Outra agressividade na dianteira do i20 N (Foto Hyundai Newsroom)

Vistosa utilização da cor num desportivo de bom pisar (Foto Hyundai Newsroom)

Aerodinâmica potenciada na traseira (Foto Hyundai Newsroom)

Imagem desportiva na apresentação do interior (Foto Hyundai Newsroom)

Seletor dos modos desportivos e Rev Matching associados ao volante (Foto Hyundai Newsroom)

Identificação N nos bancos desportivos com bom apoio (Foto Hyundai Newsroom)

Iluminação em LED é de série no desportivo sul-coreano (Foto Hyundai Newsroom)

Jantes negras em liga leve de 18" calçadas com Pireli específicos HN (Foto Hyundai Newsroom)

Debaixo do capô um 1600 turbo a debitar 204 cv (Foto Hyundai Newsroom)

Um diabrete este Hyundai i20 N, o pocket rocket que vem animar os adeptos de uma espécie cada vez mais limitada e, parece, em vias de extinção. Bem feito, bem “vestido” e recheado, eficaz, divertido de guiar é um daqueles pequenos desportivos que deixa marcas em quem o conduzir. Um carro para jovens que rejuvenesce os mais velhos… Até o preço ajuda: 32 000€.

Inspirado no modelo do WRC, estilo bem retocado para outra agressividade, sobretudo na dianteira, numa imagem conseguida – até o jogo de cores contribui –, postura convincente em estrada, bom pisar e umas belas jantes negras a ajudar, este i20 N tem uma “pinta” que me parece consensual para os adeptos dos pequenos desportivos. É o primeiro apelo!

No interior, os bancos desportivos, identificados pela gravação N, envolventes e com bom apoio são a conjugação certa, mas aquele volante, com boa pega, dimensão ajustada, dotada das teclas do modo N nos braços e do botão vermelho do Rev Matching, tudo muito racing, transportam-nos para outra dimensão. Completada pela digitalização total, que permite um painel de instrumentos adaptável ao estilo da condução, e que integra um completo ecrã central tátil, sem dispensar a informação necessária do modo N, o qual como nos remete para a telemetria da competição. Segundo apelo!

Uma pequena máquina de imagem bem trabalhada, muito capaz no plano dinâmico o Hyundai i20 N, o qual acompanha os 204 cv com um pacote eletrónico que contribui para uma experiência de condução envolvente e divertida

Quando se carrega no botão do starter, engrena a primeira e se arranca tudo isto funde-se numa ideia de prazer, depressa concretizada em realidade naquela empatia fácil com automóvel que parece querer dialogar connosco e dizer “anda, põe-me à prova, é disso que eu gosto e para isso fui feito”… Derradeiro apelo!

Motor com alma e fibra mas “redondo” na subida de rotações

Motor 1.6 turbo, 204 cv, 250 Nm de binário (em overboost chega aos 304 Nm), tração dianteira, autoblocante, suspensão trabalhada com rigor, travões sobredimensionados, caixa manual de seis velocidades, catálogo da melhor eletrónica ao serviço das prestações do automóvel, o i20 N não precisa de muito para mostrar a sua alma e fibra.

O convite a premir aqueles teclas do volante e a optar pelo mais radical dos cinco modos de condução é um desafio irresistível e, então, com a música do motor a embalar-nos vamos descobrir o tal pequeno desportivo divertido e eficaz.

Verdade que a subida de regime do motor não é brutal, antes redonda e progressiva, o que não impede uns esclarecedores 6,7 segundos de 0 a 100 num automóvel que também conta com launch control (a velocidade máxima são 230 km/h). Mas a condução é envolvente com aquela direção muito direta e a travagem suficientemente mordaz para se retardar o máximo. Por tudo isto, bem encaixados no banco, sentimos nas mãos um automóvel muito ágil, capaz de curvar com afinco e garra, frente bem mandada, talvez traseira menos solta do que pudesse esperar-se, mas deixando-se balancear-se de modo a permitir uma deriva sempre controlável. E que faz tudo isto depressa, sem gerar sobressaltos e inspirando confiança. É pura diversão levar o i20 N para aqueles caminhos que pedem uma condução empenhada, pois a caixa também ajuda seja pelo escalonamento como pela rapidez e precisão.

Rev matching e cinco modos de condução

Carregando do botão vermelho do Rev Matching sincronizamos o motor com o eixo de transmissão e conseguimos reduções de velocidade mais suaves ou desportivas, dependendo no modo de condução. Estes são cinco (N Grin Control System): Normal, Eco, Sport, N e N Custom e ajustam a resposta do motor, controlo de estabilidade eletrónico (desligável e oferendo ainda uma opção Sport), som da saída de escape e direção, com o objetivo de os otimizar para uma variedade de condições de condução.

Outros equipamentos inspirados no desporto automóvel, como explica a Hyundai, incluem gerador eletrónico de som, controlo variável do silenciador para o som da saída de escape perfeito, assim como a calibração de travagem do pé-esquerdo e uns pneus de alta-performance dedicados 215/40 R18 Pirelli P-Zero com a marca “HN” (Hyundai N).

Nem tudo é perfeito, verdade, mas uma das maiores razões de crítica passa ao lado de quem faz esta escolha. A suspensão dispensa críticas sobre os bons pisos, mas a menor irregularidade faz-se sentir, nos maus pisos quem viajar atrás tem razões de queixa e naquelas lombas que muitos dos nosso autarcas têm “plantado” pelo país é mesmo para abrandar…

Entre os reparos pode caber a referência ao mundo de plástico que domina o interior, plásticos sedosos mas duros e frios. É um aspeto a rever, matéria em que a Hyundai podia caprichar na sua afirmação como marca líder de um grupo sempre a marcar prontos e que já nada precisa de provar. Ressalve-se, no entanto, que acabamento e construção continuam irrepreensíveis.

Consumos podem ser contidos…

Numa utilização “civilizada” do i20 N em ritmos contidos podem conseguir-se consumos interessantes. A minha média final foram 7,3 litros aos 100. Com quatro pessoas a bordo em passeio de fim-de semana, o computador de bordo registou 7,4. Na autoestrada, aos sacramentais 120 km/h regulados pelo cruise control consegui 6,2. São valores aceitáveis. É claro, se a ideia for explorar toda a capacidade, os números sobem, facilmente, para os dois dígitos.

Registe-se que em temos de habitabilidade, ao desafogo da  dianteira, acresce espaço razoável para quem se senta atrás, tejadilho suficientemente alto e um acesso fácil. O túnel central é muito baixo, mas mesmo que a consola não seja intrusiva, os cinco passageiros da lotação, quanto a mim, não devem gostar de fazer grandes viagens… Quatro contam com o espaço adequado.

A bagageira, coberta por chapeleira cartonada, é razoável para o segmento e vai dos 352 aos 1165 litros com os bancos rebatidos (60×40). Tem um pequeno fundo falso e o portão está um pouco elevado.

Em matéria de equipamento, a Hyundai acompanha o i20 N de um pacote simpático: Iluminação em LED, ar condicionado automático, chave inteligente com botão start/stop, volante multifunções em pele, bancos desportivos em pele e alcantara com logo N, sistema de controlo N Grin (cinco modos de condução), travagem automática de emergência, Rev Matching, instrumentação digital e ecrã tátil de 10,25” com performance Driving Data System, navegação, compatibilidade Aple CarPlay e Android Auto, câmara de marcha atrás com guias, sistema de som Bose, vidros escurecidos, ponteira de escape desportiva, jantes negras em liga leve de 18 polegadas.

Uma pequena máquina de imagem bem trabalhada, muito capaz no plano dinâmico o Hyundai i20 N, o qual acompanha os 204 cv com um pacote eletrónico que contribui para uma experiência de condução envolvente e divertida. Quem o conduzir não vai esquecer…

Como de costume, a Hyundai oferece sete anos de garantia sem imite de quilómetros.

 

FICHA TÉCNICA

Hyundai i20 N 1.6 T-GDI Performance Pack

Motor: 1591 cc, gasolina, turbo, injeção de alta pressão, start/stop

Potência: 204 cv/5500-6000 rpm

Binário máximo: 250 Nm (304 Nm com overboost)

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100: 6,7 segundos

Velocidade máxima: 230 km/h

Consumo: misto – 6,9 L/100 km

Emissões CO2: 158 g/km

Dimensões: (c/l/a) 4075/1775/1440 mm

Peso: 1190 kg

Bagageira: 352/1165 litros

Preço: 32 000€, versão ensaiada; 30 000€, com campanha de financiamento