Um estilo peculiar aplicado no crossover da gama (Foto Newsroom Dacia)

Bem mais moderno, elegante e com bom pisar (Foto Newsroom Dacia)

Ombros mais largos, herança de grupo (Foto Newsroom Dacia)

Tecido ameniza a frieza do plástico num estilo simples (Foto Newsroom Dacia)

Instrumentação analógica e computador de bordo digital (Foto Newsroom Dacia)

Ecrã central fornece dados sob a condução praticada (Foto SP/Milhas)

Ar condicionado automático agregado à consola (Foto Newsroom Dacia)

Apoio de braços central com pequena caixa (Foto Newsroom Dacia)

Bancos cómodos com gravação Stepway valorizam o ambiente (Foto Newsroom Dacia)

Espaço razoável para os passageiros do banco traseiro (Foto Newsroom Dacia)

Mala oferece 328 litros de capacidade e tem plano de carga alto (Foto Newsroom Dacia)

Rebatimento do banco não permite superfície plana (Foto Newsroom Dacia)

Originais grupos óticos têm médios em LED (Foto Newsroom Dacia)

Curiosa a assinatura luminosa traseira (Foto Newsroom Dacia)

Jantes em liga de 16 polegadas são de série (Foto Newsroom Dacia)

O preço é o grande argumento mas está cada vez mais composto o Dacia Sandero Stepway. Na imagem, no acabamento, não tanto nos materiais do interior, ainda aquém da expectativa, apesar da decoração “aquecer” o ambiente e o equipamento dar uma ajuda. Guiei um 1.0 TCE de 90 cv e a verdade é que torna-se difícil pedir mais por 15 050€.

Frente mais personalizada, para mim com grelha demasiado vistosa mas ligando bem aos grupos óticos, capô esculpido, perfil sóbrio e conseguido, ombros largos de inspiração Renault, traseira bem defendida, barras no tejadilho, bordadura plástica negra a toda a volta e as barras cinzentas à frente e atrás, mais distante do solo para responder ao apelo SUV, bem assente em jantes de 16 polegadas o Sandero Stepway é uma clara modernização no estilo da Dacia e uma proposta interessante.

No interior, mandam os plásticos, frios, mas a decoração em tecido mesclado a preto e branco, extensível às portas dá-lhe um toque feliz e ameniza o ambiente, como a aplicação de pormenores na cor da pintura da carroçaria. A instrumentação é analógica e com grafismo antiquado, o ecrã central também muito datado, ao estilo de tablet pesadão, limitado no software, aposto no tablier e com um encaixe lateral para o telemóvel.

Bom preço, consumos honestos, motor q.b. para quem não faz corridas, conforto e espaço razoável, bom equipamento o Dacia Sandero Stepway melhorou em quase tudo. Só os materiais do interior podiam ser outros, mas é difícil pedir mais

Os bancos em tecido, gravados no encosto e com um toque de amarelo são elemento valorizador, também pelo conforto que proporcionam. E este é um dos aspetos que surpreendem. Espaço aceitável à frente, onde não falta o apoio de braços com uma pequena caixa; muito razoável atrás, beneficiando da altura dos bancos dianteiros que facilitam a mobilidade dos pés e das pernas potenciando a habitabilidade. O túnel é baixo o que sempre facilita sentar um quinto passageiro, mesmo que o conforto não seja muito para ele.

A bagageira peca pela altura do plano de carga e pelo desnível para o fundo. Em termos de capacidade, 328 litros, bancos rebatíveis 60×40 e abertura para um espaço que não conta com uma plataforma horizontal. A chapeleira é cartonada e articulada com o portão.

Ainda assim, uma oferta honesta no seu conjunto pois nunca conseguimos “viver” o Sandero sem o dissociar do preço e da diferença para a maioria da concorrência, também por muito que falta dizer.

Nova plataforma valoriza a oferta

Construído sobre a nova plataforma de Clio e Captur, este Stepway ganha muito com isso. Em termos dinâmicos e sobretudo naquela relação entre o conforto e a eficácia que a Renault gere com saber na defesa daquele estilo muito francês que proporciona níveis de conforto superior.

E isso marca a experiência ao volante do Sandero Stepway. É claro que se houve o ronronar do três cilindros, também por a insonorização poder ser melhor. Mas a condução é muito agradável e o comportamento em curva não deslustra, com um balanceamento mínimo da carroçaria se forçarmos o andamento. A direção cumpre, mas, naturalmente, não é muito direta e também ela privilegia uma condução despreocupada.

Prestações e consumos ficam-se pela mediania

Verdade que não pode forçar-se muito porque os 90 cv, os 160 Nm de binário máximo e o escalamento da caixa de seis velocidades manual impossibilitam grandes repentismos, a aceleração, crescendo natural, está ao nível do q.b. num familiar desta capacidade e as prestações deixam isso bem claro: 12 segundos de 0 a 100 e 172 km/h em velocidade de ponta. E quanto maior for o peso a bordo, já se sabe. Não há milagres!

É claro que quem faz uma escolha destas não vai à procura de um desportivo e estará mais preocupado em acompanhar o preço por bons resultados de consumo. Ora, nessa matéria, sem surpreender este Sandero Stepway, com duas pessoas a bordo a em andamento normal, consegue gastar 6,4 l/100 (e segundo o computador de bordo percorrendo à vela um quarto da distância); mas é preciso ter atenção a forma como se acelera pois pedindo-lhe alma o consumo pode passar dos sete litros. Em autoestrada, a 120 km/h “cravados” no cruise-control, o resultado foram 6,7 l/100. Direi, normal!

Um dos aspetos em que o Sandero faz a diferença é no pacote de equipamento, principalmente na versão Confort que guiei, o topo de gama, a qual bate propostas com mais pano no colarinho. Saúda-se, desde logo, o ar condicionado automático independente do ecrã central. Mas não faltam entrada mãos livres, cartão-chave, botão de arranque, travão de parque elétrico, espelhos elétricos, câmara traseira com guias, sensores de luz e chuva, médios em LED, sistema de infoentretenimento com navegação num ecrã central tátil de oito polegadas, Bluetooth e conetividade Apple CarPlay e Android.

Bom preço, consumos honestos, motor q.b. para quem não faz corridas, conforto e espaço razoável, bom equipamento o Dacia Sandero Stepway melhorou em quase tudo. Só os materiais do interior podiam ser outros, mas é difícil pedir mais.

FICHA TÉCNICA

Dacia Sandero Stepway 1.2 TCe 90 cv

Motor: 999 cc, três cilindros, turbo, injeção direta, gasolina

Potência: 90/4600-5000 rpm

Binário máximo: 160 Nm /2 100-3 750 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 12 s

Velocidade máxima: 172 km/h

Consumos: misto – 5,6 L/100 km

Emissões CO2: 127 gr/km

Dimensões:(c/l/a)4 099/1848/1535 mm

Peso: 1152 kg

Bagageira: 328 litros

Preço: 15 050€, versão ensaiada; desde 13 550