É o Lexus mais vendido na Europa e, na nova geração e primeira versão Plug-in da marca, deixa a impressão de o êxito ser para continuar. O NX450h+ oferece-nos a qualidade habitual, dinâmica mais apurada, correções importantes e prestações de autonomia elétrica e consumo à altura do que se espera de “mestres” na hibridização. O preço, 77 099€ é o que pode esperar-se num Premium bem equipado.
A identidade, mesmo que as formas sejam mais europeias, continua logo estampada na grelha fusiforme, maior e com outra malha. Ganha agressividade o SUV que apresenta também uma traseira (chamam-lhe “condensada”) mais sóbria e conseguida que perde o emblema para ganhar a inscrição Lexus em letras cromadas, a exemplo do que acontece com a designação. Não falta a barra de luz transversal, desligada dos grupos óticos. Um automóvel que emana força, tem presença e os laivos da modernidade do design da escola japonesa. Não deixa dúvidas: é um Premium.
Por dentro, o desfile de qualidade habitual. Escolha criteriosa de materiais, acabamentos irrepreensíveis, ambiente de nível superior. Revolução maior a digitalização completa e uma nova conceção do painel que tem o grande ecrã central de 14 polegadas agregado. Interessante a preocupação de manter uma pala sobre os instrumentos e depois acompanhada pelo crescimento em altura do monitor tátil do infoentretenimento.
O sistema ganhou rapidez, a Lexus perdeu alguns complexos olhando ao que faz a concorrência europeia, ainda assim, é para mim um mistério como não vão mais longe os japoneses no software e respetivo grafismo. O que não perderam foi a oportunidade de reduzir os botões físicos de 75 para 48, salvaguardando (das dedadas), designadamente, arte dos comandos do ar condicionado e o volume do rádio.
Bem construído, qualidade à vista, sistema hÍbrido competente, grande autonomia elétrica e consumos honestos, o novo Lexus NX450h+ é um SUV que marca da melhor forma a estreia da Lexus no mundo dos Plug-in. Não tem temperamento desportivo, mas é um grande estradista
Cockpit dividido pela consola, com uma boa caixa sob o apoio de braços, consola com uma seletor de marcha tradicional, botão dos modos de condução, um pouco “pendurado”, mas à mão e prático de usar. Travão de parque elétrico e outros comandos estão igualmente na consola.
Habitabilidade melhorada e boa mala
Maior em todas as medidas, sobretudo na distância entre eixos (3 cm) e com vias mais largas, tudo a partir de nova plataforma, o Lexus NX450h+ ganha na habitabilidade, muito boa atrás e com o espaço necessário à frente para não haver conflito de cotovelos. A bagageira, tratando-se de um Plug-in, dispensa grandes reparos: 545 litros de capacidade aumentável até aos 1436 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Com muito do RAV4, este Lexus recorre ao bloco 2.5 de ciclo Atkinson, a debitar 185 cv, que é combinado com dois motores elétricos: um dianteiro, com 182 cv, outro, mais pequeno no eixo traseiro, com 54 cv. Daí, quatro rodas motrizes, geridas pelo sistema E-Four. A caixa de velocidades continua a ser de variação contínua, para mim – saúda-se!- mais apurada e silenciosa do que nos Toyota. A bateria de iões de lítio para alimentar o sistema tem 18,1 kw de capacidade.
A capacidade do conjunto é de 309 cv, o binário combinado não é anunciado, mas a verdade é que NX450h+ responde sempre pronto às solicitações do acelerador e não ficam dúvidas sobre a sua capacidade. E nem é preciso ir ao modo Sport para o confirmar; os outros são o EV (100% elétrico), HV (híbrido), Auto (que faz a melhor gestão da bateria) e CHG (que permite ir carregando a bateria à custa do motor de combustão).
Boa autonomia, consumos honestos, sistema eficaz
Tive oportunidade de cumprir uma centenas de quilómetros com o novo Lexus e em termos de autonomia elétrica, num misto de cidade e estrada, com quatro pessoas a bordo e carga razoável fiz 61 quilómetros em emissões zero e ao fim dos primeiros 100 quilómetros o computador de bordo indicava 2,4 litros aos 100. Faz-se seguramente melhor e a marca promete entre 69 e 76 quilómetros de autonomia (89/98 em cidade) e um consumo de 1 litro/100 km.
Com a bateria descarregada e num SUV que anda pelas 1duas toneladas, os valores, em estada, oscilaram entre os 5,3 e os 5,7, com 5,6 em autoestrada respeitando os 120 km/h. São valores muito honestos e que comprovam que nisto de híbridos, agora também Plug-in, a experiência conta muito…
O sistema funciona sem sobressaltos e há sempre uma reserva e energia. É o self-charging hybrid que, segundo a Lexus, garante que os consumos sejam 30 por cento mais baixos do que a sua concorrência. É difícil testar e provar, mas que fica a ideia de diferença, isso fica!
Em termos de condução, encontrei um automóvel de suspensão firme, sem prejudicar o conforto, suportando bem as transferências de massas, mas, ainda assim, sem temperamento agressivo a curvar. Desembaraçado o bastante, claro, mas com filosofia de estradista. Direção equilibrada para um SUV, travões progressivos, o que não surpreende quanto tudo conta para regenerar energia.
Bom equipamento e pormenor a rever
Importa relembrar que o Plug-in só faz sentido se houver a possibilidade de o carregar todos os dias. Neste caso, temos um carregador de bordo com 6,6 kW o que significa duas horas e meia para “atestar” a bateria. Uma situação a rever pela Lexus, pois já se vai mais longe na concorrência – 11 kW…
Guiei uma versão Executive com um pacote de equipamento considerável. Designadamente: faróis bi-LED, cruise control adaptativo, monitor de ângulos mortos, sistemas pré-colisão dianteira e traseira, leitura de sinais, ecrã multifunções compatível com ApplePlay e Android Auto, carregador wireless, retrovisores com recolha automática e regulação elétrica, sensores de chuva, luz, nevoeiro e estacionamento, volante multifunções em pele, ar condicionado bizona, bancos dianteiros aquecidos elétricos com oito regulações, porta da mala eletrificada, deteção de ciclistas e peões, assistência à manutenção na faixa e rodagem, vidros escurecidos, jantes maquinadas em liga leve de 18 polegadas.
Bem construído, qualidade à vista, sistema hibrido competente, grande autonomia elétrica e consumos honestos, o novo Lexus NX450h+ é um SUV que marca da melhor forma a estreia da Lexus no mundo dos Plug-in. Não tem temperamento desportivo, mas é um grande estradista.
A garantia dada pela Lexus é de sete anos ou 160 000 km e de 10 anos para o sistema híbrido.
FICHA TÉCNICA
Lexus NX 450h+ Executive
Motor: 2 487 cc, gasolina, injeção mista, ciclo Atkinson
Potência: 185 cv/6 000 rpm
Binário máximo: 227 Nm/3 200-3 700 rpm
Sistema híbrido: motores elétricos transversais à frente (182 cv/221 Nm) e atrás (54 cv/121 Nm)
Bateria: iões de lítio, 18,1 kWh
Tempo de carga: 2,5 horas (carregador de 6.6 kW)
Potência combinada: 309 cv
Binário combinado: Não divulgado
Transmissão: caixa de transmissão contínua (e-CVT)
Aceleração 0-100: 6,3 segundos
Velocidade máxima: 200 km/h
Consumo: média – 1 litro/100 km
Emissões CO2: 22 g/km
Autonomia: 69/76 km (89/98 em cidade)
Dimensões: (c/l/a) 4 660/1 865 1 660
Peso: 2 065 kg
Bagageira: 545/1 436 litros
Preço: 77 099€