É o modelo mais popular da Lexus mas só agora chega a Europa. Um senhor automóvel este ES 300h, ao estilo vistoso e bem conseguido do coupé de quatro portas. Conforto e espaço, requinte, boa dinâmica brilha menos nas prestações mas impressiona nos consumos, à custa de evoluída tecnologia híbrida. Defende bem a imagem premium e faz-se pagar para o que oferece. Desde 61 317 até 77 321 euros…

Um bom automóvel não precisa de ser um poço de força. A prova faz-se ao volante deste novo Lexus ES 300 h, motorizado pelo novo quatro cilindros de 2.5 litros que, com a ajuda do motor elétrico disponibiliza a potência combinada de 218 cv e 221 Nm de binário máximo.

Aceleração razoável (8,9 segundos de 0 a 100 km/h), como sempre gerido por uma caixa CVT, esta com seis velocidades virtuais comandáveis no volante, o ES afirma-se como um grande estradista, papa-quilómetros de nível superior e aquilo que mais impressiona quando nele se viaja é a possibilidade de alcançar consumos “pouco próprios” para um automóvel do estilo.

Produto invejável este Lexus ES 300h, híbrido que alcança consumos invejáveis para um automóvel com 218 cv, oferece elevado conforto, muita qualidade e requinte, tem boa dinâmica e nem precisa de ser uma máquina para conquistar pelo agrado da condução. O preço depende da ambição…

Com quatro pessoas, a bordo registei no computador de bordo valores entre os 5,6 e os 5,9 litros, o que, convenhamos, mesmo sem pisar o risco não é fácil nos mais económicos motores a gasolina de automóveis na casa dos cinco metros de comprimento (4,97 para sermos exatos).

O modo Sport faz-se sentir, no caso de se pretender resposta mais pronta. Nota-se ainda outra firmeza e eficácia em curva, também uma suspensão mais seca. Aliás este pareceu-me o aspeto a rever num sistema que até estreia uma válvula de retenção de velocidade ultrabaixa: nos maus pisos, a suspensão traseira, mesmo sem comprometer o conforto – e quem vai atrás não se queixa – é audível, o que se nota mais ainda por ser assinalável o silêncio de marcha. Até a CVT, com aquela música típica e o arrasto muito próprio surge muito bem “camuflada”.

Nova melhoria do sistema híbrido

Este ES 300h recebe a quarta geração do sistema Self-cherging Lexus Hybrid Drive e inclui um novo motor de combustão de ciclo Atkinson acoplado a um motor elétrico mais leve, mais compacto e com maior densidade energética. A bateria de hidretos metálicos foi redesenhada, perdeu altura (-12  cm) e está gora sob os bancos traseiros, o que liberta espaço na bagageira e melhora a distribuição de pesos. Os novos recursos possibilitam, segundo a marca, uma aceleração mais linear reduzindo a sensação de “banda elástica” própria dos híbridos. Sente-se a diferença!

Mas os génes deste Lexus, já se sabe, não pretendem ser de natureza desportiva. Para isso há outra escolha na gama. De todo o modo, o ES não se faz rogado quando chamado a responder nas estradas mais exigentes, nas quais a direção bem medida ajuda a gozar uma salutar agilidade, a qual a capacidade de travagem igualmente favorece, através de resposta progressiva mas rápida e eficaz. Quando se pisa o risco, o ESP faz-se sentir, mas sem repelões, quase naturalmente, contribuindo para potenciar a segurança que nos parece omnipresente. Nas versões europeias, é de série o Lexus Safety System +, um pacote invejável de equipamento que passa pelo nível 2 da condução autónoma, luzes inteligentes e capaz de identificar ciclistas e peões.

Normal ou Eco são os modos de condução preferenciais e o bastante para um compromisso ao nível da exigência de quem pretende sentir-se num bom automóvel que não tem de ser uma máquina, mas revela-se muito agradável de conduzir e, ainda, de fruir. E isto porque o ambiente a bordo – a Lexus aposta na ideia do “posto de comando” orientado para o condutor – tem o requinte suficiente para que se estabeleça grande empatia com o ES 300, bom exemplo da superior qualidade de construção japonesa, na atenção dispensada ao pormenor e na escolha do materiais e sua combinação – uma forma simples do luxo asiático! Mais evidente ainda na versão Luxury que guiei, a oferta topo de gama, perfilada ao nível do veículo executivo.

Boa posição de condução, regulações de sobra no banco, volante multifunções de conta certa  e também ele preparado para a colocação exata por modo elétrico, facilitam a ligação ao 300h, também porque o modernismo da instrumentação não lhe rouba ou dificulta a legibilidade. Há muitos botões e teclas, contrariando a tendência, mas também a simplificação do comando do ecrã central (12,3 polegadas), através de um touchpad junto ao seletor de velocidades. Utilizar o dedo como rato de computador exige habituação, já se sabe, e a princípio é menos prático. Treino… Pouco conseguido continua a ser o grafismo do sistema de infoentretenimento, também longe de ser um primor nos critérios de intuitividade.

Espaço, requinte e luxo

No que respeita habitabilidade, pouco a dizer. Num automóvel com esta distância entre eixos (2,87 metros) e as rodas puxadas aos extremos não surpreende o desafogo que se experimenta atrás. A lógica, até pela utilização do apoio de braços central como comando de funções que vão do rádio à climatização, sem esquecer o aquecimento dos bancos e o seu rebatimento, é a de considerar poltronas para dois. Um túnel muito alto e a própria dureza do recosto central não facilitam o conforto de um terceiro passageiro. Não será, seguramente, problema a este nível…

A bagageira, de abertura e fecho elétricos, acionável também com o pé,tem boa capacidade, 454 litros, e não foi esquecido o aproveitamento do espaço sobre as cavas das rodas que dá muito jeito, por exemplo, a quem joga golfe…

Entre o equipamento da versão Luxury (mais 16 mil euros!) contam-se, designadamente os faróis tri-LED, máximos automáticos, iluminação com assistência em curva, teto de abrir, jantes de 18 polegadas,  acabamentos em madeira, travão eletrónico, ar condicionado trizona, sensores de luz e chuva, assistência ao estacionamento com câmara, cortina elétrica traseira, bancos em pele aquecidos e, ventilados e de comando elétrico à frente, bancos traseiros rebatíveis eletricamente, memória tripla para regulação do banco do condutor e volante, navegação, sistema de som Mark Levinson com 12 altifalantes e head-up display, carregador wirelesse, relógio analógico, entradas AUX e USB, monitor de ângulos mortos e o citado Lexus Safety System +, que também passa pela«o recnhecimento de sinais.

Produto invejável este Lexus ES 300h, híbrido que alcança consumos invejáveis para um automóvel com 218 cv, oferece elevado conforto, muita qualidade e requinte, tem boa dinâmica e nem precisa de ser uma máquina para conquistar pelo agrado da condução. O preço depende da ambição…

Na linha que todos esperamos seja mais do que inspiradora, o Lexus já conta com sete anos de garantia. Para a bateria do sistema híbrido são dez anos.

Os destaques do ES 300h vistos pela Lexus

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FICHA TÉCNICA

Lexus ES 300h Luxury

Motor: 2487 cc, quatro cilindros, ciclo Atkinson

Potência: 178 cv/5700 rpm

Binário máximo: 221 Nm/3600-5200 rpm

Potência combinada: 218 cv

Motor elétrico: íman permanente

Potência máxima: 120 cv

Binário máximo: 202 Nm

Bateria: hidretos de níquel metálicos, 204 células

Voltagem: 244,8V

Transmissão: Caixa de variação contínua eletrónica com seis velocidades virtuais

Aceleração 0-100: 8,9 segundos

Velocidade máxima: 180 km/h

Consumos WLTP: combinado – desde 5,275 litros/100 km

Emissões CO2 WLTP: desde 119,54 g/km

Bagageira: 454 litros

Preço: versão Luxury – 77 321 euros; desde, 61 317 euros

Para o Lexus ES 300h, o primeiro anúncio que passa pela Inteligência Artificial

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