Enorme grelha, da largura do radiador, domina a dianteira (Foto Newsroom Toyota)

"Reconstrução" da traseira impede cinco portas e reforça imagem coupé (Foto Newsroom Toyota)

Aumento das vias reforça a postura em estrada (Foto Newsroom Toyota)

Volante e seletor de velocidades mais alto diferem no interior (Foto Newsroom Toyota)

Botão da ignição está na coluna de direção (Foto Newsroom Toyota)

Conta rotações e velocímetro continuam a ser analógicos (Foto Newsroom Toyota)

Informação da pressão do turbo disponível no computador de bordo (Foto Newsroom Toyota)

Modos Sport e Track trazem o vermelho ao computador de bordo (Foto Newsroom Toyota)

Sekletor de velocidades avançou e cresceu 5 cm para facilitar manuseamento (Foto Newsroom Toyota)

Distribuição do binário nos dois eixos controla-se neste botão (Foto Newsroom Toyota)

Registado o facto de estarmos num modelo para homologação (Foto Newsroom Toyota)

Travão de mão convencional preparado para uso competitivo (Foto Newsroom Toyota)

Pedaleira desportiva, como não podia deixar de ser (Foto Newsroom Toyota)

Excelentes bancos desportivos em pele e alcantara (Foto Newsroom Toyota)

Recostos de cabeça não dispensam inscrição GR (Foto Newsroom Toyota)

Atrás, lugar para dois e vidros fixos (Foto Newsroom Toyota)

Jantes de 18 polegadas forjadas calçadas com Michelin Pilot Sport (Foto Newsroom Toyota)

Sob o capô, o três cilindros mais potente do mundo (Foto Newsroom Toyota)

Tinha uma vaga memória de automóveis como o Toyota GR Yaris… uma pequena máquina para homologar com vista à competição no mundial de ralis. Provavelmente, faltará pouco para que estas propostas não sejam mais do que retrato de outros tempos. Esta, com certeza, vai ficar muito bem na fotografia. Notável o trabalho da Gazoo Racing no desenvolvimento de um automóvel que é um salutar desassossego no gozo da condução… ou da pilotagem.

Custa 46 990€, vieram 30, voaram num ápice e agora é esperar que cheguem mais… Do Yaris sobraram os faróis, os retrovisores e a antena que não destoam naquela imagem agressiva marcada pela enorme grelha frontal da dimensão do radiador, com entradas de ar ainda para os travões e intercooler; as cavas traseiras bem musculadas e salientes para receber as vias alargadas (e impedir as cinco portas); enfim, o defletor traseiro com os dois escapes nos extremos, e as jantes forjadas de 18 polegadas calçadas com os MIchelin Pilot Sport.

Ligeiramente mas longo (5,5 cm),mais largo (6 cm), tejadilho mais baixo (4,5 cm), o que lhe reforça a imagem de coupé, este GR assenta numa plataforma muito especial, resultado de um casamento único; à frente, é um Yaris, atrás, um Corolla, para receber a tração integral e usufruir de uma suspensão multibraços independente. Mas há mais diferenças, o motor foi montado mais atrás, para melhor repartição de pesos (nesse sentido, até a bateria está na traseira) e ganhar no centro de gravidade.

Em pista, o GR Yaris é para utilizar com a repartição do binário em 50×50 (Foto Newsroom Toyota)

E como nestas coisas importa pensar no peso do conjunto, o tejadilho é em fibra de carbono, portas (que não têm aros para os vidros), capô e portão traseiro em alumínio, o que permitiu ganhar 24 quilos e conseguir  um peso total de 1280 kg.

Para este “fato” e estrutura, nada menos do que o três cilindros mais potente do mundo, em resultado da utilização de tecnologias importadas da competição! É um 1600 turbo com 261 cv e 360 Nm de binário, geridos por uma caixa manual de seis velocidades.

Só o interior é quase igual

Enfim, registe-se que só o interior é quase igual, mantendo o design, a instrumentação analógica e aquele ecrã central com um software antiquado e, neste caso, a merecer mais atenção à oferta de informação para uso desportivo, mesmo que o computador de bordo procure dar alguma resposta à lacuna. Mas quase igual por que o seletor de velocidades avançou ligeiramente e é mais alto (5 cm), para facilitar o manuseamento, e o volante, de boa pega, é mesmo redondo. Para fazer a diferença, duas baquets dignas do nome, com excelente apoio e muito cómodas.

Uma pequena máquina bem interessante o Toyota GR Yaris, assente em plataforma única, com tração integral regulável e dotado do motor três cilindros mais potente do mundo: 261 cv que lhe permitem acelerar de 0 a 100 em 5,5 segundos e atingir os 230 km/h

A versão que guiei foi a Extreme Rally que a tudo isto junta ainda dois diferenciais Torsen ao serviço do sistema de tração integral permanente e suspensão desportiva, diferenças importantes e que fazem todo o sentido.

Sentados em posição ligeiramente mais elevada, quando acionamos o botão da ignição não se escuta um ronco de impor respeito, verdade, nota-se até que no bloco só há três cilindros e chama a atenção o facto de o computador de bordo nos avisar, desse logo,  para evitar a tentação de fazer grandes acelerações, numa clara intenção de salvaguarda do motor.

Vivacidade contagiante

E faz todo o sentido, pois mal se torna “ajuizado” acelerar é o desassossego que se instala com o convite do GR Yaris a confirmar que a condução pode ser mesmo um desafio. Verdadeiro “papa-rotações”, o pequeno Toyota devora com naturalidade impressionante as relações da caixa curta. Afinal, são 5,5 segundos de 0 a 100 e 230 m/h em velocidade máxima (limitada).A vivacidade do motor é contagiante e, como agilidade não falta, a condução torna-se inebriante, mesmo que não seja esmagadora – há outros patamares.

Não falta capacidade para o drift (Foto Newsroom Toyota)

Feito a pensar da competição, o GR Yaris permite-nos usar a tração integral à medida das necessidades. Um botão na consola oferece três regulações com diferentes níveis de repartição do binário pelos dois eixos: normal – 60×40; Sport – 30×70; Track – 50×50. Está bem de ver o que isto permite, sobretudo se cortarmos o ESP (que até nem intervém demasiado) e acionarmos o IMT, nada menos que um dispositivo que permite o ponta-tacão eletronicamente. E ainda não é tudo, o travão de mão convencional está lá para domar as rodas traseiras e ajudar em curva…

Dá para tudo em termos dinâmicos, como se calcula: derivas de traseira, que se controlam bem, deslizamento lateral em curvas de apoio prolongado, e sempre uma frente muito incisiva, bem mandada, mas também capaz de alargar a trajetória quando muito forçada. À saída, a entrega da potência é convincente e muito bem gerida na passagem ao solo. A suspensão, que até nem é do tipo tábua, ainda que firme, porta-se a contento (no paralelepípedo ressente-se…), os travões sobredimensionados (com maxilas de quatro êmbolos) contribuem para a confiança e a direção, que até nem é super direta casa muito bem com o conjunto.

Enfim, um GR Yaris Extreme Rally merecedor de nota alta, muito bem afinado, capaz de proporcionar momentos de grande diversão, desde que as condições o permitam, claro.

Falar de consumos num carro assim, pode vir a despropósito. Mais do que em qualquer outro, depende da condução. A diversão custa mais de dois dígitos, obviamente, mas é possível gastar 7,4 litros aos 100 numa via rápida cumprindo os limite-se chegar aos 9,9 de média com algumas acelerações comedidas.

Quanto aos aspetos práticos, o banco traseiro é para dois e os vidros não abrem,  a mala é pequena – 161 litros de capacidade.

Em termos de equipamento, o Extreme Rally distingue-se pelo diferencial Torsen, suspensão GR Circuit, travões de disco com pinças em vermelho e jantes específicas forjadas de 18 polegadas. De resto: ar condicionado automático, bancos desportivos em pele e alcantara, faróis dianteiros e óticas traseiras em LED, saída dupla de escape, sistema de acesso mãos livres, stop&start, vidros traseiros escurecidos, volante multifunções com comando do cruise control inteligente.

Uma pequena máquina bem interessante o Toyota GR Yaris, assente em plataforma única, com tração integral regulável e dotado do motor três cilindros mais potente do mundo: 261 cv que lhe permitem acelerar de 0 a 100 em 5,5 segundos e atingir os 230 km/h.

FICHA TÉCNICA

Toyota GR Yaris Extreme Rally

Motor: 1618 cc, três cilindros, injeção direta, turbo, intercooler

Potência: 261 cv/6500 rpm

Binário: 360 Nm/3 000-4 600 rpm

Transmissão: integral, caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100: 5,5 segundos

Velocidade máxima: 230 km/h (limitada eletronicamente)

Consumos: misto – 8,2 Litros/100 km

Emissões CO2: 186 g/km

Dimensões: c/l/a – 3 995/1 805/1 455

Peso: 1280 kg

Bagageira: 161 litros

Preço: 46 990€