Está a  tornar-se comum transformar em novas marcas designações marcantes de alguns emblemas. Agora chegou a vez da Aston Martin dar asas à Lagonda para prometer o paradigma do luxo e das novas tecnologias em  2021. O desafio que tem corpo num estudo de formas que, está prometido, tem muito do carro que aí vem. E há quem acredite… depois de o ver o Lagonda Vision Concept em Genève.

Quando o olhamos a primeira vez, parece apenas mais um daqueles espetaculares concept-cars com que as marcas enchem os olhos ao público nos salões. Quando nos dizem que o estudo vai ser mais do que isso, instala-se algum ceticismo no nosso espírito. Quando nos propomos outro olhar, descontando aqueles futurices do cinema de ficção, acabamos por pensar: “E por que não?”.

Vamos esperar. A produção está anunciada para arrancar em 2021 e dois anos depois haverá dois modelos, elétricos, pois claro, preparados opara a condução autónoma, evidentemente. A ideia é combinar uma interpretação moderna do luxo com o melhor da revolução tecnológica no automóvel – a pensar naqueles que até estão habituados a automóveis autónomos há muito tempo, através da histórica “tecnologia” do chauffeur…

Este Lagonda foi trabalhado por um dos mais famosos artesãos ingleses do automóvel, David Snowdon (…), o qual ulitilizou fibra de carbono, materiais cerâmicos, cachemira e seda num trabalho que é mesmo “surpreendente e fascinante”

Lagonda Vision Concept é a designação do supercarro que prevê uma linguagem de design a aplicar nos modelos de série. A filosofia foi simples e assentou na liberdade que os designers ganham na criação de um carro com um fundo que assente sobre baterias planares é também ele raso e beneficia da simplificada motorização elétrica.

Por isso, o Vision Concept foi projetado de dentro para fora e explora o que a Aston Martin, ou a Lagonda se preferirem, entende como a “eficiência do espaço”. Também beneficiado em termos de acesso ao habitáculo, pois o fundo permite portas maiores e facilmente de abertura oposta. A liberdade é tanta que os passageiros da traseira podem aceder ao seu lugar entrando autenticamente a caminhar, uma vez que o próprio tejadilho abre.

Quatro cadeirões e uma sala

Os bancos são quatro cómodos cadeirões, com braços atrás, claro, e estes capazes de se transformarem em confortáveis “chaises longues”, e os dianteiros com capacidade para rodarem 180 graus, de modo a criar o ambiente próprio de uma pequena e aprazível sala, onde até a iluminação artificial tem imagem cuidada. Nesta configuração do interior, o volante, o qual pode estar tanto à direita como à esquerda (!), pura e simplesmente recolhe e desaparece. Manda, então, a condução autónoma!

Para provar que o luxo não é tradição passadista e pode ser coisa de lógica moderna, este Lagonda foi trabalhado por um dos mais famosos artesãos ingleses do automóvel, David Snowdon, mestre na combinação de novos materiais, o qual ulitilizou fibra de carbono, materiais cerâmicos, cachemira e seda num trabalho que é mesmo “surpreendente e fascinante”, como a marca refere.

Se o futuro Lagonda será mesmo assim, fica para a nossa imaginação, principalmente no que respeita ao interior. As belas formas do exterior, interpretação modernaça de um grande turismo, com um ou outro toque não custa ver aplicadas à frealidade. Espetacular, com certeza, acaba por ser muito fluido e simples. Realizável até com quatro portas convencionais.

Quanto a dados técnicos, as promessas são apenas para um automóvel elétrico capaz das performances impressionantes a que já estamos habituados, sobretudo em termos de aceleração e recuperação, mais um binário arrasador, quatro rodas motrizes e 600 quilómetros de autonomia, na certeza de que o recarregamento das baterias pode ser feito por wireless.

Faltam três anos e esperar pelas cenas dos próximos salões…

O filme da Aston Martin é mais um contributo para olhar o futuro.

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