A aposta nos automóveis de caixa automática é cada vez maior, principalmente nos segmentos superiores do mercado, nos quais a escolha começa a privilegiar esta opção. Entre os clientes da oferta média, sobram ainda muitas dúvidas. O preço mais elevado e, sobretudo, as dúvidas sobre o consumo e, entre os jovens, a convicção numa resposta mais desportiva das transmissões manuais, e até a ideia de que o automático é para velhos e americanos, relegam a solução para segundo plano. Como em tudo, nada como experimentar!
Adepto convicto das caixas automáticas, tinha grande curiosidade em guiar uma Opel Astra Sports Tourer com a transmissão de conversor de binário que a marca tem vindo a utilizar, solução convencional, com seis velocidades, desprovida dos comandos no volante, que continuo a ver como mais valia indispensável, mesmo considerando que não se utiliza todos os dias. É mais caro e compreendo que possa haver outras prioridades na escala de um construtor. Neste caso, era, claro, de qualquer forma, uma pedra do sapato…
Ora, 350 quilómetros depois, entre a estrada e a cidade, seletor fixado no “D”, descobri que para aqueles que procuram uma condução mais cómoda e descontraída, esta carrinha Opel, com o diesel 1.6 na versão de 136 cv (320 Nm de binário máximo entre as 2000 e as 2250 rpm), responde cabalmente.

Descobri que para aqueles que procuram condução mais cómoda e descontraí­da, esta carrinha Opel (…) responde cabalmente

Boa surpresa
A surpresa maior foi até o consumo: 6 litros redondos no final da experiência fizeram-me sorrir. Verdade que terei optado por vestir a roupa de quem dispensa os comandos no volante e um caráter mais pessoal na condução. Verdade que, na cidade, não me contive, perdi muitas vezes a calma, e os valores subiram para a casa dos 9 litros aos 100. Verdade, também, que a um ritmo maio vivo, em autoestrada, dispensando o cruise control adaptativo, a média subiu para 6,5. Mas, no final, os tais 6 litros redondos afiguraram-se como valor até provavelmente alto para condutores “calmos”, aqueles que podem optar por um carro de caixa automática, e procuram comodidade na condução, o prazer de guiar no respeito, por exemplo, do princípio de ultrapassar apenas quando se torna necessário.
Os números oficiais da Opel registam uma média de 4,6 litros aos 100. O aumento das emissões de CO2 é significativo: de 109 para 122 g/km, com óbvio reflexo no preço final.
A ligação desta caixa com o cruise control adaptativo resulta num agradável exercício de relaxamento. Basta regular a distância para o carro da frente (três níveis de aproximação), “sair” quando se pode e deixar que a Astra Sports Tourer respeite, num crescendo convincente, o “esforço” para que está preparada. Nada mais simples – e que, facilmente, interiorizamos como natural.
Registe-se que, por comparação com a versão de caixa manual, em termos de aceleração ela é exatamente a mesma: 10,1 segundos de 0 a 100. A velocidade máxima baixa dos 205 para os 200 km/h.

É preciso mais se não quer chegar um quarto de hora mais cedo ao Algarve, nem arriscar uns pontos na carta? Parece-me que não!

Bom investimento
A “graça” custa 33 310 euros, o que significa 2300 euros pela caixa automática. Muito? Pouco?
Para mim, um investimento que vale a pena. Até porque Opel Astra Sports Tourer é proposta no nível Innovation, topo de gama, o que significa, entre outras facilidades, as imprescindíveis luzes LED Matrix, Opel Eye, com reconhecimento de sinais, sistema de manutenção na faixa de rodagem, alerta de colisão, travagem autónoma de segurança, travão de parque elétrico, LED diurnos, sensores de luz, chuva e estacionamento com câmara traseira, estacionamento automático, faróis de nevoeiro, alerta de ângulo morto, rádio Bluetooth, navegação, volante multifunções aquecido, computador de bordo, programador de velocidade com  limitador, ar condicionado e eletrónico bizona, bancos em pele e tecido, sistema de abertura de portas e ignição sem chave, retrovisor interior eletrocromático. Falta alguma coisa que faça falta?

FICHA TÉCNICA

Astra Sports Tourer 1.6 Innovation Cx. Aut.
Motor: 1598cc, turbodiesel, gasolina, injeção direta
Potência:136 cv/3500-4000 rpm
Binário máximo: 320 Nm/2000-2250 rpm
Transmissão: caixa automática de seis velocidades
Aceleração 0-100 km/h:10,1 s*
Velocidade máxima: 200 km/h*
Consumos: média – 4,5 L/100; estrada – 3,8; urbano – 5,7*
Emissões CO2: 119 g/km*
Mala: 540/1630 litros
Preço: 33 310 euros
*Valores com pneus de baixa resistência ao rolamento