Para alguns é quase pecaminoso, mas o diesel continua a ter adeptos e vai andar por aí muitos e bons anos em grandes automóveis. Continua, para mim, a garantir uma diferente agradabilidade na condução, como se prova ao volante da break da quarta geração do Skoda Octavia. Uma carrinha que tem aspetos referenciais, como o espaço. Esta tem preços desde os 36 655€, na versão mais equipada. 

A nova Skoda Break está maior (4,68 m) e mais larga (1,82 m), apresenta formas mais esculpidas naquela linha de sobriedade habitual. O para-choques dianteiro foi robustecido, os faróis estreitados numa maquilhagem que promete um rosto mais jovem anunciado para ser transversal à gama da marca checa.

Cintura bem vincada num perfil elegante, grande superfície vidrada, traseira bem resolvida, poderosa, esta é uma daquelas carrinhas que juntam o moderno ao clássico e que dificilmente pode penalizar-se pela  estética.

No interior, a tradicional frieza checa perde peso com o recurso ao tecido no tablier e a um bem medido friso metalizado que lhe serve de base. Simples, vistoso e bem casado com a nova colocação do ecrã central, chegado ao volante e ao estilo do tablet encostado ao fundo. O painel de instrumentos é agora digital e  modular  (há três fundos à escolha). Em complemento de tudo isto, a novidade do head-up display projetado no para-brisas. O volante multifunções  tem novos botões de controlo e nesta versão permite operar 14 funções (um extra).

Uma carrinha que convence esta Skoda Octavia. Imagem moderna, sobriedade, qualidade e, acima de tudo, uma oferta notável em termos de espaço, seja habitabilidade ou capacidade de carga e funcionalidade. O Diesel 2.0 de 150 cv e A caixa DSG “assentam-lhe” muito bem

Para rematar, a consola central tem muito espaço, recebe inserções cromadas, e no caso da versão que guiei, com caixa DSG, recebe a patilha agora (também) comum no grupo VW e tecnologia shift-by-wyre.

Primado do espaço, na habitabilidade e na mala

Se tudo isto representa melhoria que deve registar-se, aquilo que mais impressiona continua a ser o espaço. É difícil encontrar melhor, desde logo à frente, mas sobretudo no banco traseiro que assegura um desafogo de nível superior e desafia gamas superiores. O túnel é alto, verdade, a consola intrusiva, o banco do meio que baixa as costas para fazer de apoio de braços é mais “duro”, ainda assim, se o conforto é para quatro, no Octavia admite-se que viajem cinco pessoas.

Quanto à bagageira, outra resposta em grande estilo. Enorme, a maior do segmento, tem agora 640 litros de capacidade (+30) e com os bancos rebatidos (o que pode fazer-se em duas práticas teclas montadas lateralmente sob o vidro) serve quase para fazer mudanças (1555 litros). Neste bom exercício de funcionalidade, obviamente não falta a tradicional lanterna nem os cabides que podem dar muito jeito.

Uma motorização Diesel a condizer com tudo isso é, sem dúvida, o 2.0 TDI na  versão de 150 cv. O binário (360 Nm) é a medida certa para uma resposta pronta do quatro cilindros que devora rotações com naturalidade e, claro, sem grandes apetites. A média geral registada no computador de bordo para 2 740 quilómetros era de 6,4 litros/100 km. Eu fiz 4,3 em autoestrada, aos sacramentais 120 km/ cravados no cruise control, e no percurso suburbano andei entre os 5,5, sem problemas de tráfego, e os 6,3 com chuva e mais “confusão”. Acredito que seja possível conseguir menos.

Comportamento e conforto próprios de um familiar

Em termos dinâmicos, pouco a dizer. Desembaraçada, ágil q.b. a carrinha Skoda é muito honesta a curvar, firme, bem mandada para um tração dianteira. A direção está bem equilibrada e comportamento acaba por ser aquele que é próprio de um familiar eficaz. Um bom estradista.

No que respeita ao conforto, nota positiva, ainda para mais porque quem viaja à frente conta com dois bancos desportivos de qualidade, tanto na receção do corpo como no apoio lateral.

A versão Style (a mais equipada) que guiei tinha 4 330€ em extras e isso ajuda: os citados bancos, por exemplo, que fazem parte de um pacote que inclui volante multifunções com três raios, pedaleira em alumínio, spoiler traseiro, embaladeiras nas portas dianteiras – 585 euros bem gastos.  Além disso, e entre outros acabamentos e facilidades, head-up display (615€), Driving Mode Seletion (100€), dupla plataforma de carga (235€), Bluetooth com LTE e carregamento por indução (275€), espelhos retrovisores retráteis anti-encandeamento (185€), tejadilho panorâmico (1 035€), jantes de 18 polegadas em antracite polido (575€). São de série o cockpit virtual, ar condicionado automático, câmara traseira, cruise-control e limitador de velocidade, sensores de luz, chuva e estacionamento, faróis full LED Matrix, luzes de nevoeiro, navegação Columbus em ecrã de 9,2 polegadas com rádio digital, Wi-fi, conectividade Apple.

A Skoda garante quatro anos de manutenção incluída para 80 mil quilómetros.

Uma carrinha que convence esta Skoda Octavia. Imagem moderna, sobriedade, qualidade e, acima de tudo, uma oferta notável em termos de espaço, seja habitabilidade ou capacidade de carga e funcionalidade. O Diesel 2.0 de 150 cv e a caixa DSG “assentam-lhe” muito bem.

FICHA  TÉCNICA

Skoda Octavia Break 2.0 TDI 150 cv Style

Motor: 1968 cc, diesel, injeção commom-rail, turbo, intercooler, DOHC, start/stop com recuperação de energia na travagem

Potência: 150 cv – 3 000/4 200 rpm

Binário máximo: 360 Nm – 1 700/2 750 rpm

Transmissão: caixa automática DSG, sete velocidades, Tiptronic

Aceleração 0-100: 8,6 segundos

Velocidade máxima: 222 km/h

Consumo: combinado – 4,28/5,35 litros/100 Km (WLTP)

Emissões: combinado – 112,4/140,5 g/km (WLTP)

Dimensões: (C/L/A) – 4 680/1 829/1 469 mm

Peso: 1 667 kg

Bagageira: 460/1 555 litros

Preço: 40 965€, versão ensaiada; Style, desde 36 655