Robusto, imagem muito TT, o Torres é um SUV de imagem apelativa (Foto KGM/Astara)

Rosto da versão elétrica emana força e tem a curiosidade da barra de luz entrecortada (Foto KGM/Astara)

Simulação da caixa do pneu sobressalente dá originlidade à traseira (Foto KGM/Astara)

Elementos cobreados destacam-se na decoração interior (Foto KGM/Astara)

MInimalismo leva comandos do ar condicionado e da climatização dos bancos para o ecrã tátil (Foto KGM/Astara)

Bagageira oferece 708 litros de capacidade (Foto KGM/Astara)

Carregamento rápido a 120 kW vale 37 minutos para chegar aos 80% da bateria (Foto KGM/Astara)

“É giro”! O comentário, ouvido na rua, despertou-me para essa realidade de quanto conta a imagem na escolha de um automóvel. Via no KGM Torres um produto com essa virtude e depois de conduzir a versão 100% elétrica fiquei convencido de que este é um produto com mais asas para voar em Portugal do que tiverem os SsangYong que deram origem à nova marca sul-coreana. Mas nem tudo são rosas…

SUV de imagem TT muito moderna, linhas direitas e quadradas, bem parecido e proporcionado tem 4,71 de comprimento, medida que o situa entre as ofertas dos segmentos C e D – solução de compromisso da qual os sul-coreanos são adeptos.

A frente dá-lhe um ar mandão, a assinatura luminosa é original, com uma barra a toda a largura, engtrecortada por pequenos retângulos; em baixo, separados pela entrada de ar,  dois grupos óticos verticais, “afundados” nos extremos do para-choques que parece destacado da carroçaria, por uma barra negra, em cima, e a entrada de ar, em baixo, esta rematada por uma peça que sugere uma proteção inferior. Interessante

Vistosa, também, e diferente a silhueta marcada pelo efeito da custódia preta ligada aos vidros escurecidos, num SUV de cintura alta e direita, ilhargas bem esculpidas, bordeadas por sóbrias proteções plásticas negras, e que assenta muito bem nas jantes de 20 polegadas.

SUV de Estilo apelativo, a lembrar os todo-o-terreno, habitabilidade e espaço de carga em nível de registo, muito equipamento, o 100% elétrico KGM Torres, com uma bateria de 73,4 kWh e 207  cv de potência, tem prestações normais e não se destaca no capítulo da autonomia: 460 km, valor que, na prática, pareceu difícil de alcançar

A traseira apresenta a curiosidade de simular a caixa do pneu sobresselente e permitir a exitência, à direita, de um puxador convencional como para acionar um portão de abertura lateral, o que não acontece. A abertura é vertical e a motorização da abertura facilita as coisas. Outra curiosidade, a solução deixa a matrícula descentrada, como tantas vezes acontecia em automóveis de outras gerações.

Minimalismo “empurra” comandos para painel tátil

O interior, como é comum, tem a dominá-lo um grande painel tátil com dois ecrãs (cada um com 12,3”), claramente separados. Painel de instrumentos em frente ao volante. Infoentretenimento do outro e uma aposta no minimalismo: até os botões de atalho, incluindo, por exemplo, modos de condução, estão integrados no monitor da direita e é preciso “arrastar” uma fina barra no topo para ficarem visíveis. Não acho especialmente práticas estas criações informáticas…

Silhueta bem traçada e impressiva num SUV que contempla a utilização como veículo de lazer (Foto KGM/Astara)

Grafismo interessante, o painel, de base cinzenta, não oferece boa visibilidade quando o sol entre no habitáculo, mesmo havendo diversos tons de regulação – no painel tátil, óbvio. A colocação do volante, um multifunções bem arrumado, boa pega e com base achatada, também interfere com a leitura.

Uma consola suspensa, com apoio de braço a tapar generosa caixa, e um compartimento vertical para o carregador wireless do smartphone (boa ideia), integra o seletor de marcha e o travão de mão elétrico – contibui para um ambiente arejado. Pele sintética, no topo do tablier e nos bancos pespontados, decoração à base de plásticos, com qualidade convincente, cobreados em partes do tablier e da consola, dão um toque de modernidade na decoração, mas falta-lhes a sensação de requinte que a imagem externa sugere.

Comodidade no banco traseiro e mala com boa capacidader

Em termos de habitabilidade, pouco a dizer: ótimo espaço no banco traseiro, apesar da existência de um pequeno túnel, saídas de ar, sem regulação para os passageiros, e duas tomadas USB-C. Não falta um apoio de braços central, para garantir a dois passageiros o conforto que nunca terão três…

No que respeita à mala, a capacidade vai dos 703 aos 1662 litros com os bancos rebatidos. Há um fundo falso. Uma oferta razoável, mas não existe frunk sob o capô.

Quanto à máquina, tem um motor elétrico de ímanes permanentes que debita 207 cv e 339 Nm de binário. Arquitetura de 400 V, conta com uma bateria (BYD) com 73,4 kwh de capacidade.

Capaz de acelerar dos 0 aos 100 em 8,5 segundos e de atingir os 175 km/h em velocidade de ponta, este Torres EVX lida bem com as quase duas toneladas de peso, mas não é um elétrico repentista. É desembaraçado o suficiente a curvar mas se forçarmos o andamento a altura faz-se sentir. A sua filosofia é do familiar rolador para uma condução descansada.

Tem três modos de condução: Eco, Comfort. Sport. Tantos quantos a regeneração da travagem,  comandada nas patilhas do volante e pouco sensível. A direção é adequada ao estilo de produto.

A KGM anuncia um consumo de 18,7 kWh/100 km o que aponta para autonomias de 460 km em ciclo combinado e 505 no ciclo urbano. Fiz 208 km, usei os modos Comfort e Eco e o melhor que consegui foram 21,2 kWh. A média final para a totalidade do percurso, autoestrada, principalmente, foram 21,6 kWh e o computador de bordo prometia que os 26% de energia que sobravam davam para fazer mais 117 km. Daí, soma simples, a autonomia para o meu estilo de condução, 120 k/h no cruise control na autotestrada, eram 315 km, muito distante do prometido.

Muito equipamento e bateria com 10 anos de garantia

O Torres carrega a 120 kW e uma carga rápida permite chegar aos 80% da capacidade em 37 minutos.

O EVX que conduzi era um K5, o nível de equipamento mais elevado, e a oferta é completa. A saber: sistema de assistência e manutenção na faixa de rodagem, alerta de colisão, detetor de ângulo morto, cruise-control adaptativo e limitador de velocidade, câmara de 360 graus, máximos automáticos (halogéneo), luzes diurnas e farolins em LED, ar condicionado bizona, navegação, bluetooth com reconhecimento de voz, bancos em pele sintética, elétricos, aquecidos e refrigerados à frente, banco traseiro e volante também aquecidos, teto de abrir, retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente e aquecidos, jantes de 20 polegadas.

A bateria conta com uma garantia de dez anos ou um milhão de quilómetros.

SUV de estilo apelativo, a lembrar os todo-o-terreno, habitabilidade e espaço de carga em nível de registo, muito equipamento, o 100% elétrico KGM Torres EVX, com uma bateria de 73,4 kWh e 207  cv de potência, tem prestações normais e não se destaca no capítulo da autonomia: 460 km, valor que, na prática, pareceu difícil de alcançar.

FICHA TÉCNICA

KGM Torres EVX

Motor: elétrico, ímanes permanentes

Potência: 207cv

Binário: 339 Nm

Transmissão: automática, velocidade única

Aceleração 0-100 km/h: 8,5 segundos

Velocidade máxima: 175 km/h

Bateria: 73,4 kWh (400V), iões de lítio

Carga: máximo 120 Kw (37 minutos de 0 a 80%)

Bagageira: 703/1 662 litros

Peso: 1 979 kg

Dimensões: c/l/a – 4,715/1 890/1,725 m

Preço: versão ensaiada, €49 900; K3 desde, € 45 900 e, para empresas, €31 300+IVA