A família ficou completa. E bem. O Hyundai Kauai Hybrid cumpre com aquilo que primeiro se lhe deve exigir: bons consumos! Registei 5,5 litros aos 100 num percurso com cidade, filas, estrada e via rápida. Honesto, pelo menos, e ainda por cima com um preço interessante: 27 410 euros com campanha de promoção…

Sobre o Kauai está praticamente tudo dito. É um SUV de imagem e “espírito” muito jovem, que se encaixa muito bem na oferta do seu segmento. Sem dúvida, um dos modelos que marca a nova imagem da Hyundai e ajudou à sua promoção. Também no aspeto da tecnologia, pois tem uma plataforma desenvolvida para receber todas as motorizações eletrificadas. E se a versão 100 por cento elétrica foi alvo de muita curiosidade, este híbrido não merece menos atenção.

Na base de tudo está o casamento do bloco 1.6 GDI de 145 cv com um motor elétrico de 43,5 cavalos e uma bateria de polímero de iões de lítio com 1,56 kWh. É a receita testada no Ionic da qual resulta a potência combinada de 141cv e um binário de 264 Nm. Acresce que esta capacidade é gerida por uma caixa de dupla embraiagem, a qual ajuda a fazer a diferença para a concorrência, dominada pelas transmissões de variação contínua, sempre mais ruidosas e marcadas por um típica situação de arrasto, muitas vezes incomodativa.

Imagem jovem, bem construído, honesto no espaço, equipamento razoável, este Hyundai Kauai Hybrid, compromisso adequado entre dinâmica e conforto, é a proposta para quem pretende um pequeno SUV desenvolvido para ser económico – e com bom preço

Livre disso, este Kauai Hybrid marca pontos neste aspeto do conforto a bordo. A caixa tem até patilhas no volante, mas, verdade se diga, esse não é grande argumento, pois, por um lado, a resposta está longe de ser especialmente pronta e, por outro, as prestações do carro nem convidam a uma condução mais geniquenta: 11,2 segundos na aceleração 0-100 e 160 km/h em velocidade de ponta deixam claro que é outra a filosofia deste híbrido. Não falta o modo Sport, mas, apesar das ligeiras diferenças, até nem faz muito sentido quando, sem dúvida alguma, o objetivo primeiro é a economia e a exploração das vantagens de um sistema que, como se sabe, vive da capacidade de regeneração da bateria conseguida através das travagens e da desaceleração.

Dinâmica e conforto em bom plano

No que respeita à dinâmica, há pouco a dizer. Peso e jantes de 18 polegadas não alteram sobremaneira o comportamento deste Kauai em relação à restante família, pelos menos a “térmica”, uma vez que o elétrico beneficia de um centro de gravidade mais baixo, por razões óbvias. De todo o modo, o compromisso da suspensão, a relação entre a eficácia e o conforto continua em plano convincente. Agradável de guiar e bem mandado, mesmo que a frente possa alargar a trajetória quando se força andamento. Normal num tração à frente.

A tecnologia híbrida fez modificar o painel de instrumentos, ainda não tomado pela digitalização. No lugar do conta-rotações surgem as indicações relativas à bateria, à sua regeneração e ao estilo de condução ou, melhor, à dosagem da aceleração.

O que mudou, e para melhor, foi o sistema de infoentretenimento, bem mais amigável e moderno na apresentação. É claro, o ecrã de 10,25 polegadas não é equipamento de série e com ele tudo ganha outro relevo, além de mais facilidades.

Espaço fica-se pela vulgaridade

Quanto ao resto, permito-me recordar o que escrevi sobre o Diesel. Jovem, fresco, apelativo nem tudo são virtudes no Kauai. O aspeto mais penalizador será a bagageira, 361 litros (vai até aos 1143 com os bancos rebatidos – 60×40 – os quais não formam uma superfície plana), capacidade abaixo da expetativa. Mas é de saudar que a versão híbrida mantenha os valores, ao contrário da elétrica. Depois vem a habitabilidade traseira, generosa mas sem o desafogo de outras propostas, e, claro, lugares para cinco, conforto para quatro. Já na frente, nada a dizer, não há conflito de cotovelos e a posição ao volante é agradável.

O ambiente é simples mas conseguido, num exercício que ganharia com mais cor e conjuga muito bem plásticos de qualidade razoável e, sobretudo, montagem convincente ao ponto de pensarmos que o tempo não vai presentear-nos com aqueles incómodos ruídos parasitas.

Equipamento generoso

Em termos de equipamento a proposta é razoável, não dispensa a chave inteligente e o botão de ignição, modos Eco, Normal e Sport, travão de mão elétrico, retrovisores elétricos, luzes diurnas em LED, faróis bifuncionais em halogéneo, volante multifunções, câmara traseira, sensores de luz, chuva e estacionamento traseiro e jantes em liga de 18 polegadas. A versão ensaiada dispunha dos packs Navy  (1400 euros) e Vision (1200 euros), o primeiro que inclui a travagem de emergência, ecrã de 10,25 polegadas com DAB e sistema áudio da Krell, e ainda navegação com atualizações gratuitas; o segundo com carregador wireless, faróis dianteiros em LED com máximos automáticos e head-up display.

Imagem jovem, bem construído, honesto no espaço, equipamento razoável, este Hyundai Kauai Hybrid, compromisso adequado entre dinâmica e conforto, é a proposta para quem pretende um pequeno SUV desenvolvido para ser económico –  e com bom preço.

A garantia é de sete anos sem limite de quilómetros.

O Kauai tal como a Hyundai o vê com o nome original

FICHA TÉCNICA

Hyundai Kauai Hybrid Premium

Motor: 1580 cc, gasolina (ciclo Atkinson), injeção direta, start/stop

Potência: 104 cv/5700 rpm

Binário máximo: 147 Nm/4000 rpm

Motor elétrico: síncrono de íman permanente~

Potência: 43,5 cv

Binário máximo: 170 Nm

Bateria: polímero iões de lítio/1,56 kWh

Potência combinada: 141 cv

Binário máximo: 265 Nm

Transmissão: automática de dupla embraiagem com seis velocidades

Aceleração 0-110: 11,2 s

Velocidade máxima: 160 km/h

Consumos (WLTP): média – 4.6 L/100 Km

Emissões CO2 (WLTP): 122 g/km

Bagageira: 361/1143 litros;

Preço: versão ensaiada – 30 800 euros: desde 29 160/ 27 410 com campanha