KIA melhora os Niro EV e HEV

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Cresceu, amadureceu e mudou de fato o novo Kia Niro, já disponível em versões 100 por cento elétrica e híbrida, com a surpresa de não haver Plug-in no horizonte. Os preços, beneficiados pelas agressivas campanhas habituais começam, respetivamente, nos 41 7000€ e nos 32 000€.

As grandes novidades são duas: uma marcante à vista, a completa revolução no design do crossover; a outra, “escondida”, a adoção da terceira fase da plataforma de eletrificados da Kia, que traz, por exemplo, uma maior distância entre eixos (2 cm), com reflexos na habitabilidade traseira, também pela redução da largura das costas dos bancos da frente (3 cm). O espaço de carga subiu para 475/1392 litros no e-Niro (um aumento de 44 litros face à anterior geração) e de 451/1445 litros no HEV (107!). O Niro aumentou 4,5 cm (4,42 m) tem mais 2 cm de largura (1,825m), e mantem a altura (1,545 m).

No que se vê, uma evolução continuada no design do Niro, na linha que começa a marcar a diferença dos eletrificados da marca sul-coreana. O destaque vai para a evolução da grelha (activa!) e, sobretudo, para o pilar C, destacado pela cor diferente (são seis à escolha), e o qual tem função aerodinâmica: inclui passagens de ar, junto às luzes traseiras, que visam a redução da turbulência. É uma espécie de boomerang que funciona como elemento distintivo. Diferente.

Mais do que um grande refrescamento estético, o novo Kia Niro, maior e mais espaçoso, elétrico ou híbrido, beneficiado na construção, representa uma lufada de ar fresco para um automóvel bem sucedido na gama da marca sul-coreana e continua a ser muito concorrencial

O interior, design sóbrio, bons materiais e construção cuidada, não surpreende quem tem acompanhado as soluções digitais da KIA. Dois ecrãs de 10,25 polegadas na versão topo de gama, um para a instrumentação o outro dedicado ao sistema de infoentretenimento (8” na versão de entrada). Neste, a compatibilidade habitual e por baixo a barra-tela que permite alternar os comandos do ar condicionado com os atalhos da ecrã. A consola integra o habitual seletor de marcha circular, botão de arranque, travão de parque elétrico e modos de condução.

Na linha das preocupações hoje habituais, explica a KIA, o forro do tejadilho é produzido a partir de papel de parede reciclado, o acabamento dos painéis das portas é feito com tintas isentas de compostos orgânicos voláteis (COV), os revestimentos dos bancos em pele de poliuretano (PU) vegan contêm Tencel (substância produzida a partir de madeira de eucalipto) e a chapeleira é fabricada em tecido de malha composto por 75% de fibras recicladas.

Duas interessantes opções de motorização

E as máquinas. Pois bem, o 100% elétrico continua a contar com o motor de 204 cv, agora com o binário reduzido de 395 para 255 Nm A decisão fica a dever-se à necessidade sentida de reduzir do torque steering, e daí melhoria da resposta da direção na entrega do binário. Obviamente, o e-Niro fica menos repentista nas retomadas de aceleração, mas nada que nos impeça deixar de sentir o despacho próprio dos elétricos, por exemplo, numa ultrapassagem. As prestações, no entanto, igualam as da geração anterior:7,8 segundos de 0 a 100 e 167 km/h em velocidade de ponta.

A bateria de iões de lítio, montada sob o piso, mantém os 64,8 kw e pesa 450 quilos. A autonomia sai melhorada, também porque houve uma redução de peso: 460 km em estrada e 604 no percurso urbano, números, para mim, sempre muito otimistas, como na generalidade dos elétricos.

O e-Niro está preparado para o carregamento rápido e nessa situação precisa de 43 minutos para levar a bateria dos 10 aos 80% da capacidade. Numa tomada normal, “atesta” em 27,30 horas e a 11 kWh em 6,20 horas. A bateria pode também ser usada para alimentar outros dispositivos elétricos. Sob o capô  existe uma caixa com 20 litros de capacidade para transportar os cabos de carregamento.

A versão híbrida (HEV) utiliza a conhecida solução de casamento do motor 1.6 a gasolina (105 cv/144 Nm) e a bateria de 1,32 kWh, o que vale 141 cv e 265 Nm de binário. Tem uma caixa automática de seis velocidades com dupla embraiagem e patilhas no volante. Curiosidade, não tem marcha atrás, esse movimento é assegurado pelo motor elétrico e permitiu ganhar mais de dois quilos no peso…Em termos de prestações 10,8 segundos dos 0 aos 100 e 162 km/h de velocidade máxima. O consumo anunciado é de 4,7 l/100 km.

Bons recheios em termos de equipamento

As versões são duas, Drive e Tech e ambas contam com ar condicionado automático, bluetooth com reconhecimento de voz, câmara de estacionamento, cruise control adaptativo com sistema Stop&Go, duas portas de carregamento USB-C acopladas aos bancos dianteiros, sensor de luz, sistema de chave inteligente, tomada de 12V, apoios de braço dianteiro e traseiros, volante em pele vegan, travão de mão elétrico, entre outros. Exclusivamente na variante Tech, há ventilação traseira do ar condicionado, banco traseiro reclinável em vários ângulos, carregador sem fios para smartphone, bancos em pele e tecido vegan e espelho retrovisor electrocromático.

No que respeita às ajudas à condução, estão disponíveis: assistência à manutenção e seguimento na faixa de rodagem, assistência à condução em autoestrada (nível 2), máximos assistidos, programador de velocidade inteligente baseado na navegação com controlo de curva, monitor de trânsito à retaguarda. Existe ainda comando avançado por voz.

Como de costume, a KIA assegura sete anos de garantia ou 150 mil quilómetros (compreende motor elétrico e conjunto da bateria) e oferece aos clientes de automóveis elétricos o cartão de fornecimento de energia GOElectric, que assegura os tarifários mais competitivos disponíveis

Mais do que um grande refrescamento estético, o novo Kia Niro, maior e mais espaçoso, elétrico ou híbrido, beneficiado na construção, representa uma lufada de ar fresco para um automóvel bem sucedido na gama da marca sul-coreana e continua a ser muito concorrencial.