Encontrar espaço na gama para mais um crossover, e racional, foi aquillo que a Hyundai resolveu muito bem com o Bayon, um segmento B que “cai em cima” do Kauai sem aparentemente lhe causar mossa. Com muito do i20 e a solução mais simples, um motor (três cilindros turbo 1.0) e apenas um nível de equipamento (Premium), o construtor sul-coreano criou uma oferta original e com bons argumentos, preço incluído – 20 450€. Só o consumo deixa a desejar.
Diferenciado na estética, o Bayon junta a um rosto familiar, marcado pela dupla “camada” de luzes e uma grelhe personalizada, diversos pormenores de originalidade. Entre eles, a cintura ascendente rematada por um “seta”, incluindo as luzes em V, solução a contribuir para uma traseira muito esculpida e que não dispensa o refletor vermelho a toda a largura sob o óculo.
É um crossover com o dom da simplicidade, tão jovem como discreto, bem proporcionado, compacto. A diferença para o Kauai anda pelos dois centímetros, mas esta insignificância até parece jogar em favor do Bayon, do qual fica a ideia de ser maior do que os 4,18 registados no seu cumprimento.
Compromisso bem resolvido este Hyundai Bayon, limitado na simplicidade da oferta mas com argumentos suficientes para merecer olhar atento. Motor q.b. e dinâmica interessante acompanham um automóvel cómodo e razoável em termos de espaço, também no preço, vulgar no consumo
No interior, continua a identificação com o i20, do qual vem o tablier, com o painel digital e o grande ecrã central, com informação limitada e a pedir reforma, seja pelas formas datadas como pelo grafismo cinzentão. Contribui para um ambiente algo tristonho, provavelmente ultrapassável com elementos decorativos e bancos mais alegres. A rever!
Plásticos não impedem construção cuidada
Os materiais são um bem composto “cocktail” de plásticos, sedosos no tablier, ”forrado” na parte superior mas dispensando a espuma que lhe daria outro toque. Sobra um apontamento de pele sintética nos apoio de braços das portas. Enfim, é um segmento B e até pode saudar-se o estilo bem elaborado que consegue dar expressão àquilo que mais importa: uma construção cuidada, a confiança da qualidade percebida.
Em termos de espaço, honesto na dianteira, muito razoável atrás, ainda que a forma descendente do tejadilho possa preocupar os passageiros mais altos. Quanto à bagageira, os 411 litros são capacidade dentro da mediania. Pena que o plano de carga esteja tão desnivelado face a moldura de encaixe do portão. É sempre mais difícil colocar e retirar a carga. O banco traseiro rebate na proporção 60×40.
O conhecido três cilindros 1.0 turbo, a debitar 100 cv e o binário de 170 Nm, que equipa o Bayon continua a não abafar a rumorosidade associada a esta solução mecânica – e a este nível não podem esperar-se milagres na insonorização. Nada de transcendente, mas mesmo sem prestações de espantar – 10,7 segundos de 0 a 100 e 183 km/h em velocidade de ponta – o motor é o q.b. e a caixa manual de seis velocidades está escalonada de forma a emprestar vivacidade ao Bayon – mais sentida quanto se opta pelo modo Sport e se penaliza o consumo…. A surpresa é um comportamento muito afirmativo em curva, com o balanceamento da carroçaria muito bem controlado nas zonas mais sinuosas. O conjunto acaba por superar as expectativas e marcar pontos. Daí um automóvel agradável de guiar, com uma direção adequada e um nível de conforto assinável em resultado de criteriosa afinação das suspensões. Convence!
Consumos vulgares, equipamento suficiente
Menos brilhante, mesmo que possa estar a exigir de mais, foi a resposta que obtive em termos de consumos. Os motores três cilindros, de um modo geral, continuam a não ser referências na economia e a Hyundai, que vem de conquista em conquista, também ainda não deu a volta ao texto nesta matéria. Verdade que em ritmo de passeio, com quatro pessoas a bordo, o computador de bordo registou 6,4 l/100; em autoestrada aos regulamentares 120 a leitura foi de 6,7 e, enfim, o acumulado ficou-se pelos 7,6 l/110 em 220 quilómetros. Vulgar!
Em termos de equipamento, o Bayon Premium oferece ar condicionado automático, seletor do modo de condução (Normal e Sport – muda a cor dos instrumentos para vermelho), cruise control, comandos no volante, travagem automática de emergência, sensores de luz e estacionamento, câmara de marcha atrás, luzes diurnas em LED computador de bordo no painel de instrumentos digital com 10.25 polegadas, Bluetooth com reconhecimento de voz, rádio digital com ecrã tátil de oito polegadas, conectividade wireless com Apple CarPlay e Android, luz ambiente em LED, portas USB à frente e atrás, retrovisores com regulação e recolha elétrica, jantes de 17 polegadas. O único opcional é a pintura metalizada (430€).
Compromisso bem resolvido este Hyundai Bayon, limitado na simplicidade da oferta mas com argumentos suficientes para merecer um olhar atento. Motor q.b. e dinâmica interessante acompanham um automóvel cómodo e razoável em termos de espaço, também no preço, vulgar no consumo.
A Hyundai mantém a política de sete anos de garantia sem limite e quilómetros.
FICHA TÉCNICA
Hyundai Bayon 1.0 T– GDI Premium
Motor: 998 cc, três cilindros, turbo, intercooler
Potência: 100 cv/4 500-6 000 rpm
Binário máximo: 170 Nm/1 500-4 000 rpm
Transmissão: caixa manual de seis velocidades
Aceleração 0-100: 10,7 segundos
Velocidade máxima: 183 km/h
Consumo: 5,4 L/100 km
Emissões CO2: 123 g/km
Dimensões: (c/l/a) – 4 180/1 775/ 1490 mm
Bagageira: 411 litros
Peso: 1 170 kg
Preço: 20 450€; 18 950€ com campanha de crédito