Presença e sobriedade assentes em pisar afirmativo (Foto Citroën Media)

Bem proporcionado, elegante e diferente (Foto Citroën Media)

Dois defletores, uma curiosidade na traseira (Foto Citroën Media)

Modernidade num estilo habitual e sempre mais qualidade (Foto Citroën Media)

Instrumentação digital simplificada e com várias escolhas (Foto Citroën Media)

Seletor, modos de condução e travão de parque "em linha" na consola (Foto Citroën Media)

Cruise-control comanda-se unicamente no volante (Foto Citroën Media)

Ar condicionado "escapou", e ainda bem, à tentação minimalista (Foto Citroën Media)

Sobram alguns comandos para a parte inferior do tablier (Foto Citroën Media)

Atenção aos materiais e cuidado na montagem são evidentes (Foto Citroën Media)

Bancos Advanced Confort contribuem para a comodidade a bordo (Foto Citroën Media)

Espaço não é problema no banco traseiro (Foto Citroën Media)

Bateria rouba espaço à mala, ainda assim com 485 litros de capacidade (Foto Citroën Media)

Double Chevron enquadrado, como é hábito, em posição destacada (Foto Citroën Media)

Vistosos so relevos na moldagem do capô (Foto Citroën Media)

Originalidade nas óticas dianteiras sempre com vários pontos de luz (Foto Citroën Media)

Rasto luminoso marcado por duas barras que terminam em "V" (Foto Citroën Media)

Na ilharga, a distinção da escolha (Foto Citroën Media)

Jantes de 19 polegadas, calçam bem no C5 X (Foto Citroën Media)

Conforto, diferença, sobriedade e presença são, para mim, os quatro grandes argumentos que acompanham o novo Citroën C5 X. Depois de o ter conduzido na apresentação, fiz agora 400 quilómetros em Portugal com a versão Plug-in. Esperava mais em termos de economia, mas 6,3 litros de média final com apenas um carregamento é, pelo menos, honesto. O preço continua a fazer pagar a tecnologia: no mínimo 47 359€

O CX 5 Hybrid, é essa a designação, marca o regresso da Citroën a um segmento (D) em que tem tradições. E o novo modelo, espécie de crossover elegante três-em-um – compromisso entre a berlina, a carrinha e até um SUV (tem 19,4 cm de distância ao solo!) – cumpre os deveres como estradista marcante, quer pelo rolar suave, a boa insonorização e aquele pisar “aveludado” próprio de um automóvel confortável como poucos. E até os bancos (os tais Advanced Confort) ajudam, contribuindo para a empatia fácil com o automóvel e o ambiente a bordo.

Longilíneo, grande capô, Imagem ao estilo do coupé de quatro portas apresenta dimensões generosas (4,80 m) e proporções equilibradas. O estilo tem a virtude da diferença e curiosidades com os dois defletores traseiros, um no prolongamento do tejadilho, outro esculpido de forma original no portão. As grandes jantes de 19 polegadas ajudam a compor a imagem moderna e até desportiva.

Produto bem conseguido, este Citroën C5 X Hybrid que junta à originalidade das formas um nível de conforto próximo do superlativo, espaço para passageiros e bagagem, as qualidades do grande estradista, com prestações consideráveis e capaz de consumos interessantes. Não se esqueça de o carregar todos os dias para o rentabilizar…

Sempre na corrida ao rótulo de uma imagem cada vez mais próxima dos valores premium, o interior, muito personalizável, faz apelo a materiais da qualidade mínima exigida a este nível, combinados com o bom gosto que alimenta uma ambiente conseguido, também pelo design – desenvolvido na decoração com elementos alusivos ao Double Chevron – e atenção ao pormenor também nos acabamentos cuidados. Só o plástico da parte inferior do tablier destoa pela frieza e singeleza.

O espaço dispensa críticas à frente e atrás, onde, como é natural, um quinto passageiro é sempre penalizado pele dureza diferente do assento e do recosto que esconde o cómodo apoio de braços. Quanto a mala, a bateria reduz espaço, ficando a capacidade entre os 480 litros e os 1 685, com os bancos rebatidos. Plano de carga baixo e portão largo marcam pontos, numa solução honesta, até por as dimensões contribuírem para alguma folga.

 

Muito tecnologia e minimalismo

A Citroën em grande plano, de qualquer forma, neste C5 X que não dispensa a tecnologia com amplo recurso ao digital, com um painel de instrumentos simples associado a um ecrã central sob a forma de tablet com 12 polegadas com um interface completamento novo e atualizações em tempo real. Complicado é  haver só três botões para comandar tudo – parece-me de menos… O destaque vai para o Head Up Display, a cores, de grandes dimensões projetado no para-brisas com toda a informação necessária. Naturalmente, não falta o controlo por voz. E saúda-se que, no meio da tendência para o minimalismo, o ar condicionado tenha os práticos controlos físicos.

A consola integra o seletor de velocidades com o inevitável e-toggle, que continuo a não considerar a mais prática das soluções. Lá está também o comando dos quatro modos de condução e o travão de parque elétrico. A frente, a prateleira com o prático carregador wireless, sistema usado para o espelhamento do telemóvel no ecrã e a compatível com o AppleCar Play e o Android Auto.

A juntar a tudo isto radar, câmaras, sensores ao serviço de ajudas que passam pela condução autónoma de nível 2, cruise-control inteligente com stop&go. Ainda, monitorização do ângulo morto de longo alcance, alerta de tráfego traseiro, câmara traseira Top 360 Vision, acesso e arranque mãos-livres.

Números a considerar para um estradista

Tração dianteira, o Plug-in combina o bloco 1.6 PureTech com um motor elétrico de 110 cv, o que resulta na potência combinada de 225 cv e no binário de 360 Nm, gerido por uma caixa automática de oito velocidades com patilhas no volante. Em prestações, significa 7,9 segundos para acelerar de 0 a 100 e 233 km/h de velocidade máxima (135 em modo elétrico), números a considerar por quem quiser andar depressa.

Considerando estes números, poderá pensar-se num Citroën de propensão desportiva. Nada disso! O CX 5 é um estradista de eleição, certo, mas não exatamente um automóvel para uma condução empenhada na dinâmica. A tendência para abrir a trajetória (corrigida pelo ESP) se forçarmos a aceleração, própria de um tração dianteira, o compromisso da suspensão (apesar dos batentes hidráulicos)  que favorece algum balanceamento da carroçaria contrariam aquilo que até a estética pode sugerir. O binário assegura despacho apreciável.

Enquanto Plug-in, convém insistir, só faz sentido se o pudermos carregar todos os dias. São precisas 7 horas numa tomada normal, 3,25h a 3,7 kWh, uma hora e 45 a 7,4 kWh, o que implica mudar o carregador de bordo. A Citroën anuncia uma autonomia elétrica máxima de 55 km, não consegui mais de 35 – sempre com o ar condicionado ligado – quando a bateria a 98% prometia 44. Nos primeiros 100 quilómetros o consumo foi de 4,8, com muita autoestrada cumprida aos regulamentares 120 geridos pelo cruise control. No final, em 400 quilómetros, sempre com a mesma carga de bateria, 6,3 litros aos 100. Não acho mau e sobravam 120 km de autonomia.

O sistema funciona sem sobressaltos, a regeneração está em plano normal e a travagem permite um tato que até nem parece de um híbrido. Como é normal, no seletor da caixa existe um modo B para forçar a travagem regenerativa, o qual permite, nalguns a casos, dispensar o uso do travão.

Uma curiosidade, o computador de bordo, para 2 420 km percorridos, assinalava 26% do percurso com emissões zero

Produto bem conseguido este Citroën C5 X Hybrid que junta à originalidade das formas um nível de conforto próximo do superlativo, espaço para passageiros e bagagem, as qualidades do grande estradista, com prestações consideráveis e capaz de consumos interessantes. Não se esqueça de o carregar todos os dias para o rentabilizar…

 FICHA TÉCNICA

Citroën C5 X Hybrid 225

Motor: 1598 cc, injeção direta, turbo intercooler

Potência: 180 cv/6 000 rpm

Binário: 300 Nm/3 000 rpm

Motor elétrico: síncrono, magneto permanente

Potência: 110 cv

Binário: 320 Nm

Bateria: 12,4 kWh

Tempo de carga: 7,05 horas, tomada normal: 1,45 horas, carregador de 7,4 kWh

Potência combinada: 225 cv

Binário máximo combinado: 360 Nm

Transmissão: automática, oito velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0-100 km/h: 7,9 s

Velocidade máxima: 233 km/h

Consumo: média – 1,3 litros/100 kim

Emissões: 29 g/km

Dimensões: c/l/a – 4, 805/1,859/1,485 m

Peso: 1 697 kg

Bagageira: 485/1 560 litros

Preço: a partir de 47 359€