda chegou à lista dos finalistas, numa afirmação de que o país onde as marcas têm nascido como cogumelos continua a produzir veículos tecnologicamente avançados e bem construídos – e reconhecidos! Desta vez, porém, isso não chegou.
Homenagem póstuma
A Comissão Executiva do concurso atribuiu, ainda, uma vez mais, o Prémio Personalidade do Ano que, agora homenageou, a título póstumo, Paulo Pinheiro, fiigura a quem o mundo automóvel desportivo português muito deve.
Apaixonado pelos automóveis e pela velocidade, foi ele quem idealizou e empreendeu a construção do Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, em 2008, sendo um dos responsáveis pelo regresso da Fórmula 1 e do Moto GP a Portugal.
O circuito algarvio passou a fazer parte do calendário do Campeonato do Mundo de
Moto GP desde 2000, tendo sido também o palco do regresso da Fórmula 1, em 2020 e
2021.
O legado de Paulo Pinheiro vai muito para lá destes feitos. Com uma determinação ímpar, colocou o Autódromo Internacional do Algarve e a região entre as preferências de equipas de competição e fabricantes de automóveis, tanto para lançamentos como para testes.
Paulo Pinheiro deixou-nos em julho de 2024. E, como Comissão Executiva do concurso lembra, “será sempre lembrado pela sua generosidade.
Quatro décadas de história
Mais antiga iniciativa na área dos prémios para o automóvel em Portugal, o agora denominado Seguro Directo Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal, nascido através do semanário Autosport, realiza-se desde 1985. Seat e Volkwagen, com sete títulos, Peugeot e Citroën(5) e Renault (4) são as marcas mais premiadas nos 40 anos que leva o concurso.
A lista dos vencedores é a seguinte:
- 1985– Nissan Micra
- 1986– Saab 9000 Turbo 16
- 1987– Renault 21
- 1988– Citroen AX
- 1989– Peugeot 405
- 1990– Volkswagen Passat
- 1991– Nissan Primera
- 1992– Seat Toledo
- 1993– Toyota Carina E
- 1994– Seat Ibiza
- 1995– Fiat Punto
- 1996– Audi A4
- 1997– Volkswagen Passat
- 1998– Alfa Romeo 156
- 1999– Audi TT
- 2000– Seat Toledo
- 2001– Seat Leon
- 2002– Renault Laguna
- 2003 – Renault Mégane
- 2004– Volkswagen Golf
- 2005– Citroën C4
- 2006– Volkswagen Passat
- 2007– Citroën C4 Picasso
- 2008 – Nissan Qashqai
- 2009- Citroën C5
- 2010– Volkswagen Polo
- 2011– Ford C-Max
- 2012– Peugeot 508
- 2013– Volkswagen Golf
- 2014– Seat Leon
- 2015 – Volkswagen Passat
- 2016 – Opel Astra
- 2017 – Peugeot 3008
- 2018 – Seat Ibiza
- 2019 – Peugeot 508
- 2020 – Toyota Corolla
- 2021 – Seat Leon
- 2022 – Peugeot 308
- 2023 – Renault Austral
- 2024 – BYD Seal
- 2025 – Citroën C3