Controverso no estilo, mais moderno por dentro, bem equipado, para já só com um motor 1.5 a gasolina (163 cv), aí está o Mitsubishi Eclipse Cross, um SUV que faz honras à escola da marca e terá sido o último modelo projetado pelo emblema do triângulo, agora ligado à aliança Renault-Nissan. Tem preços a partir dos 26 700 euros.

É mais um SUV para a guerra do segmento C, onde tem reinado o Nissan Qasqhai. O estilo, e principalmente o design da traseira, faz dele um daqueles modelos capazes de alimentar a discussão em casa de quem pensa em comprar um Eclipse Cross… Há, seguramente, quem se deixe tentar pelo perfil conseguido e a dianteira modernaça e agressiva, para desculpar a traseira com o vidro duplo separado pela “barra de luz”, uma solução que nem é nova e até tem efeitos na visibilidade… É uma interpretação que se entende mais como arrojada do que feliz, mas gostos são o que são.

Generoso no espaço do habitáculo, também no que respeita à bagageira tem pormenores interessantes de modularidade, como o avanço em separado (20 cm) dos bancos traseiros (60×40), que garante uma série de soluções para o melhor compromisso no transporte de bagagem e passageiros

De resto, é um carro de imagem desportiva, bem proporcionado (4,405 metros de comprimento; 1,805 de largura e 1,685 de altura), com boa postura em estrada, um SUV daqueles que não parece “pendurado”nas rodas, no caso jantes em liga de 18 polegadas, o que ajuda a compor o conjunto conferindo-lhe mais peso.

Generoso no espaço do habitáculo, também no que respeita à bagageira (341/448 litros) tem pormenores interessantes de modularidade, como o avanço em separado (20 centímetros) dos bancos traseiros (60×40), que garante uma série de soluções para o melhor compromisso no transporte de bagagem e passageiros.

Esforço de modernização

Num primeiro e breve contacto, percebe-se também o bem sucedido esforço de modernização ao nível do interior, com um design menos frio e um ambiente mais jovem. Preocupação que se estende à imagem tecnológica, mais do que pelo grafismo da instrumentação e dos menus do ecrã tátil de 7 polegadas, ao estilo de tablet flutuante, que domina o habitáculo, pelo “touchpad” semelhante ao do rato do computador que permite controlar o sistema áudio e o Apple Car Play. A filosofia é a do eixo horizontal, com “dois andares” de comandos que resultam em ergonomia convincente. O Head Up Display de lâmina e com ecrã de cristal a cores é de série e fornece informações que vão da velocidade ao cruise control, alerta e desvio de faixa, mitigação de colisões frontais e setas para a navegação quando combinado com a funcionalidade MMC.

A qualidade percebida sobe uns furos e os materiais utilizados, entenda-se os plásticos (é almofadado na parte superior do tablier), estão ao nível daquilo que se exige num automóvel deste tipo e aptos para a guerra que tem ajudado a valorizar, de um modo geral, o ambiente dos produtos do segmento C. É a aplicação de um estilo muito japonês em que a Mitsubishi tem vindo a crescer. São usadas extensões em carbono e em piano black bem como acabamentos cromados. O efeito é interessante.

Debaixo do capô está um quatro cilindros 1.5 a gasolina com injeção direta e stop&go que debita 163 cv e 250 Nm de binário máximo entre as 1800 e as 4500 rpm. Pode ser gerido por uma caixa manual de seis velocidades ou por uma CVT “desdobrada” em oito relações. A aceleração 0-100 faz-se em 10,3 segundos, o que dá uma ideia do “nervo” deste Eclipse Cross, o qual, num breve contacto, com duas pessoas a bordo, até se mostrou despachado q.b. A velocidade máxima é de 205 km/h.

Versão 4×4 é Classe 2

Não falta, claro, a versão de quatro rodas motrizes, com outras capacidades, apenas transmissão de variação continua – numa solução que recorre a um sistema que a Mitsubishi diz que reduz a sensação de atraso na resposta. Tem funções de assistência em subida e descida e kick-down de resposta rápida. O 4×4 é mais rápido (9,8 segundos de 0 a 100) e tem outros custos, como o facto de ser Classe 2 nas autoestradas ao contrário do que acontece com o tração dianteira. Também gasta mais: média anunciada de 7 litros aos 100 contra 6,6. No que respeita a emissões de CO2 é também mais penalizador: 159 g/km, mais 8 g/km do que o 4×2.

Os níveis de equipamento são dois Intense e Instyle (ambos diferem na opção CVT). Todos contam com jantes de 18 polegadas, faróis de nevoeiro, barras pretas no tejadilho, sistema sem chave, faróis dianteiros em LED ajustáveis e luzes diurnas na mesma tecnologia, sensores de luz e chuva e teto panorâmico, câmara de estacionamento, cruise control e limitador de velocidade, volante multifunções em pele. A versão mais equipada acrescenta estofos em pele e banco do condutor com regulação elétrica, bancos dianteiros aquecidos, câmara de 360 graus, sistema áudio premium Rockford Fosgate e travão de estacionamento elétrico com auto-hold.

Em matéria de preços, para já beneficiados por uma campanha, começam nos 26 700 euros para o Intense com transmissão manual; o Instyle custa 29 400 euros, o mesmo preço do Intense com caixa CVT; o 4WD, disponível apenas com esta transmissão e  acabamento Instyle custa 33 000 euros.

A versão diesel, com base no bloco 2.2, chegará ainda este ano e, em 2019, a gama será alargada à versão PHEV, com a mesma motorização do Outlander, a qual, entretanto, poderá ser usada pelas outras marcas da aliança (admite-se que, para começar, no Qashqai). O ASX está previsto manter-se em comercialização até 2020 e receberá, no próximo ano, um profundo restyling.

Nos Estados Unidos, o Eclipse Cross e a versão de tração integral mereceram este filme no Youtube.

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