Rosto alterado, imagem inconfundível (Foto SP/Milhas)

Ainda diferente, original, muito americano (Foto SP/Milhas)

Mais simples e conseguido parece difícil (Foto SP/Milhas)

Tudo em pele sintética pespontada, qualidade percebida assinalável (Foto SP/Milhas)

Digitalização chegou ao painel de instrumentos também reconfigurável (Foto SP/Milhas)

Ecrã tátil recolocado e sistema Uconnected atualizado (Foto SP/Milhas)

Caixa automática de dupla embraiagem com seis velocidades (Foto SP/Milhas)

Botão de arranque no tablier não foi dispensado (Foto SP/Milhas)

Bancos recetivos e com bom apoio comandados eletricamente (Foto SP/Milhas)

Muito espaço para os passageiros do banco traseiro (Foto SP/Milhas)

Ar condicionado e todas as fichas para quem viaja atrás (Foto SP/Milhas)

Bagageira oferece 420 litros de capacidade (Foto SP/Milhas)

Jantes específicas em alumínio com19 polegadas (Foto SP/Milhas)

Tem o mesmo aspeto forte e atlético, imagem sempre americanizada, agora uma frente mais expressiva e um interior diferente e com maior qualidade percebida. É assim e com a mesma receita técnica, o renovado Jeep Compass que experimentei com a motorização 1.3 Turbo a gasolina com 150 cv e caixa automática de dupla embraiagem. Um SUV competente mesmo sem deslumbrar. A versão S que conduzi, bem equipada, custa cerca de 40 500€.

A grelha, ainda que redesenhada, continua a marcar a expressão do Compass. Mas os novos faróis, a procura de horizontalização dos elementos a sugerir um Jeep mais largo marcam diferença significativa e reforçam até o poder do SUV que já tem fabrico europeu (vem desde há algum tempo de Melfi, na Itália, pois claro).

A traseira continua a ser simples e conseguida. É servida por uma grande portão de abertura mãos livres, que inclui o óculo de pequenas dimensões, na linha de uma superfície vidrada pouco generosa, especialmente atrás, onde um pequeno segundo vidro ameniza as coisas.

Proporções  conseguidas, alto mas sem ter aquele aspeto de automóvel suspenso sobre as rodas, o Compass continua a ter personalidade muito própria, é diferente e, para mim, tem até um toque marcial que lhe assenta bem e ajuda a ver nele as capacidades de quem procura aquela oferta que convida a desfrutar os caminhos do lazer. As jantes 19 servem a expressão de força e ser Jeep ajuda para uma imagem bem explorada do SUV moderno.

Mais qualidade no interior

Melhorou substancialmente o interior. Destaca-se o tablier revestido a pele sintética pespontada, com apontamentos decorativos plásticos a simular a fibra de carbono e o crómio. A digitalização do painel de instrumentos, com disposição reconfigurável, traz-lhe outra modernidade, complementada pelo ecrã central tátil em posição mais elevada e com a mais recente geração do sistema Uconnected. O volante tem todas as regulações, o que, a par com os bancos elétricos, bem recetivos e com apoio suficiente, facilita a melhor forma de “afinar” uma posição de condução naturalmente elevada. A consola é simples, inclui o travão de parque elétrico e o comando da opção Sport e, obviamente, o seletor da caixa automática DCT. Nada a dizer quanto à ergonomia. Não faltam espaços para arrumos, mas a caixa sob o apoio de braços podia ser maior.

Formas retocadas e sempre originais e americanizadas, interior modernizado e melhor na qualidade, boa habitabiidade e mala razoável, cómodo e silencioso, o renovado Jeep Compass é um SUV competente mesmo que não surpreenda

Em termos de espaço, o suficiente na dianteira, acima da média no banco traseiro, com um encosto de braços central que, uma vez armado, permite o acesso à mala ou o transporte de objetos estreitos e compridos (habitualmente esquis). Há um túnel relativamente baixo, e a consola, que inclui saídas de ar condicionado, é um pouco intrusiva. Pormenores que penalizam o transporte de um quinto passageiro. Nada de anormal.

A bagageira tem 420 litros de capacidade, está dentro da média e é coberta por uma chapeleira rígida que funciona em articulação com a abertura do portão. Não há roda sobresselente e sob o fundo o espaço para os acessórios habituais.

Cómodo, silencioso, bom rolador

Cómodo, por via de uma suspensão suave, também silencioso, o Compass curva com à-vontade mas não está fadado para grandes habilidades. Em andamentos mais rápidos pode sentir-se a altura da carroçaria, mas não é essa a filosofia do SUV da Jeep. A direção é muito leve, pouco direta e pouco informativa e mesmo em modo Sport pedia-se outra resposta.

É, de todo o modo, um rolador de bom nível. A capacidade de aceleração pode não impressionar atendendo ao binário (270 Nm) deste 1.3 turbo muito equilibrado e redondo. Tem a ver com a caixa automática de dupla embraiagem e seis velocidades que, se contribui para tornar a condução muito cómoda e se desembaraça muito bem nos baixos e médios regimes, com trocas muito suaves, perde algum brilhantismo nos andamentos mais vivos, situação em que a resposta é menos rápida do que poderia esperar-se. Naturalmente, pode sempre recorrer-se ao modo manual, no seletor, pois não há patilhas no volante.

No que respeita a consumos este Jeep Compass 1.3 Turbo com caixa automática não impressiona. Em autoestrada, cruise control nos 120 km/h e apenas condutor a bordo, o computador de bordo marcou 7,3 L/100. A média geral, com um pouco de tudo, oscila entre os 7,5 e os 9 L/100.

A versão S que guiei vem bem recheada de equipamento: contempla, designadamente, estofos em pele, pespontados, com regulação elétrica nos bancos dianteiros também no apoio lombar, painel de instrumentos digital reconfigurável, ecrã tátil de 10,1 polegadas com navegação e sistema Uconnected, travão de estacionamento elétrico, alerta de colisão frontal, limitador de velocidade ativo, cruise control adaptativo, travagem autónoma com reconhecimento de peões e ciclistas, assistência à manutenção na faixa e rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito, luzes diurnas em LED e máximos automáticos, assistência automática ao estacionamento com câmara de marcha atrás, acesso mãos livres, ar condicionado automático, vidros traseiros escurecidos, jantes em alumínio de 19 polegadas, porta da bagageira de abertura assistida.

Formas retocadas e sempre originais e americanizadas, interior modernizado e melhor na qualidade, boa habitabilidade e mala razoável, cómodo e silencioso, o renovado Jeep Compass é um SUV competente mesmo que não surpreenda.

FICHA TÉCNICA

Jeep Compass 1.3 Turbo Gasolina 150 cv DCT

Motor: 1332 cc, gasolina, injeção eletrónica multiponto, turbo

Potência: 150 cv/6 300 rpm

Binário máximo: 270 Nm/ 1 560 rpm

Transmissão: caixa automática de dupla embraiagem com seis velocidades e modo sequencial

Aceleração 0-100: 9,5 segundos

Velocidade máxima: 200 km/h

Consumo médio: 6,6 – 7 L/100 Km (WLTP)

Emissões CO2:  155 – 159 g/km (WLTP)

Dimensões: (c/l/a) –  4 394/1 819/1 635 mm

Peso: 1 430 kg

Bagageira: 420/1 387litros

Preço: versão ensaiada, 40 521€