As capacidades do novo Dacia Duster enquanto 4×4, mesmo que o sistema de tração seja igual ao do veículo ainda em comercialização, devem ser relevadas quando se atende ao preço a pagar pela versatilidade das quatro rodas motrizes. O modelo atual custa 21 950 euros, com a motorização 1.5 DCi de 110 cv, aquele que aí vem, ainda não se sabe quando, terá um preço aproximado, de acordo com as promessas que ouvimos aos responsáveis da marca romena da Renault na apresentação internacional.
É verdade que o Duster não faz mais do que os outros mas, a naturalidade com que se desembaraça nas situações comuns em pistas de obstáculos, convence e faz dele uma opção séria para quem quer um veículo 4×4 destinado a utilização mais radical e não apenas, por exemplo, uma proposta a considerar para aqueles que têm de enfrentar a neve ou a lama com frequência. E sempre para todos os que não querem gastar muito dinheiro…
Na versão 4×4, o Duster continua a contar com um eixo traseiro multibraços, desenvolvido especificamente para os modelos com tração às quatro rodas. O sistema, disponível apenas com a caixa manual de seis velocidades, com uma primeira relação muito curta (7,79 km/h para 1000 rpm), disponibiliza três modos de utilização que permitem adaptar a utilização de forma a ultrapassar as principais dificuldades do todo-o-terreno. Um comando rotativo na consola permite, facilmente, gerir as três opções: Auto, Lock e 2WD.
No modo Auto, o binário é distribuído automaticamente em função das condições de aderência. É a resposta que garante a otimização entre o comportamento em estrada e a melhor motricidade face ao tipo de piso. Daí, em situação normal, o Duster funcionar como um tração dianteira mas, logo que as condições de aderência o exijam, parte do binário é transferido para as rodas traseiras e temos um 4×4 em ação.
Nas superfícies acidentadas, lama, terra ou areia deve utilizar-se o modo Lock que tranca, automaticamente a transmissão 4×4. A velocidade, como de costume, é limitada e fica garantido um controlo do motor e da travagem adaptado a uma utilização 4×4.
Enfim, no modo 2WD, o Duster funciona exclusivamente como um tração dianteira, consumirá menos e, claro, terá um mais baixo nível de emissões.
Com a parte inferior reforçada, a exemplo da versão 4×2, este Duster mantém a distância ao solo de 21 cm e apresenta interessantes ângulos de passagem: 30 graus para o ângulo de ataque, 21 para o ângulo central e 34 para o ângulo de fuga (33 no 4×2). O sistema de tração integral acarreta um aumento de peso na ordem dos 90 kg.
O Dacia Duster 4×4 dispõe ainda do prático sistema de assistência nas descidas (atua sobre os travões e mantém a velocidade nas grandes inclinações), tem instalado um sistema multicamâras, que garante um visão de 360 graus em imagens no ecrã central, o qual pode também exibir uma bússola e os indicadores dos diferentes ângulos de inclinação.
Em função do eixo traseiro multibraços específico, a bagageira do 4×4 perde capacidade: 467/1623 litros.
A oferta continuará limitada ao 1.5 DCi de 110 cv (260 Nm de binário máximo) com caixa manual de seis velocidades. Os consumos sobem ligeiramente (média anunciada de 4,7 litros/100, o mesmo valor na estrada e 4,8 no percurso urbano) e as emissões de CO2 são mais elevadas (123 g/km). O Duster 4×4 perde velocidade de ponta (169 km/h) e capacidade de aceleração (12,4 segundos de 0 a 100). É claro, quem só precisar de um SUV para uns passeios em estradas de terra, tem a versão 4×2 – bastante mais barata.
Na pista, experimentar tudo isto é divertido mas, sobretudo, esclarecedor. No modo Auto, faz-se praticamente tudo quanto não seja radical e, engrenando o Lock, aceitam-se os desafios. O vídeo dá uma ideia.