Cinzento mate e jantes de 16 polegadas compõem a imagem desportiva (Foto Stellantis)

Refrescamentos têm mantido a originalidade do Panda (Foto Stellantis)

Aspeto sempre jovial a maquilhar um mundo de plástico (Foto Stellantis)

Instrumentos analógicos de grafismo adequado, computador de bordo digital (Foto Stellantis)

Sistema Uconnect no ecrã tátil de 7" (Foto Stellantis)

Volante em pele sintética figura entre os extras (Foto Stellantis)

Outros bancos, o mesmo espaço, próprio do segmento (Foto Stellantis)

Pinças dos travões vermelhas são outra opção (Foto Stellantis)

A sigla da diferença, para um espírito cada vez mais só imagem (Foto Stellantis)

Se alguém tinha dúvidas de que os citadinos “vivaços” parecem ter os dias contados, o FIAT Panda Sport Hybrid é um bom exemplo. No fundo, sobra a imagem, a alma e os valores são outros numa solução híbrida limitada a 70 cv, com prestações modestas, consumos interessantes e preço atrativo.

Do ponto de vista estético, está tudo dito sobre o Panda que tem mantido uma personalidade vincada ao longo dos seus 40 anos de vida – notável! Continuadamente refrescado, mantém a originalidade e nesta versão Sport torna-se muito notado quando usa a pintura cinzento-mate que se faz pagar bem (800€) mas contribui para a imagem capaz de suportar a designação Sport.

Outros bancos, painéis das portas mais bem “tratados” e jantes de 16 polegadas dão outras notas de diferença na imagem e no ambiente interior, este, ainda que jovial, marcado pela profusão de plástico que nem a ideia, pela cor, a sugerir revestimento em titânio, conseguem desviar-nos duma realidade compelida a reger-se por valores em que o preço condiciona a escolha de materiais. Não é exclusivo do Panda, e o cuidado desenho italiano, moderno e conseguido, atá consegue amenizar as coisas. Melhor, aliás, que alguns pormenores de acabamento, pese o indiscutível salto qualitativo do produto.

Económico, generoso, ágil, rolador honesto e uma surpresa a curvar, o FIAT Panda Sport é mais imagem do que alma num citadino que continua a cumprir e a bater-se nessa guerra do melhor preço, a implicar até equipamento limitado

Desenvolvido sobre um modelo feito para ser barato, este Panda Sport, marketing à parte, é o que pode ser, painel de instrumentos analógico, computador de bordo digital, ecrã central (7”) limitado na versatilidade, mas com o mais recente sistema Uconnect, compatível com os dois sistemas, Android Auto e Apple CarPlay.  Em rigor, não pode pedir-se mais e até se dispensava a bússola… Dava mais jeito que não faltassem as luzes automáticas e outras ajudas simples. Como um volante que não fosse só regulável em altura, mas também em profundidade, mesmo que as dimensões interiores sejam compatíveis com os níveis médios da oferta citadina. Isto sem esquecer a falta de sistemas de segurança ativa cada vez mais difundidos.

Potência e binário são pouco Sport…

Em termos de motorização, temos o bloco tricilíndrico de 999 cc com 70 cv de potência e 92 Nm de binário máximo, geridos por uma caixa manual de seis velocidades, com relações adaptadas a explorar o máximo de vivacidade possível. E tal como nos outros Panda um motor elétrico que regenera a energia das travagens e desacelerações que é armazenada numa bateria de iões de lítio com 3,6 kW colocada sob o banco do condutor. E é fácil ver subir o nível de carga da bateria em função das travagens e de acelerações.

Com esta potência e binário, mesmo com uma caixa mais “curtinha”, não pode exigir-se um comportamento à altura da designação Sport. Rolador honesto e desembaraçado, muito ágil na cidade, o Panda Sport está longe de ser o mini entusiasmante, mesmo que, depois, surpreenda na resposta em curva, muito assertiva apesar da altura da carroçaria e da sua influência no centro de gravidade. Comporta-se muito bem, ainda que a velocidade seja comedida.

Com quatro adultos a bordo, o que obriga a cuidados na regulação dos bancos dianteiros para haver um mínimo de comodidade atrás, este Panda perde algum “gás” e obriga a recorrer à caixa de velocidades, o que tem de se aceitar como natural. Aliás, o espaço é para dois, havendo que pagar (100€) para termos o “espaço” do terceiro passageiro. À frente, não falta a tendência para algum conflito de cotovelos, mas temos de nos lembrar em que segmento se posiciona o Panda. No que respeita à bagageira, 225 litros – e está tudo dito.

Enfim, relativamente a consumos, os resultados são interessantes. Consegui uma média geral de 5 litros redondos num percurso misto de autoestrada e estradas nacionais. Em autoestrada, a 120 km/h, o computador indicou 5,2 l/100 km; num passeio de fim de semana, com quatro pessoas a bordo e sem exageros, a média ficou-se nos 6,6. Honesto!

O pacote de equipamento está obviamente condicionado pelo preço: start/stop, volante com comandos multimédia, ar condicionado manual, ecrã tátil de 7”, banco do condutor regulável em altura faróis de nevoeiro, jantes de 16”, puxadores e retrovisores na cor da carroçaria. São extras: banco traseiro com três lugares e rebatível (150€); Pack City – retrovisores elétricos, sensores de estacionamento traseiros (300€); Pack Pandemónio – volante e comando da caixa de velocidades em pele sintética, pinças dos travões vermelhas (350€); roda sobresselente de emergência (250€); pintura cinzento mate (800€)

Económico, generoso, ágil, rolador honesto e uma surpresa a curvar, o FIAT Panda Sport é mais imagem do que alma num citadino que continua a cumprir e a bater-se nessa guerra do melhor preço a implicar até equipamento limitado.

FICHA TÉCNICA

Fiat Panda Sport Hybrid

Motor:  999 cc, três cilindros, injeção direta

Sistema híbrido: motor elétrico  BSG e bateria de 3,6 kW

Potência: 70 cv/6 000 rpm

Binário máximo: 92 Nm/3 500 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100: 13,9 segundos

Velocidade máxima:  164 km/h

Consumo: médio – 5,3 l/100 km

Emissões CO2: 121 g/km

Dimensões: c/l/a – 3 686/1 662/1 635 mm

Peso: 1 055 kg

Bagageira: 225/870 litros

Preço: 18 572€, versão ensaiada; 15 519€, versão base