Loading the player...

No fim do ano, o novo Porsche Cayenne chega a Portugal e com ele uma versão Turbo que não pode deixar de impressionar pelas prestações e por quanto representa de continuada evolução tecnológica.
Motor V8, 550 cv e o binário de 770 Nm gerido por uma transmissão automática Tiptronic de oito velocidades, tração integral, suspensão pneumática com três câmaras de ar, eixo traseiro direcional, diferencial traseiro ativo, vias alargadas atrás com possibilidade de montar pneus mais largos, travões revestidos a tungsténio – as novidades são muitas e o pacote alimenta a magia que rodeia os produtos da marca de Estugarda.
Mais de duas toneladas, construção sobre uma estrutura modular e maior recurso ao alumínio, que já constitui 47 por cento do total (dizem os técnicos que muito perto do limite do possível) e “rouba” mais 65 quilos ao peso, o Cayenne Turbo é uma máquina de respeito: acelera de 0 a 100 em 4,1 segundos (3,9 com o pacote Sport Chrono) e atinge os 286 km/h em velocidade de ponta.

A Porsche traz para o Cayenne o que oferece no 911 Turbo, a possibilidade de adequar a “downforce” e a aerodinâmica para melhorar a estabilidade

Os números são esclarecedores da capacidade do “bicho” mas, para tornar natural a grande eficácia do Cayenne Turbo, importa a realçar o trabalho notável desenvolvido na sua aerodinâmica, ao nível de um verdadeiro automóvel de competição.
No fundo, a Porsche traz para o Cayenne o que oferece no 911 Turbo, a possibilidade de adequar a “downforce” e a aerodinâmica para melhorar a estabilidade. É a primeira vez que a solução é adotada num SUV e também combinada com a utilização de um tejadilho de abrir.
Aletas “inteligentes”
O sistema chama-se Porsche Active Aerodynamics (PAA) e assenta num defletor ativo colocado no topo da tampa da mala, o qual levanta assumindo quatro posições para melhorar a aderência e o comportamento. Para começar, quando se atingem os 160 km/h o deflector inclina-se 6 graus; se o condutor acionar o modo Sport Plus (comando agregado ao volante) a inclinação passa para 12,6 graus; acima desta velocidade, e se o tejadilho estiver aberto, o deflector inclina-se 19,9 graus para compensar a turbulência; enfim, na posição “airbrake” ganha-se um travão aerodinâmico suplementar, e, entre os 170 e os 270 km/h, em caso de desaceleração, o defletor passa a ter uma inclinação de 28,2 graus – resultado: mais pressão sobre o eixo traseiro, mais estabilidade na travagem que, em caso de ser “a fundo”, assegura um ganho de até dois metros na distância de imobilização!
A sofisticação do sistema vai mais longe e passa, no caso também em todos os Cayenne, por aletas de refrigeração ativas nas entradas de ar sob a grelha frontal. Segundo a Porsche, consegue assim resolver-se o conflito entre o arrefecimento e a aerodinâmica. Estas aletas, uma vez fechadas diminuem a resistência ao ar e o seu movimento “inteligente” permite regular o fluxo das aberturas de ar para refrigeração. O controlo é independente.
Todos os Cayene dispõem ainda do chamado Air Curtain, um sistema que canaliza a saída do ar das cavas das rodas, minimizando as turbulências por elas geradas. As entrada de ar exterior asseguram que o fluxo seja ainda maior.
Enfim, o fluxo de ar sob o Cayenne é melhorado pelo revestimento quase integral da parte inferior da carroçaria.
Soluções inspiradas na competição e que são documentadas no vídeo da Porsche aqui reproduzido.

O revestimento quase integral da parte inferior da carroçaria também contribui para apurar a aerodinâmica (Foto Porsche)