Este DS7 Cossback e-Tense 4x4x combina um motor 1.6 a gasolina, com 200 cv, e dois motores elétricos de 110cv, atrás, e 112 cv, à frente. Este, aliás, está associado à caixa automática de oito velocidades (assegura o boost), o traseiro permite a tração integral. A soma de tudo isto, traduz-se numa potência combinada de 300 cv e no binário de 520 Nm. São valores respeitáveis a permitir que não surpreendam as prestações de 5,9 segundos de 0 a 100 e 234 km/h em velocidade de ponta, apesar dos 1900 quilos de peso… Quando se pisa forte no acelerador, ele “anda” mesmo…
As baterias (iões de lítio: 13,2 Kw/h) estão colocadas sob o banco traseiro e atrás delas, sob o fundo da mala, o segundo motor elétrico, que assegura a tração integral, e o carregador. A solução permite que a DS anuncie que não se perde capacidade na bagageira, estão disponíveis uns respeitáveis 555 litros, mas a verdade é que não existe o espaço para a roda sobresselente… E isso num SUV com capacidade para ir à terra significa muita confiança no kit antifuro.
Cinco modos de condução e suspensão pilotada
Agradável de guiar, espaçoso, conforto elevado e reconhecido a versão híbrida do DS7 continua a beneficiar do sistema de suspensão pilotada, a qual responde às condições do piso através das informações de uma câmara. Entra em acção quando se opta pelo modo Conforto associado ao funcionamento híbrido.
Nas zonas sinuosas, a eficácia não está em causa, mas não deixa de notar-se algum adornamento da carroçaria, natural para as dimensões – 4,57 m de comprimento, 1,62 de altura. Os outros dos cinco modos de condução são o elétrico, para o qual se anunciam até 58 de autonomia, valor otimista segundo a minha experiência ao volante; o Sport, para desfrutar dos 300 cv e de uma resposta mais agressiva; e o 4X4, o qual garante o máximo de tração e será util na terra, na lama e na neve.
Conforto, espaço, potência e razoável economia caraterizam este DS7 Crossbak e-Tense 4×4, grande SUV que se revela um belo estradista, ágil para as dimensões e agradável de guiar. Equipamento, exclusividade e rótulo Premium fazem-se pagar
Os modos de condução comandam-se num interruptor na consola e o funcionamento do sistema e as mudanças entre o motor de combustão, os elétricos ou a combuinação de todo o conjunto são impercetíveis. Também o funcionamento da transmissão Aisin de oito velocidades dispensa reparos e parece ganhar com a associação ao motor elétrico dianteiro.
A caixa de velocidades, comandável através de patilhas no volante com resposta “civilizada” como é sabido, continua a incluir a posição B, a função break que aumenta a capacidade de regeneração. A desaceleração é menos sensível do que nos 100 por cento elétricos, mas, ainda assim, mesmo nas descidas mais íngremes é difícil não ter de “aconchegar” o acelerador ao cabo de alguns segundos…
Os consumos e a diferença de “carregar”…
Em termos práticos, e ressalvando, uma vez mais, que os Plug-in são para carregar sempre que se utilizam para haver rendimento, os consumos não afinam por números daqueles que mais surpreendem. Fiz 4,7 l/100 guardando energia para 10 quilómetros, e depois de ter esgotado a bateria e percorrido 200 quilómetros a média era de 5,1 litros, com a maior parte do percurso com quatro pessoas a bordo e em ritmo de passeio. Terei feito metade do caminho com emissões zero.
Em autoestrada, em modo híbrido e com o cruise-control nos 120 km/h consegui 7,2 e no final de 323 quilómetros o computador de bordo indicava 6,3 litros aos 100. Sempre menos do que na versão a gasolina de 225 cv, mas mais do que o “velho” diesel de 180 cv . Todos os valores foram alcançados com o ar condicionado em funcionamento e no DS7 o sistema não passa pela bomba de calor.
A propósito de carregamento, convém saber que com uma wallbox de 7,4 kw 1,45 horas bastam para ter a bateria a 100 por cento; numa tomada normal conte com oito horas.
As diferenças para o crossback com motor de combustão, além dos logótipos, são poucas. É outra claro, a informação a bordo, no painel digital configurável e no grande ecrã central com os grafismos do fluxo e o acesso a funções específicas como a possibilidade de guardar energia (e-save) para a utilizar onde a eficiência é superior, no meio urbano.
O resto é o que sabe de um SUV que expressa o melhor do requinte francês, mesmo que com algumas cedências ao gosto asiático, o que não surpreende pela aposta da marca no importante mercado chinês, onde até se iniciou a saga do DS7.
Muito equipamento
A versão testada foi uma Grand Chic Opera, verdadeiro catálogo de equipamento com 5 900 euros de extras. São de série os faróis em LED, lux ambiente na mesma tecnologia, jantes se 19 polegadas, navegação, Bluetooth, sistema áudio com oito altifalantes, recarga de telemóveis sem fios e o relógio retrátil BRM. Acrescia o pacote “easy acess”, espelhos retrovisores electrocromáticos, câmara traseira e imagem de 360 graus, tejadilho panorâmico deslizante, pedaleira em alumínio, sistema áudio Focal com 14 atifalantes, climatização trizona, sistema Night Vision, DC Connected Pilot e faróis activos.
Conforto, potência e razoável economia caraterizam este DS7 Crossbak e-Tense, grande SUV que se revela um belo estradista, ágil para as dimensões e agradável de guiar. Equipamento, exclusividade e rótulo Premium fazem-se pagar.
FICHA TÉCNICA
DS7 Crossback e-Tense 4×4 Grand Chic Opera
Motor: 1598 cc, gasolina, turbo, intercooler, injeção direta
Potência: 200 cv/5500 rpm
Binário máximo: 300 Nm/3000 rpm
Transmissão: automática eletrificada com oito velocidades, patilhas no volante
Motores elétricos: 112 cv, à frente; 110 cv, atrás
Bateria: iões de lítio, 13,2 kw/h
Potência combinada: 300 cv
Binário máximo combinado: 520 Nm
Aceleração 0-100: 5,9 segundos
Velocidade máxima: 234 km/h
Consumos: média – 1,3 L/100
Autonomia elétrica: 58 quilómetros WLTP
Emissões CO2: 30 g/km
Mala: 550/1752 litros
Preço: 66 950 euros, versão ensaiada; desde, 57 950 euros.