Rosto bem maquilhado, sempre com sistema de luzes ousado (Foto DS)

Elegância e classe num perfil bem esculpido (Foto DS)

Traseira robusta com detalhes vistosos (Foto DS)

Modernidade sem toques de futurismo despropositados (Foto DS)

Volante bem dimensionado e de boa pega e todo um mundo digital (Foto DS)

Grande Head-Up-Display revela-se muito útil (Foto DS)

Só o touch-pad está a mais, mas o e-toggle da caixa de velocidades também não é a solução mais prática (Foto DS)

Pele é um complemento que liga bem com o luxo dos bancos (Foto DS)

Elevadores dos vidros, enfim, nas portas dianteiras (Foto DS)

Acabamentos exemplares e bons materiais em ambiente de algum requinte (Foto DS)

Conforto para dois passageiros no banco traseiro (Foto DS)

Consola disponibiliza ar condicionado para a traseira e inclui duas fichas USB-C (Foto DS)

Muito elaborado e tecnológico o sistema de iluminação frontal (Foto DS)

Efeito escamado gravado a laser nas luzes traseiras (Foto DS)

Fechos das portas são embutidos e destacam-se para as operações de abertura e fecho (Foto DS)

Na frente do capô o distintivo emblema da marca (Foto DS)

E no portão traseiro a identificação da tecnologia PHEV (Foto DS)

Porta de carregamento atrás, do lado do condutor (Foto DS)

Um efeito decorativo que continua a acompanhar estes SUV franceses (Foto DS)

Jantes sempre de dimensões generosas para toda a gama (Foto DS)

Radiografia do sistema E-tense, com a bateria sob a bagageira (Foto DS)

Quando deixei o DS4 E-Tense dei comigo a pensar se este não será o melhor produto da marca. É complicado ajuizar face à recente “concorrência” interna. Mas que este SUV além de vistoso – e foi premiado por isso – respeita o que a DS tem de melhor, disso não há duvidas. Para mim, este Plug-in é trabalho de alta costura francesa sobre rodas. Bem feito!

Equilibrado, requintado e cómodo, competente e, ainda por cima, vestido com estilo atrativo, este DS4 dificilmente passa despercebido. E se os automóveis começam a  ver-se por fora, este é daqueles que nos convida imediatamente para dar uma mirada no interior, já que de corte e linhas estamos falados: elegante, conseguido.

No habitáculo, deparamos com uma lição de bom gosto. Na escolha dos materiais e no design, ainda com a influência dos losangos, pormenores muito elaborados, um ambiente requintado, neste caso marcado pela alcântara que cobre tablier, consola e chega às portas, a par com plásticos suficientemente agradáveis ao toque para tirar a frieza mesmo a um interior dominado pelo negro.

O DS 4 E-Tense conquista pelo estilo e pelo requinte do interior, cumpre no espaço, marca pontos no conforto, tem a competência que se exige da máquina com 225 cv e consegue autonomia elétrica e consumos interessantes. O preço carrega a tecnologia…

Sobra o contraste do metalizado semi-brilhante que acaba por não chocar, nas poucas teclas que restam da invasão digital, ainda extremada ao ponto de nem dispensar o controlo da climatização. Finalmente, a “novidade” de os elevadores dos vidros estarem  nas portas…

Um Head-Up-Display que domina tudo

Ora, como nem tudo sai sempre certo, mantém-se o pequeno ecrã que pretende ser um rato para ajudar nos comandos. Pode ser embirração, mas não gosto e parece que algumas marcas já perceberam da pouca praticabilidade do sistema… E mantendo as críticas, talvez o painel de instrumentos pudesse ser maior e o ecrã tátil central oferecer mais menus, além de uma utilização mais intuitiva. O hábito resolve, claro. E o grande e dominador  Head-Up-Display projetado no para-brisas dispensa-nos de olhar para os instrumentos.

Mas voltando àquele ambiente muito “fashion” temos excelentes bancos em pele, com bom apoio lateral, no prolongamento da consola um apoio de braços com caixa no sítio certo, um volante que alguns acham pequeno e considero adequado e com excelente pega, fazem-nos sentir bem a bordo. Até por não faltar espaço, também atrás, melhor para as pernas, já  que o tejadilho inclinado pode sempre complicar a vida a quem sai das medidas normais… Mas a verdade é que nem o acesso se afigura penalizado pela solução. O túnel é baixo, o lugar central, mais limitado, “sofre” ainda com o apoio central, a comodidade, sem surpresa, atinge o pleno com duas pessoas, que contam com saídas de ar condicionado e duas tomadas USB-c.

Quanto à mala vai dos 390 aos 1190 litros com os bancos rebatidos, capacidades dentro da mediania na oferta dos PHEV…

E a máquina? Pois bem, o DS4 segue uma receita típica da raiz francesa da Stellanis: combina um quatro cilindros 1600 turbo de 180 cv com um motor elétrico de 110 cv, montados à frente. A caixa é a conhecida Aisin automática de oito velocidades com patilhas no volante e comandada na consola pelo agora transversal e-toggle, que continuo a achar menos prático do que o antigo e ergonómico manípulo. Mas tudo quanto não seja teclas ou botões parece ter passado à história…

Conforto de marcha e silêncio são marcantes

Muito agradável de guiar, rolador por excelência, o DS4 marca-nos imediatamente pelo conforto de marcha e pelo silêncio a bordo, mesmo quando é o motor a combustão a mover o veículo. Um excelente trabalho de insonorização que é acompanhado da ausência de ruídos no interior e mesmo de natureza aerodinâmica, quando circulamos em autoestrada e eles são mais frequentes.

O sistema híbrido tem um funcionamento suave, fica a ideia de que a capacidade de regeneração está longe de corresponder à expetativa, mas a verdade é que a bateria, mesmo em baixo, não deixa de auxiliar a aceleração e de nos recordar os 360 Nm de binário combinado, e de continuar a assegurar mais quilómetros de emissões zero.

Com 1680 quilos, prestações interessantes – 7,7 segundos de 0 a 100 e 233 km/h de velocidade máxima –, este DS4 não tem temperamento desportivo, mas a verdade é que, como se percebeu, mesmo não sendo repentista, despacha-se muito bem e assegura andamentos mais vivos do que aquela comodidade tradicional deixa adivinhar.

Provocado na medida das suas capacidades, e recorrendo ao modo Sport (Elétrico, Conforto, e Individual são os restantes, comandados na consola) responde a contento. Curva com mordacidade q.b. e no limite responde como um tração dianteira, subvirador, controlável sem problemas e que o ESP põe nos eixos sem sobressaltos e fazendo-nos sentir seguros. Competente, também por a direção, nestas circunstâncias mais direta, contribuir para condução mais agressiva. A afinação normal tem pouco peso, mas ajusta-se à filosofia do bom estradista cómodo por excelência.

Consumos e automomia razoáveis, muito equipamento

No que respeita a consumos, em modo elétrico, consegui entre 38 e 45 quilómetros de autonomia, de acordo com uma utilização incluindo percursos suburbanos mais rápidos e a cidade. Nos primeiro 100 quilómetros, com quatro pessoas a bordo, o computador de bordo indicou a média de 5,3 litros; em autoestrada, a 120 km/h regulados pelo cruise control inteligente, já em modo híbrido, o consumo foi de 7,2. A média geral, apenas com uma carga de bateria, foi de 6,5 litros para 240 quilómetros; sobravam 235 quilómetros de autonomia (475 quilómetros para um depósito de 40 litros).

Em termos de equipamento, toda a gama contempla sensores de luz  e de estacionamento, arranque mãos-livres sem chave, climatização automática bi-zona, ecrã tátil de 10 polegadas, rádio com Bluetooth, Mirror Screen e entrada USB, faróis dianteiros ECO LED, faróis traseiros em LED, assistência ao arranque em planos inclinados, jantes em liga leve, luzes diurnas em LED, painel de instrumentos digital de 7 polegadas, puxadores das portas embutidos de abertura através do comando, alerta de saída de faixa com correção automática, reconhecimento de sinais trânsito, alerta de cansaço do condutor, alerta de colisão dianteira com travagem de emergência (até 140 km/h),  programador com limitador de velocidade, retrovisor interior eletrocromático, retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente, travão elétrico de estacionamento.  O Performance Line que guiei, topo de gama, apresenta interior  em alcântara preto, bancos específicos, consola central e o painel de instrumentos também revestidos no mesmo material, sendo que o volante forrado a couro apresenta uma inserção em carbono forjado e costuras especiais.

O DS 4 E-Tense conquista pelo estilo e pelo requinte do interior, cumpre no espaço, marca pontos no conforto, tem a competência que se exige da máquina com 225 cv e consegue autonomia elétrica e consumos interessantes. O preço carrega a tecnologia…

FICHA TÉCNICA

DS 4 E-tense 225 cv Performance Line

Motor: 1598 cc, injeção direta, turbo, intercooler

Potência: 180 cv/6 000rpm

Binário máximo: 250 Nm/1 750 rpm

Motor elétrico: síncrono, magneto permanente

Bateria: iões de lítio, 12,2 kWh

Potência: 110 cv

Binário: 320 Nm

Potência combinada: 225 cv

Binário máximo combinado: 360 Nm

Transmissão: caixa automática de oito velocidades com patilhas no volante

Aceleração 0-100 km/h: 7,7 segundos

Velocidade máxima: 233 km/h

Consumos: misto – 1,3 litros/100 km (WLTP)

Autonomia elétrica: 55 km

Emissões CO2:  30 g/km (WLTP)

Dimensões: c/l/a – 4 400/1 866/1 470 mm

Peso: 1 628 kg

Bagageira: 390/1190 litros

Preço: 41 500€; desde 38 500€