Os 300 cavalos e a tração integral combinados num plug-in são a marca distintiva do Opel Grandland X Hybrid 4. O resultado convence, a economia é um facto, mas a receita está longe de servir a muitos. O preço não ajuda mesmo que a Opel mantenha a competitividade: 57 670 euros. Vem aí o 4×2…

Um dos primeiros frutos para a Opel das sinergias do Grupo PSA, o Grandland Xé um SUV desenvolvido sobre a plataforma do Peugeot 3008 e, tal como este, já não dispensa a versão híbrida de tração integral. Na base da receita, o muito vivo 1.6 turbo a gasolina de 200 cv, combinado com dois motores elétricos: um à frente (110 cv), acoplado à caixa automática de oito velocidades; outro (113 cv)  integrado no eixo traseiro com diferencial, solução que permite a tração integral.

O combinado de tudo isto permite a potência de 300 cv e o binário de 450 Nm, (em modo elétrico 503 Nm), sempre suficiente para uma aceleração pronta, que ajuda a tornar a condução agradável e a experimentar grande sensação de segurança face a qualquer situação inesperada.

Este Grandland X Hybrid 4 é uma opção muito especial. Potência e tração integral bem combinadas, a capacidade não está em causa e pode ser sugestivas para aqueles que não dispensam um SUV vigoroso. O chefe de família normal não precisará de tanto e a Opel vai ter resposta para isso, na oferta para a escolha racional de um Plug-in

A bateria de iões de lítio com 13,2 kw/h, está colocada sob o banco traseiro, não interfere com a habitabilidade, mas limita a bagageira que não pode albergar um pneu sobresselente, comum, afinal, nestes eletrificados.

Capacidade e comportamento convencem

Este Grandland X, com tanta força disponível, é um daqueles automóveis que “não vira a cara à luta”… Curva a preceito, beneficiando daquele chassis que domina as formas e principalmente à altura da carroçaria. Chega a surpreender em modo Sport, quando se podem explorar os 300 com grande naturalidade e quando se usam as quatro rodas motrizes no alcatrão a resposta, naturalmente, ganha na eficácia, tornando mais impressivo o comportamento. As coisas podem passar-se bem depressa, sem grandes estremeções a bordo nem arrepios ao volante.

As prestações são elucidativas: 6,1 segundos de 0 a 100 e 235 km/h em velocidade de ponta. Quanto a modos de condução, quatro: elétrico, híbrido, sport e AWD. Nos modos elétrico e AWD, a velocidade máxima é de 135 km/h.

A questão é saber se o condutor de um familiar deste tipo precisa de tanto num híbrido. Ora, esta será a escolha acertada para quem tenha de lidar com invernos rigorosos, neve e gelo, situação em que a tração integral é ajuda decisiva. Claro que as aventuras em terra, podem ser encaradas com mais à-vontade, mesmo que sejam sempre condicionadas e ainda que o Grandland X esteja apto a mostrar eficiência também nessas situações. Só que o 4X2 proximamente disponível na gama, cerca de 11 mil euros (!) mais barato , chega para as necessidades da maioria nos caminhos florestais.

Consumos interessantes com utilização racional

Quem faz a escolha racional de optar por um híbrido e sobretudo Plug-in tem preocupações de eficiência em termos de consumo e este Grandland X, apesar da potência, consegue um desempenho interessante. Quando “peguei” no volante tinha 48 quilómetros de autonomia elétrica e consegui percorrer 43 em à custa da bateria, a maioria em cidade, onde afinal faz mais sentido. Fiz o exercício habitual e ao fim de 100 quilómetros, completados com via-rápida e estrada secundária, em ritmo normal de passeio, que não deixou de implicar algumas ultrapassagens e sempre com o ar condicionado a cumprir o seu papel, o computador de bordo registava 3,5 litros de média. É o que pode esperar se usar este plug-in racionalmente, ou seja carregando todos os dias a bateria de 13,2 kw/h. E menos de duas horas chegam para a carga completa, se dispuser de uma wallbox de 7,4 kw/h.

Utilizando o Grandland X enquanto híbrido normal, a média em auto-estrada foi de 6,8 L/100 com o cruise-control nos 120 km/h, o que significa tirar um mínimo de proveito da capacidade regenerativa, a qual nos fornece duas regulações de desaceleração: a mais forte (basta puxar o seletor da caixa de velocidades) permite, como de costume, conduzir quase sem utilizar o travão.

Também não falta o modo e-Save, através do qual podemos guardar energia de modo a utilizar o modo elétrico onde ele faz mais sentido, na condução citadina.

SUV de ar robusto e espaçoso 

O Grandland X, como já aqui escrevi, é um SUV de proporções equilibradas, ar robusto (ajuda a altura da frente e o perfil de cintura muito elevada) e bom pisar, com as formas que não surpreendem mas transmitem harmonia, e as soluções decorativas (a bordadura plástica negra em toda a volta) que alimentam a imagem do automóvel versátil em todos os domínios da utilização – dinâmica e prática – e ainda com aquele toque desportivo dado por um tejadilho de curvatura anunciada e, como é comum na Opel, de efeito flutuante.

No interior, o ambiente é familiar e vamos deparar com uma série de soluções comuns na Opel, identificáveis designadamente com o Astra e o Crossland X, estilo muito germânico, assente em design rigoroso e num nível de qualidade percebida que dispensa comentários, tanto pela escolha dos materiais (plásticos de bom nível e esponjosos onde faz sentido e algum piano black para valorizar a imagem) como pelo rigor da montagem.

Quanto a habitabilidade, uma proposta que não desmerece: desafogo à frente, conforto atrás,  bom espaço para as pernas, num banco ligeiramente elevado, que não regula a inclinação do recosto. O túnel é baixo, a consola pouco intrusiva: há pior para sentar o quinto passageiro.

No que respeita à capacidade de carga, boa mala mesmo que a bateria deixe “marcas” (490 a 1598 litros) e a modularidade (o piso de carga pode chegar aos 1 676 metros úteis) que lhe permite simplificar as coisas quando se trata de transportar a bagagem ou resolver outros problemas de carga

Bom nível de equipamento

O Hybrid 4 é comercializado apenas na versão Ultimate, a mais equipada, e está muito bem recheado: jantes de liga leve de 19”, bancos ergonómicos em couro e tecido, fecho centralizado e ignição sem chave, sistema de infoentretenimento IntelliLink com navegação, faróis AFL LED com comutação automática, para-brisas aquecido e os novos serviços telemáticos Opel Connect.

Nos sistemas de assistência à condução incluem-se reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de saída de faixa com correção ativa de direção, alerta de ângulo cego, alerta de cansaço do condutor, alerta de colisão dianteira iminente e travagem automática de emergência.

Como extras, no modelo ensaiado: carregador de bordo de 6,6 kW (500 euros), carregador de telemóveis por indução (175 euros), cortinas manuais nos vidros das portas traseiras (100 euros), pintura “boutique” (700 euros). Estão ainda disponíveis: programador de velocidade adaptativo e câmara panorâmica 360º.

Este Grandland X Hybrid 4 é uma opção muito especial. Potência e tração integral bem combinadas, a capacidade não está em causa e pode ser sugestivas para aqueles que não dispensam um SUV vigoroso. O chefe de família normal não precisará de tanto e a Opel vai ter resposta para isso, na oferta para a escolha racional de um Plug-in.

FICHA TÉCNICA

Opel Grandland X Hybrid 4 Ultimate

Motor: 1598 cc turbo, intercooler, injeção direta, gasolina, dois motores elétricos

Potência: 200 cv/5500 rpm

Binário máximo: 250 Nm/1650 rpm

Módulo híbrido: dois motores elétricos (110 cv à frente, 113 cv atrás)

Autonomia elétrica: 55/57 km

Binário máximo em modo elétrico: 503 Nm

Potência combinada: 300 cv

Binário máximo combinado: 450 Nm

Transmissão: tração integral, caixa automática de oito velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0-100: 6,1 segundos

Velocidade máxima: 235 km/h

Consumo (WLTP): misto: 1,4/1,3 L/100 Km

Emissões CO2 (WLTP): 32/29 g/km

Bagageira: 490/1598 litros

Preço: 57 875 euros