A receita dos sete lugares, espaço e versatilidade num híbrido (Foto Dacia)

Na estrada ou na cidade, o Jogger revela-se familiar honesto (Foto Dacia)

Plataforma do Sendero aumentada permite 2,90 m entre eixos (Foto Dacia)

Ambiente conhecido em continuada melhoria de qualidade (Foto Dacia)

Simplicidade em modo digital (Foto Dacia)

Caixa automática ajuda na agradibilidade de condução (Foto Dacia)

Tablier forrado em tecido aligeira o ambiente (Foto Dacia)

Espaço generoso no banco traseiro (Foto Dacia)

Na formação de cinco lugares, a bagageira é digna do nome (Foto Dacia)

Tinha grande curiosidade em testar o Dacia Jogger Hybrid e a impressão da experiência dificilmente podia ser melhor. Uma média de 5,2 l/100 em 189 quilómetros com todo o tipo de percurso é performance impressiva num familiar de sete lugares e com um preço de combate: desde 28 840€. É um familiar para ver com atenção.

Fã confesso dos full hybrid, por entender que é a solução de compromisso – consumos e emissões – para aqueles que não dispõem de logística para ir mais além na oferta dois eletrificados, aceito como normal que estes automóveis consigam gastar à volta de cinco litros. Ora, o Jogger consegue isso e, quem for de “espremer” as suas capacidades de economia, pode, sem pressas e alguns cuidados, baixar desse valor. Eu cheguei aos 4,8 sem grandes cedências.

O resultado de 5,2 litros aos 100 passou por muita autoestrada, com o cruise-control nos 120 km/h, vias rápidas, também no respeito dos limites, estradas nacionais e alguma cidade. E um dos aspetos que me surpreendeu foi a forma como o Jogger regenera energia, mantém em níveis altos a carga da bateria e gere o andamento em modo elétrico. É que dos 189 quilómetros percorridos, 94 foram cumpridos com emissões zero, ou seja 49,7 por cento da distância! A título de curiosidade, a minha condução, no computador de bordo, mereceu um aproveitamento de 72%. Isto vendo várias vezes a luz piloto do modo EV acesa a velocidades superiores aos 100 km/h – e não necessariamente sempre a descer. Uma nota: usei o modo B de reforço da regeneração e os resultados foram conseguidos com duas pessoas a bordo.

Um compromisso a considerar por aqueles que fazem contas este Dacia Jogger Hybrid 140cv. Espaçoso, versátil, sete lugares, honesto na qualidade, não é para grandes corridas mas garante baixos consumos sem dificuldade

O sistema não é novo, Renault Clio e Nissan Juke recorrem ao mesmo conjunto, com base no 1.6 de 90 cv normalmente aspirado, associado a dois motores elétricos, um com 50 cv, o outro com a função de gerador, ambos alimentados por uma bateria de 1,2 kWh. A soma disto tudo resulta na potência combinada de 140cv e no binário de 353 Nm, geridos por uma caixa automática elétrica (quatro velocidades mais duas no motor elétrico). Em termos de prestações, a mediania própria destas soluções: 10,1 segundos para acelerar de 0 a 100 e 167 km/h em velocidade de ponta. Na minha opinião, será sempre pouco significativo para quem elege um híbrido.

Suspensão seca nos maus pisos, o Dacia Jogger não deixa de ser um automóvel com um nível de conforto que dispensa críticas. Desembaraçado q.b. na resposta ao acelerador, sem pretensões a máquina, é o familiar honesto e equilibrado. A curvar, não surpreende que acuse a altura nas transferências de massas, sobretudo se o quisermos levar para ritmos que não são os seus nem, seguramente, de quem opta por esta escolha.

Bom rolador e desembaraçado q.b. o Jogger garante bons consumos (Foto Dacia)

Espaço, versatilidade, condução agradável, com ajuda da transmissão automática que funciona sem hesitações e só pode tornar-se notada pelo ruído nas acelerações mais bruscas e fortes, são os valores a acrescentar à economia do sistema. Um conjunto que valoriza a oferta.

A diferença em espaço e habitabilidade

Quanto ao resto, e como já aqui dissemos, pode não ser o mais chamativo dos Dacia, Construído sobre a plataforma do Sandero, aumentada 5,5 cm o que leva a distância entre eixos para 2,90 metros vai aqui buscar a diferença em matéria de espaço e habitabilidade.

Bancos em anfiteatro, o central sobe 5,5 cm e os dois da terceira fila mais 2,5 cm, permitem que todos possam ver a estrada. Se isso não é inédito, o que surpreende são os lugares da terceira fila, onde pode sentar-se um adulto, com um mínimo de conforto, mesmo que os joelhos fiquem altos; o facto de os pés poderem passar sob os bancos da frente é vantagem a ter em conta para a posição das pernas. Ao meio o espaço é generoso, mas não é o melhor para quem o usar…  Como será numa grande viagem não sei, até porque os bancos são durinhos…

Um  milagre de habitabilidade? Não vamos tão longe, o conforto é para quatro, mas quando nos lembramos de outras soluções idênticas temos de convir que a Dacia resolveu bem a questão. Também porque os bancos da terceira fila, que rodam para ficar presos na traseira dos lugares centrais, podem ser retirados. A vantagem é uma ampliação significativa do espaço de carga, de 708 para 2085 litros, se não precisarmos de transportar mais do cinco pessoas. Com a terceira fila armada, a bagageira é, naturalmente, exígua: 160 litros. O grande portão, com as luzes ao alto, e até o plano de carregamento baixo facilitam a utilização. A bateria, montada no espaço do pneu sobresselente, não penaliza a bagageira.

Outros pormenores valorizam o lado prático do Jogger, como sejam os 23 litros de capacidade no interior para transportar pequenos objetos, e o facto de as barras do tejadilho rodarem 90 graus e poderem suportar até 80 quilos. Poucos problemas para a viagem de férias…

O interior adota a filosofia que se estende à família Dacia, o mínimo que é o bastante e um pouco mais na versão Extreme, aliás a única disponível nesta oferta, que conduzi. O tecido específico e as decorações simples, em branco ou prateado, amenizam o peso do plástico negro e rugoso, nunca almofadado, que está na base de todos os revestimentos. Uma nota de jovialidade é dada pelo pespontado dos bancos. Os dianteiros, com bom apoio e proporcionando posição agradável ao volante, elevada, claro.

Equipamento à medida da oferta

Em matéria de equipamento, nada que surpreenda. Registe-se: luzes diurnas e faróis de nevoeiro em LED, ar condicionado automático, sensores de chuva e luminosidade, painel de instrumentos TFT (3,5”) volante em couro regulável em altura e profundidade, ecrã multimédia dotado de infotrafic com três anos de actualização dos mapas de navegação, Bluetooth, cruise control e limitador de velocidade, compatibilidade Android Auto e Apple CarPlay, barras de tejadilho modulares, assistência à travagem de emergência, jantes em liga de 16”. Opções: câmara de marcha-atrás, alerta de ângulo morto, cartão mãos livres, sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro.

Um compromisso a considerar por aqueles que fazem contas este Dacia Jogger Hybrid 140cv. Espaçoso, versátil, sete lugares, honesto na qualidade, não é para grandes corridas mas garante baixos consumos sem dificuldade.

FICHA TÉCNICA

Dacia Jogger Hybrid 140cv

Motor: 1598 cc, injeção, 90 cv+ motor elétrico, 50 cv e motor gerador; bateria 1,2 kWh

Potência combinada: 140cv

Binário máximo: 353 Nm

Transmissão: caixa automática

Aceleração 0-100: 10,1 s

Velocidade máxima: 167 km/h

Consumo: combinado – 4,9 l/100 (WLTP)

Emissões CO2: 110 g/km (WLTP)

Dimensões: c/l/a – 4,547/2,007/1,691 m

Peso: 1 432 kg

Bagageira: 160/708/1 807 litros

Preço: 30 900€, versão ensaiada; desde, 28 840€