Contra ventos e marés, a KIA tem um novo Picanto e aposta na continuidade dos citadinos que alguns consideram desnecessários apesar do aumento das vendas. Futuro à-parte, o renovado automóvel tem mais do que a graça dos pequeninos, desde logo um preço de 17 500€ e sete anos ou 150 mil quilómetros de garantia!
A mudança é a mais radical na história do Picanto em termos estéticos. O citadino que nos habituámos a ver harmonizado por formas arredondadas, surge revolucionado no estilo e acompanha as propostas mais futuristas da KIA já conhecidas. A nova conceção da dianteira é um trabalho ousado que define, decisivamente, a imagem do modelo de entrada de gama na marca sul-coreana.
Desportiva e muito jovem, a frente do Picanto integra um conjunto ótico muito original marcado pela verticalização dos faróis e pela barra que bordeja o renovado capô e lhe dá um ar muito high-tech, sobretudo se tivermos em conta as dimensões. As grandes entradas de ar, a recuperação minimalista da grelha do “nariz de tigre”, para afirmar um certa ar de família, completam um conjunto que, decididamente, saíu da caixa…
Guarda lamas trabalhados, rodas mais à frente, silhueta bem trabalhada e enfim, uma traseira em que se destaca a assinatura luminosa, também ela usando uma barra e uma conceção com tanta de simples como de vistosa. Nova porta da bagageira, para choques bem integrado num conjunto de dois blocos retangulares, e aí está um citadino diferente e bem conseguido.
A evolução estética da KIA não é novidade e o apuro do design do interior acompanha a modernidade e já perdeu o cinzentismo de outros tempos. Até a digitalização chega ao painel de instrumentos e o ecrã tátil flutuante de 8” inclui navegação, bluetooth, com possibilidade de emparelhar dois smartphones (um só para multimédia) em conectvidade Apple CarPlay e Android Auto.
Muito diferente na estética, ousado e bem parecido, cuidado no acabamento, espaço generoso e mala pequena, capacidades limitadas pela potência, o novo KIA Picanto é um citadino honesto, bem construído e com preço e garantias atrativas
O único reparo é “mal natural”, a profusão do plástico, frio ao toque, mas convém não esquecer que este é um automóvel do segmento A e uma oferta em que só pensar em milagres seria outro… De todo o modo, o nível de construção continua a explicar e razão por que, afinal, este até é um dos modelos mais vendidos da KIA e a razão da marca continuar a merecer elogios. Competição, guerra de preços “oblige”…
Em termos de espaço, impõe-se considerar que estamos a flara de um carro com 3,60 metros e 2,40 metros entre eixos. Quatro adultos viajarão em padrões de espaço aceitáveis, desde que não se pense em grandes viagens. A bagageira tem 255 litros de capacidade, o que é naturalmente pouco, mas com os bancos rebatidos, os 1 010 litros disponíveis permitem abertura para aquilo que é necessário, por exempolo, à prática de muitas atividades ao ar livre.
Versão Urban para já, GT Line em Outubro
Para já, a KIA disponibiliza a versão Urban, proposta de entrada, mas, a partir de Outubro a escolha abrangerá a versão GT Line, da qual são as imagens aqui reveladas. Obviamente, mais desportiva apresentará, por exemplo, jantes de 16 polegadas contra as 14 do Urban, o que faz esquecer as 13 polegadas dos primeiros modelos e as dificuldades em encontrar pneus… Outra diferença é o difusor sob o para-choques traseiro a emprestar imagem de mais agressividade ao citadino sul-coreano.
Em termos de motorização, para já adeus ao turbocompressor no motor tricilindrico de 998 cc a debitar 63cv e com o binário de 93 Nm às 3 750 Nm. Apesar do peso (1 012 kg) não podem esperar-se milagres de proposta assim. E as prestações são esclarecedoras: 15,6 segundos de 0 a 100 e 145 km/h em velocidade de ponta. Números modestos.
Quanto a consumos, a KIA promete um combinado de 5,2 l/100 km. Mas para isso é necessário não pedir ao Picanto aquilo para que ele não foi pensado: é um citadino para conduzir aproveitando, sobretudo, a agilidade (ainda favorecida pelo adiantamento das rodas dianteiras) e depois deixar rolar à medida das capacidades, sob pena de penalizar os consumos.
A versão Urban está disponível com caixa manual de cinco velocidades ou uma opção pilotada com igual número de relações (18 500€), a qual penaliza ligeiramente o consumo (5,3 l/100) e as emissões (119 g/km/contra 116).
Uma curta experiência ao volante serviu ainda para atestar, sem surpresa, que os três cilindros se fazem ouvir e sentir. Nada que surpreenda, verdadeiramente, num automóvel deste segmento, no qual a insonorização não pode ser preocupação primeira.
O Picanto conta com vectorização de binário por travagem, função adicional ao controlo de estabilidade que melhora o comportamento em curva.
No que respeita a equipamento: ar condicionado manual, cruise control com limitador e assistência ao limite de velocidade, sistema de ajuda à manutenção na faixa de rodagem, câmara de estacionamento traseiro, máximos automáticos, sensor de luz, Bluetooth com comandos por voz, sistema multimédia com navegação.
Muito diferente na estética, ousado e bem parecido, cuidado no acabamento, espaço generoso e mala pequena, capacidades limitadas pela potência, o novo KIA Picanto é um citadino honesto, bem construído e com preço e garantias atrativas.
FICHA TÉCNICA
KIA Picanto 1.0 Urban
Motor: 998 cc, ttrês cilindros
Potência: 63 cv/5 000 rpm
Binário máximo: 93 Nm/3 750 Nm
Transmissão: caixa manual de cinco velocidades (pilotada em opção)
Aceleração 0-100 Km/h: 15,6 s
Velocidade máxima: 145 km/h
Consumo: circuito combinado – 5,2 l/100 km
Emissões CO2: 116 g/km
Peso: 1 012 kig
Dimensões: c/l/a – 3,605/1,595/1,485 m
Bagageira: 255/1 010
Preço: 17 500€