O sucesso dos elétricos da KIA – é a segunda marca em vendas na Europa! – encontra mais uma bela resposta no renovado Niro. Bem conseguida evolução do modelo anterior, reúne os predicados que fazem do preço – desde 41 700€, preço com campanha… – a cereja no topo de um bolo do qual se torna difícil não gostar. Boa dinâmica, autonomia convincente (460/604 km), outro excelente trabalho dos sul-coreanos.
SUV de estilo mais radical, e diferenciado do que tem sido hábito no design do emblema, terá na originalidade dos faróis o pormenor controverso. Novidade é o pilar traseiro, que esconde um túnel através do qual é canalizado o ar que corre nos flancos e evita a turbulência. Bem pensado.
O interior tem a marca da modernidade de que o EV6 é ponta de lança. No caso transposta para um grande monitor digital que casa o painel de instrumentos e o ecrã central, obviamente dotado da informação que se deseja num automóvel elétrico. A consola inclui um seletor de marcha circular, com o botão de parque ao centro, e os modos de condução – Eco, Normal e Sport – estão no volante multifunções. Mantém-se a prática solução do segundo ecrã com os botões digitais para os atalhos do ecrã central.
Bancos (mais apoio à frente devia ser considerado) em pele sintética e tecido, o Niro exibe plástico a mais do que é costume, ainda que a construção revele o cuidado habitual na finalização. A oferta não destoa, face à oferta do segmento! O espaço sai beneficiado sobretudo com o facto de os bancos dianteiros terem emagrecido três centímetros. Atrás não falta habitabilidade e o único reparo pode ir para a altura do banco, aqui em resultado das baterias – outros fazem-no propositadamente. Não me parece que penalize o conforto (sempre melhor para dois pelas razões habituais) que poderá ressentir-se mais, isso sim, de alguma secura da suspensão.
Nem tudo será perfeito, mas pedir mais do que propõe o Kia Niro EV é elevar a fasquia a nível difícil de superar face ao que vale o SUV sul-coreano em matéria da relação qualidade/preço num elétrico que fará mais de 400 quilómetros sem grandes dificuldades
A bagageira tem 475 litros de capacidade, valor considerável para um elétrico, o fundo permite duas posições e com os bancos rebatidos a capacidade de carga aumenta para 1 392 litros. Como é costume, sob o capô há uma caixa com 20 litros de capacidade, onde, por exemplo, podem transportar-se os cabos de carga.
O motor síncrono de ímanes permanentes continua a debitar 204 cv, mas foi alvo de uma redução do binário de 395 para 255 Nm. Com isso conseguiu-se combater a tendência para o torque-steering e melhorou-se, sem dúvida, a resposta da direção à entrega do binário.
Nova plataforma é traz melhoria relevante
O Niro nasceu sobre a terceira geração da plataforma desenvolvida peloe Grupo Hyundai-Kia para receber todo o género de motorizações, com fundo plano e maior distância entre eixos (+2 cm). É um aspeto relevante no desenvolvimento desta nova geração do SUV sul-coreano, refletido, designadamente, numa melhor dinâmica.
As alterações introduzidas permitiram que a autonomia anunciada tenha aumentado para os 460 km em estrada e 604 no percurso urbano. As prestações balizam-se pelos mesmos valores: 7,8 segundos para acelerar de 0 a 100 e 167 km/h em velocidade máxima. Números dentro da média.
A condução, que segundo a regeneração escolhida em três níveis nas patilhas do volante, pode chegar ao cómodo i-pedal, é agradável, o comportamento típico de um tração dianteira, com tendência para a subviragem, sempre defendida por um sóbrio controlo de estabilidade. Nota para o facto de parecer menos a tendência para o rolamento da carroçaria. A redução do binário retirou-lhe algum repentismo, mas há força bastante para ultrapassar descansadamente. E também vale uns pontos a mais na economia! Um carro a dispensar grandes críticas numa utilização normal. Quem quiser outras experiências, tem o modo Sport…
Números de fazer inveja na autonomia
A bateria de iões de lítio, montada sob o piso, mantém os 68,4 kW e pesa 443 quilos. Os tempos de carga anunciados são de 6 horas e 20 minutos quando com 11 KWh e cabo Combo, e de 42 minutos para o carregamento rápido (100 kw), que garantirá 80 por cento da capacidade. Numa tomada normal, precisa de 27 horas e meia
E os resultados práticos. Pois bem, “peguei” no Niro com a carga máxima e a indicação de 444 km de autonomia. Percorri 155 km em todas as condições, incluindo autoestrada, e o consumo indicado pelo computador de bordo foi de 16,9 kWh. Sobrava carga para 258 km o que significaria uma autonomia de 413 km, no mínimo, muito honesto. Mas a comprovar esta prestação, o consumo acumulado para 2 160 km era ainda inferior:15 kWh. Ora, fazendo as contas dá 456 km por cada carregamento completo! A promessa da marca é de 460…
Nem tudo será perfeito, mas pedir mais do que propõe o Kia Niro EV é elevar a fasquia a nível difícil de superar face ao que vale o SUV sul-coreano em matéria da relação qualidade/preço num elétrico que fará mais de 400 quilómetros sem grandes dificuldades.
Em termos de equipamento, entre outros, chave inteligente e botão start, navegação, sensores de luz ,chuva e estacionamento, ar condicionado automático com saída na traseira, cruise control com stop&go, sistema multimédia compatível com Android Auto e Apple CarPlay, bluetooth com reconhecimento por voz, carregador wirelesss para telemóvel, câmara de auxílio ao estacionamento, seleção de modos de condução, volante multifunções, luzes diurnas e de nevoeiro em LED, banco traseiro reclinável, vidros escurecidos, jantes em liga de 17 polegadas.
A garantia continua a ser de sete anos e abrange a bateria e o motor elétrico.
FICHA TÉCNICA
Kia Niro EV
Motor: síncrono de ímanes permanentes
Potência: 204 cv
Binário máximo: 395 Nm
Bateria: polímero de iões de lítio; 68,4 kWh (64 kWh energia); 358 V
Carregador de bordo: 11 KW
Transmissão: automática, velocidade única
Aceleração 0-100: 7,8 segundos
Velocidade máxima: 167 km/h
Consumo: média – 16,2 kW/100 km
Emissões CO2: 0
Autonomia: 460/604 km (WLTP)
Dimensões: c/l/a – 4,42/1,82/1,545 m
Peso: 1 692/1 739 kg
Bagageira: 475/1 392 litros
Preço: a partir dos 41 700€, com campanha de 6 800€