Identidade reconhecida e muita personalidade (Foto Stellantis)

Traseira bem trabalhada com óticas a ajudar a imagem da berlina "agarrada" à estrada (Foto Stellantis)

Elegância em mais de quatro metros de meio bem estilizados (Foto Stellantis)

Bom gosto, requinte, imagem premium (Foto Stellantis)

Painel de instrumentos oferece cinco configurações (Foto Stellantis)

Saúda-se o seletor, menos práticos o comando dos vidros na consola (Foto Stellantis)

Bancos tipo bracelete, têm belo design e são cómodos (Foto Stellantis)

Uma nota da qualidade a bordo e da atenção ao pormenor (Foto Stellantis)

Espaço e comodidade no banco traseiro (Foto Stellantis)

Apoio de braços traseiro revela preocupação com a melhor vida a bordo (Foto Stellantis)

Peça de classe, não falta o relógio analógico BRM rotativo (Foto Stellantis)

Full LED em complemento da assinatura luminosa muito própria (Foto Stellantis)

Losangos presentes no "escamado" das luzes traseiras (Foto Stellantis)

"Cornettes" pretendem recuperar os icónicos piscas traseiros dos DS 19/21 (Foto Stellantis)

Tomada de carregamento em porta igual e oposta à do combustível (Foto Stellantis)

Jantes específicas de 19 polegadas (Foto Stellantis)

Na tampa da mala, a designação da diferença (Foto Stellantis)

Rolador de eleição, conforto superlativo, requinte ao nível do automóvel estatutário e aí está um retrato simples do DS9 E-Tense, a grande berlina que faz jus à tradição e serve de nova bandeira da marca francesa. A versão PHEV de 250 cv basta para alimentar a imagem do savoir-faire gaulês que, desta feita, chega da China. Custa desde 64 000€, na versão mais equipada.

São mais de quatro metros e meio de elegância ao estilo os chamados coupés de quatro portas e uma distância entre eixos sem igual (2,89 metros), dimensões, exteriores e interiores – espaço de sobra – que vão além do comum num automóvel do segmento D. Será a maior influência asiática do DS9 que, afinal, revela-se bem francês.

A frente não dispensa as DS Wings, é muito personalizada, com a grande grelha que recupera o efeito tridimensional do diamante e uns grupos óticos bem presentes em LED e prontos para aquele bailado de luzes já usado no DS 7.

Depois, não faltam pormenores distintivos. Antes de mais, a cortar o capô, uma fina tira, como se fosse um sabre, naquele “martelado” do chamado guilhoché Clous de Paris, assinatura do interior que passa a marcar também a carroçaria. Atrás, é a curiosidade da evocação das famosas cornettes, os piscas elevados do “velho” DS, neste caso encastradas no pilar e usadas como luzes de presença. Originalidade numa traseira bem conseguida que não dispensa também as luzes com os losangos em efeito de escama.

Será o DS… mais DS. Pelo que retoma e potencia da tradição da marca que nos remete para um conseguido ambiente de conforto, requinte e bom gosto. Nota alta para o equilíbrio dinâmico e para a razoabilidade dos resultados enquanto PHEV. O preço é o que pode ser…

O interior é uma montra do que a DS faz de melhor. Desde logo, marca o facto de o interessante tablier ser em pele, na versão Rivoli +. A digitalização é total, o painel central táctil está bem integrado, o volante multifunções é pequeno e vistoso como nos Peugeot. Não falta o relógio BRM rotativo sobre o botão de ignição a meio do tablier. Enfim, o bom gosto conhecido, no caso replicando na consola soluções conhecidas e nem todas brilhantes, apesar do aspeto, para os comandos dos vidros (no DS4 já estão “no sítio certo”, as portas…), travão de mão elétrico, e interruptor dos modos de condução. De saudar, a manutenção do emblemático seletor de velocidades da caixa automática que está a ser substituído pelo menos prático e-toggle…

Não podemos deixar de reparar nos bancos em pele a que a marca chama tipo bracelete, no tejadilho forrado a alcantara, um ambiente de classe próprio, afinal, de uma marca que reclama o estatuto Premium e faz tudo por merecê-lo. É difícil não nos sentirmos bem a bordo desde DS.

O digital está omnipresente; o painel de instrumentos oferece cinco escolhas, o infoentretenimento fica uns furos abaixo do desejável em rapidez, e é pena o ar condicionado não ter comandos separados; os botões táteis deviam ser mais práticos e talvez maiores para tornar a operação mais funcional. E, como nem tudo é perfeito, custa a perceber a falta do head-up-display num automóvel assim.

A solução motriz assenta em receita conhecida. Ao 1.6 Puretech de 200 cv a gasolina associa-se a um motor elétrico de 110 cv integrado na caixa automática de oito velocidades, com patilhas fixas na coluna do volante. A potência combinada é de 250 cv, o binário de e a eletrificação contempla uma bateria de iões de lítio 15,6 kWh. O carregador interno é de 7,4 kWh, o que significa a possibilidade d ecerca de duas horas chegarem para garantir a carga numa wallbox ou num posto público, utilizando o cabo de série.

Em plena capacidade, o DS 9 E-Tense acelera de 0 a 100 em 8,1 segundos, o que nem surpreende, e atinge os 240 km/h em velocidade de ponta. Em modo elétrico, o qual pode ser forçado e contempla a possibilidade de reserva de energia, chega aos 135 km/h.

Ao volante, o DS9 E-Tense é uma berlina rápida q.b. Não é um repentista, mas progride com naturalidade ao ritmo da caixa automática de oito velocidades, que podemos comandar no volante, sem grandes ganhos. Incluindo, no modo Sport (os outros são Conforto, Híbrido e Elétrico), com um mapeamento que interfere com o acelerador, caixa de velocidades, direção e suspensão e garante resposta mais pronta.

Pormenor a merecer referência é a DS Active Scan Supension, sistema que integra uma câmara posicionada no topo do para-brisas, a qual faz a leitura da estrada, ao mesmo tempo que quatro sensores de inclinação e três acelerómetros registam todos os movimentos da carroçaria e transmitem a informação a um computador capaz de atuar individualmente sobre o amortecedor de cada roda para aumentar a segurança e o conforto.

O resultado é impressivo, a solução só não chega para fazer deste DS9 uma máquina de grande manobrabilidade em zonas sinuosas, mesmo que ele não se acanhe. Mas mais de quatro metros e meio não ajudam. É outra a sua praia e nas grandes curvas em apoio, por exemplo, fica bem patente a eficácia do sistema.

Mas é de um PHEV que se trata e importa, por isso, falar de autonomia elétrica e de consumos. As promessas são 61 km em modo elétrico e um consumo médio de 1,1 litros aos 100. Optei por rodar sempre em modo híbrido e nos primeiros 100 quilómetros consegui a média de 4,9 litros aos 100 com a indicação de 41quilómetros em modo elétrico. Sem carga na bateria, o resultado em autoestrada andou entre 7,2 (com cruise control) e 6,4 litros/100 km. Média final para 340 km apenas com um carregamento, 7,2 litros/100 km. O computador de bordo indicava que 30% do percurso (102 km) tinham sido percorridos com emissões zero! Números que me parecem muito razoáveis.

Em termos de equipamento, esta versão contava com alerta de desvio de trajetória com correção automática de direção, travagem automática de emergência, reconhecimento de sinais de trânsito, programador de velocidade com limitador, sensores de estacionamento e câmara traseira, sistema de faróis DS Active LED Vision, bancos dianteiros aquecidos com comando elétrico (memórias no do condutor), sistema de acesso e arranque sem chave, painel de instrumentos totalmente digital, sistema de informação e entretenimento com ‘Mirror Link’ e navegação conectada, e jantes em liga leve de 19 polegadas. Entre as opções conta-se o sistema Night Vision e os bancos traseiros aquecidos, com ventilação e massagem.  Estão ainda disponíveis a condução autónoma de nível 2 e Park Pilot,

Será o DS… mais DS. Pelo que retoma e potencia da tradição que nos remete para um conseguido ambiente de conforto, requinte e bom gosto. Nota alta para o equilíbrio dinâmico e para a razoabilidade dos resultados enquanto PHEV. O preço é o que pode ser…

FICHA TÉCNICA

Citroën DS9 E-Tense Rivoli +

Motor: 1598 cc, gasolina, injeção direta, turbo, intercooler

Potência: 200 cv/6 000 rpm

Binário máximo: 300 Nm/3 000 rpm

Motor elétrico: 110 cv, síncrono, magneto permanente

Binário: 320 Nm

Bateria: 15,6 kWh, iões de lítio

Carregador: 7,4 kWh

Tempo de carga: 3,32 h

Potência combinada: 265 cv

Binário combinado: 360 Nm

Transmissão: caixa automática de oito velocidades

Aceleração 0-100: 8,1 segundos

Velocidade máxima: 240 km/h (135 km/h em modo elétrico)

Consumo: média – 1,1 litros/100 km (bateria carregada)

Emissões CO2: 33 g/km

Dimensões: (C/L/A) –  4 500/1 865/1 650 mm

Peso: 1893/1999 Kg em função do equipamento

Bagageira: 501 litros

Dimensões: c/l/a – 4,573/1,932/1,46 m

Peso: 1 814 kg

 

Preço: versão ensaiada (Rivoli +), a partir de 64 000€; Performance Line, desde 62 100€