É o primeiro Polo com motor 2.0 litros e também o mais potente de sempre: 200 cv. Ágil, rápido e nervoso honra a tradição da sigla GTI na Volkswagen. Para já, só tem caixa automática de seis velocidades. Divertido e bem comportado, cumpre, não esmaga nem capricha no preço. Faz faísca e satisfaz!

Um Polo GTI será sempre um carro especial, a maquinazinha, produto forçosamente associado a uma dose de paixão e gosto pela adrenalina. Imagem sóbria, apesar dos pormenores que o distinguem na família, acaba por ser retrato fiel do compromisso com ele proposto pela VW. Um desportivo, claro, mas diferente pela relação entre a capacidade e o conforto, num automóvel que não tem parado de crescer nem de ganhar corpo – é maior do que um Golf III, o modelo de meados dos anos 90…

Menos entusiasmante? Não será o caso. Menos radical do que a concorrência? Outra filosofia que não impede uma boa dose de emoção, especialmente, recorrendo ao modo Sport (há mais quatro: Eco, Confort, Normal e Individual) para ter uma suspensão mais dura, uma direção mais direta e outra resposta da caixa DSG de seis velocidades – opção única para já.

A combinação transforma naturalmente as coisas, ainda que nem sempre a eletrónica (diferencial XDS) domine de forma convincente a tração naqueles momentos em que se estica a corda. É um dos pormenores a merecer reparo, a par com algumas hesitações da caixa DSG que podem convidar à procura de mais rapidez através das patilhas no volante nas passagens a velocidades mais elevadas nas relações superiores.

Pequeno desportivo de imagem sóbria, o Polo GTI garante comportamento à altura das suas interessantes prestações. Não é uma máquina infernal, mas assegura o suficiente para quem pretende um automóvel ágil e rápido. Bem equipado e honesto nos consumos. Divertido!

Nada disto impede andamentos rápidos – as prestações são elucidativas: 6,7 segundos de 0 a 100; 237 km/h em velocidade de ponta – e muito menos penaliza o desempenho naqueles percursos mais exigentes. Agilidade notável, o Polo GTI curva de forma assertiva, é naturalmente subvirante, mas a frente controla-se com facilidade, a ponto de passarmos com distinção nos trajetos ziguezagueantes, beneficiando também do equilíbrio para que contribui a distribuição do peso pelos dois eixos.

Travões aumentam confiança

No “meu” percurso, o Polo GTI andou bem depressinha, mostrando as virtudes da sua relação peso-potência (6,6 kg/cv), a carroçaria resistiu de forma impecável a todos os balanceamentos e não dei por qualquer intervenção brusca do ESP. O que notei, sim, foi a excelência da travagem a contribuir para um aumento da confiança e a convidar para aproveitar todo este equilíbrio e ir mais longe na prova…

No motor há particularidade a registar, o recurso a um sistema que permite utilizar, em favor do desempenho, injeção direta ou indireta, o qual, em princípio, reflete-se também numa melhoria dos consumos. Ora, neste particular, é facto ter conseguido que o computador de bordo registasse 5,8 em autoestrada, com o cruise- control nos 120 regulamentares. Mas, forçando a nota, ao estilo daquilo que deverá fazer a maioria entre quem opta por um GTI, entra-se na casa dos dois dígitos com facilidade. De todo o modo, para mais de um milhar de quilómetros, com vários condutores e, com certeza, muitas experiências, a média registada era de 7,9 litros/100, valor que temos de considerar honesto para um 2.0 litros com esta potência.

De resto, e como se sabe, um automóvel bem construído e que evidencia os padrões de qualidade associados à marca. Até as questões relativas à utilização de muito plástico foram bem resolvidas com zonas almofadadas onde faz falta, frisos na consola e uma barra espelhada no tablier que servem como elementos de personalização através da cor. O ambiente a bordo é jovem e desportivo. Assumem relevo a digitalização integral, sustentada num painel de instrumentos (extra) com várias soluções de apresentação e bem ligado ao ecrã central, e o volante de boas dimensões e pega ajustada. A posição ao volante é boa e fácil de encontrar e para ela contam os bancos desportivos, cómodos e com apoio lateral suficiente, revestidos com o tradicional tecido de xadrez Clark que marca o ambiente.

Espaço vulgar e bom equipamento

Em termos de espaço, não obstante o crescimento do Polo, nada de milagres, sobretudo atrás, onde o espaço se afere por parâmetros vulgares e o conforto é para dois, pela largura mas também pela altura do túnel central. À frente, pode haver algum conflito ao nível dos cotovelos. Enfim, quanto à bagageira, os 351 litros de colocam o Polo na média da oferta.

Com muitas hipóteses de personalização, o Polo GTI tem bom nível de equipamento destacando-se as jantes em liga leve de 17 polegadas Milton Keys, suspensão desportiva, sistema de navegação Discover Media, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmara traseira, ar condicionado Climatronic, inserções decorativas “Vermelho Velvet”, carregamento por indução e diferencial eletrónico XDS. O Active Info Display (364 euros), suspensão Sport Select  (297 euros), jantes em liga leve de 18 polegadas Brescia (415 euros), faróis dianteiros dinâmicos em LED (862 euros) e vidros traseiros escurecidos (284 euros) integram a lista de opcionais e a oferta da versão que conduzi.

Pequeno desportivo de imagem sóbria, o Polo GTI garante comportamento à altura das suas interessantes prestações. Não é uma máquina infernal, mas assegura o suficiente para quem pretende um automóvel ágil e rápido. Bem equipado e honesto nos consumos. Divertido!

Um Polo “para as curvas” na perspetiva da VW

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FICHA TÉCNICA

Motor: 1984 cc, gasolina, injeção direta e indireta, turbo, intercooler, start/stop

Potência: 200 cv/4400-6000 rpm

Binário máximo: 320 Nm/1500-4400 rpm

Transmissão: caixa automática de dupla embraiagem com seis velocidades

Aceleração 0-100: 6,7 segundos

Velocidade máxima: 237 km/h

Consumo: combinado – 5,9 litros/100

Emissões CO2: 134 g/km

Bagageira: 351 litros

Preço: versão ensaiada – 35 809 euros; desde 33 597 euros