Transformar em extraordinário aquilo que já consideramos fantástico é o trabalho da Mansory. Um Ferrari 812 rebaptizado Stallone, um Bugatti Veyron que parece de mármore, um Rolls Royce Phanton amarelo limão e preto são algumas obras “sem preço” da empresa alemã de um iraniano, antigo estudante em Inglaterra, onde ganhou o gosto por estas tentações que movimentam fortunas pelo mundo fora.

Para começar uma visita ao catálogo da Mansory, serve o Stallone, nome que já vai na terceira geração de Ferrari modificados – agora com base no 812 Superfast. Mas modificados mesmo, porque a empresa especializada em transformações de luxo insiste no que parece ser uma imagem máscula dos modelos que ostentam o célebre emblema do cavalinho empinado e, para isso, não tem problemas em redesenhar mesmo algumas partes da carroçaria que, segundo a tradição da casa, assenta num exercício de bem trabalhar a fibra de carbono com ferramentas próprias, de forma a conseguir, objetivo proclamado, verdadeiras peças do refinamento em matéria automóvel.

Daí, o Stallone ser identificável logo pelo “nariz” inspirado nos Fórmula 1, imagem de força do grande trabalho feito no apuramento da aerodinâmica, tratada de forma exuberante, como se reflete nas saias e, sobretudo, nas espetaculares asas traseiras. Obviamente, não pode falar-se em sobriedade, mas também nunca isso constitui preocupação para quem desenvolve e, sobretudo, compra este tipo muito especial de automóveis.

Mansory começou em 1989, no Reino Unido, transformando Rolls Royce, Bentley e Aston Martin e hoje está baseado na Alemanha, tem mais de 200 trabalhadores e alargou o seu portfólio a marcas como Porsche, Lotus, Maserati, BMW, Mercedes-Benz, McLaren,  Lamborghini e Ferrari

As “mexidas” não se resumem à carroçaria, também passam pelo habitáculo, onde não se dispensa a funcionalidade, claro, mas “vestida” com luxo e conforto, através da combinação da melhor pele tratada à mão e materiais como o alumínio e, sempre, a fibra de carbono. Um ambiente impressivo em que desponta ainda o volante especialmente desenhado para o 812.

Mas quem faz tudo isso sobre “o princípio” Ferrari vai mais longe. A transformação estende-se ao 6.5 V12 que, trabalhado também na “musicalidade” e otimizado em termos eletrónicos, passa a debitar 830 cv e disponibiliza um binário de 740 Nm. Por isso, jantes forjadas de 9.5×21 polegadas à frente e 12×22 atrás.

Bugatti único

Outra grande máquina “apurada” pela Mansory é o Vivere Diamond Edition by Moti, complicada designação para a transformação do Bugatti Veyron. Traduz o exemplo de que a especialidade da casa é mostrar que o luxo não tem limites.

Trata-se de mais um supercarro único, igualmente produzido com uso em profusão da fibra de carbono e o resultado final espanta, desde logo, pelo acabamento exterior a sugerir os efeitos do mármore, como uma escultura, afinal. É quase um choque olhar o Vivere que, literalmente, nos obriga a parar!

Também este não dispensa o facelift dianteiro, alargado à redução da emblemática grelha da mítica marca nascida em França e que os alemães não deixaram desaparecer. Um “lábio” marcante na frente como defletor, que dá outra expressão à “downforce” e é apenas um dos apêndices aerodinâmicos a contribuir para fazer diferença face ao original, reforça o caráter agressivo do carro desportivo radical.

Por dentro, a imagem volta a juntar luxo e funcionalidade, desta vez com um festival de iluminação por LED que passa até pelos bancos e pelos painéis das portas. Tudo estudado para combinar com as luzes de cortesia, distribuídas de modo a realçar as incrustrações em fibra de carbono e as peles preta e branca dos revestimentos.

O volante com airbag que integra as patilhas da caixa de velocidades é único.

A Monsory recomenda que o proprietário tome as suas próprias precauções para se precaver contra os ladrões…

Medida chinesa

Preciosidade diferente da “coleção” Mansory é o Rolls Royce Phanton. A customização é assumida como a forma de combinar os melhores materiais e a performance num automóvel único.

A pintura bitom é a marca da mudança e está carregada de simbolismo. Combina preto e amarelo, pormenor que deixa perceber a razão da escolha. É que o amarelo limão significa para os chineses felicidade e longa vida. Ora, não custa perceber a quem se dirige a transformação, na linha aliás do que a própria Rolls Royce já tinha feito há uns anos com um Phanton de outro mundo – sedas no interior e também decorado com os mais finos motivos orientais. Este interpreta a exuberância do chamado luxo asiático com pele e diamantes num ambiente exclusivista que inclui uma consola repensada e um volante “desportivo”. Considera o transformador que alcançou o equilíbrio perfeito entre tecnologia e luxo.

A Mansory optou por desenvolver a nobreza das linhas numa perspetiva de compromisso desportivo, transfigurou a frente, apurou e prolongou a emblemática grelha, introduziu um discreto defletor, trabalhou flancos dando-lhes saias adicionais com preocupação pela aerodinâmica. Afinal “retoques” à altura do V12 de 610 cv (binário máximo entre 950 e 1750 Nm) que movimenta a imponente super limusina com 2.6 toneladas e outra imagem também à custa das enormíssimas jantes de 26×10 polegadas!

Paixão iraniana

A Mansory é propriedade de Kourosh Mansory, um iraniano de 58 anos que estudou na Universidade de Bradford, no Reino Unido, onde criou a sua empresa em 1989 e iniciou um negócio de sofisticadas transformações de modelos Rolls Royce, Bentley e Aston Martin, no respeito dos valores da melhor tradição britânica.

Hoje, está baseado na Alemanha, integrou outras companhias na Mansory Design & Holding Gmbh, tem mais de 200 trabalhadores e alargou o seu portfólio a marcas como Porsche, Lotus, Maserati, BMW, Mercedes-Benz, McLaren e Lamborghini. Tem distribuidores selecionados pelo mundo fora – e, seguramente, onde há mais dinheiro para pagar estes luxos.

 

No Salão de Genéve, era assim o espaço da Mansory, com as novidades aqui apresentadas e muito do mais de exuberante que produz

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