Procura de identidade na frente não esconde a realidade (Foto Astara)

Inscrição Mitsubishi para esclarecer a diferença (Foto Astara)

Jovialidade reconhecida e boa apresentação (Foto Astara)

Painel digital simples muda de cor no modo Sport (Foto Astara)

Ar condicionado automático manual e teclas físicas de atalho (Foto Astara)

Braço central de apoio e consola com dois porta garrafas (Foto Astara)

Bom espaço atrás e banco retrátil para jogar com o espaço de carga (Foto Astara)

Jantes de 18 polegadas para a versão MHEV (Foto Astara)

A única diferença importante entre o Mitsubishi ASX e o Renault Captur é a motorização Mild Hybrid no SUV japonês, sustentada na solução de 12V. Daí, a curiosidade da experiência ao volante e, sobretudo, dos resultados. Pois bem, consumos interessantes e binário superior (270 Nm) para a mesma potência do 1.0 – 160cv. A tecnologia vale 29 900€.

As motorizações Mild Hybrid são cada vez mais comuns, na Mitsubishi, como na Renault e neste caso recorrem a uma bateria de iões de lítio de 12V carregada pela regeneração das travagens e desacelerações. Adicionado a um motor 1.3 turbo com injeção direta, o sistema, que incorpora um gerador de arranque por correia permite a assistência elétrica ao binário e circular “à vela” a baixa velocidade ou em desaceleração, o que se traduz numa óbvia poupança de combustível.

Mas ainda que sendo óbvia a economia, os resultados nunca são de molde a corresponder à expetativa e a causar grande impressão. De todo o modo, há vantagens. No Mitsubishi ASX, com quatro adultos a bordo, num percurso da ordem dos 200 quilómetros, metade dos quais em autoestrada, com o cruise-control nos 120 km/h consegui 6,7 l/100 de média e só na autoestrada, 6,6. O computador acrescentava que 25 quilómetros tinham sido “à vela”. Os números oficiais apontam para 5,9 (apenas mais 0,1 l/100 do que a versão 1.0, ao volante da qual tinha conseguido 6,4, com dois passageiros).

Mais desenvoltura e outro despacho

Um motor com outra capacidade e outro binário, que até pode ser apoiado eletricamente, tornam, no entanto, as coisas muito diferentes e nem o aumento de peso contraria uma desenvoltura e um despacho que nada têm a ver com a generosidade do 1.0. Este acelera de 0 a 100 em 8,5 segundos, o outro em 14 s, este chega aos 204 km/h em velocidade de ponta, enquanto o motor “mais pequeno” se fica pelos 168 km/h.

Consumos interessantes face às prestações marcam a diferença do Mitsubishi ASX MHEV. Com 160 cv e 270 Nm de binário, é a única versão sem igual na gama do “irmão” Captur. Existe apenas na oferta Intense, a oferta topo de gama

Vistas as coisas por este prisma, os consumos até ganham outro relevo, porque o Mild Mybrid, que utiliza uma caixa CVT declinada em sete velocidades e com patilhas no volante (pode optar por uma transmissão manual), sobe generosamente nas rotações. E sobretudo se utilizar o modo Sport do sistema Multi Sense (permite personalizar a resposta da direção,  controlo dinâmico do chassis e distribuição da potência de tração), o qual lhe transmite um pouco mais de alma e traz também a sonoridade da caixa, sempre audível mesmo que mais abafado.

Por isso, este ASX MHEV revela vivacidade considerável, sem ser um estouro nas acelerações. Mas o velocímetro não deixa dúvidas e mostra que a velocidade aumenta depressinha.

Receita de suspensão passa pelo “durinho”

A suspensão, mais firme e seca do que esperamos e como já se sabia do Captur, explica a resistência à inclinação da carroçaria em curva e um comportamento são e previsível, mesmo que o resposta não surpreenda pela agressividade, até por a direção a isso não ser propensa. Uma receita equilibrada que permite, sobretudo no modo Sport, alguns atrevimentos com aquela sensação de segurança própria do carro que parece não ser capaz de pregar partidas e em que a intervenção do ESP passa despercebida. Os modos de condução disponibilizam ainda as opções Multi Sense e Eco – a escolha faz-se no ecrã central, o que é menos prático.

Um SUV que tem resistido ao tempo e vive as horas do último fôlego (Foto Astara)

A posição de condução, ligeiramente elevada, é agradável e, como acontece nos Renault, os bancos fornecem bom apoio lateral. Quem gosta de ver a frente, vai ter de levantar muito o banco.

Painel de instrumentos digital ecrã tátil verticalizado(9,3″), ao estilo de tablet assente no tablier em posição correta – não é preciso baixar os olhos para operar o sistema Easy Connect… – meia dúzia de teclas para “atalhar” algumas funções, o que continuo a achar que dá muito jeito, tudo simplificado, e também o travão de parque elétrico, com auto-hold. O resultado é um ASX, tal o Captur, mais amigável.

Apenas um reparo: a falta de iluminação nas letras do seletor de velocidade não faz sentido, mesmo que e escolha da marcha seja visível no painell de instrumentos.

Banco traseiro móvel é mais valia

Habitabilidade muito razoável na dianteira, à medida das necessidades atrás, já que o banco tem um curso transversal de 16 cm, solução que permite ter um espaço invulgar para as pernas ou potenciar a bagageira. O banco traseiro, rebatível e sem a possibilidade de contar com apoio de braços central, é mais cadeira do que cadeirão, e o mesmo é dizer “durinho”, na opinião de quem viajou atrás. A “dobradiça” que permite o rebatimento das costas do banco (60×40), é demasiado proeminente a acaba por condicionar a forma como nos sentamos.

No que respeita à bagageira, tem uma capacidade, sem rebater os bancos que vai dos 351 aos 1 275 litros. Apresenta, sem surpresa, plano de carga elevado e desnível considerável para o fundo, com os inconvenientes próprios quando se carrega algum objeto mais pesado. A situação pode amenizar-se utilizando a prateleira amovível que oculta um fundo falso. É uma solução que dá sempre jeito, mas condicionada ao volume dos objetos a carregar.

O Mitsubishi ASX MHEV está disponível apenas na versão Intense. Oferta topo de gama, que contempla equipamento razoável. A saber: luzes full LED com máximos automáticos, travagem de emergência, detetor de ângulo morto, alerta de saída de faixa, câmara traseira, reconhecimento de sinais, cruise control, cartão de acesso mãos livres, arranque sem chave, ar condicionado automático, iluminação interior Multi Sense, banco traseiro rebatível e móvel, monitor central de 9,3″ compatível com Android Auto e Apple CarPlay, volante multifunções em pele, painel de instrumentos digital, vidros escurecidos atrás, barras no tejadilho, proteções laterais da carroçaria em preto brilhante, jantes em liga de 18 polegadas.

Consumos interessantes face às prestações marcam a diferença do Mitsubishi ASX MHEV. Com 160 cv e 270 Nm de binário, é a única versão sem igual na gama do “irmão” Captur. Existe apenas na oferta Intense, a oferta topo de gama.

A garantia é de cinco anos e igual período de assistência em viagem.

FICHA TÉCNICA

Mitsubishi ASX 1.3 MHEV Intense

Motor: 1332 cc, turbo injeção direta; Mild Hybrid 12 V

Potência: 160cv/5 500 rpm

Binário máximo: 270 Nm/1 800-3 750 rpm

Transmissão: CVT (7 velocidades), patilhas no volante

Aceleração 0-100: 8,5 s

Velocidade máxima: 204 km/h

Consumo: média – 5,9 l/100 km

Emissões CO2: 132 g/km

Peso: 1 393 kg

Dimensões: c/l/a – 4,228/1,797/1,573 m

Bagageira: 351/1 275 litros

Preço: 29 990€