Luzes mais baixas, para-choques proeminente, um rosto renovado e para melhor (Foto Mitsubishi)

Perfil da traseira alterado pela grande mudança no portão (Foto Mitsubishi)

Evolução menos notória num estilo agradável e marcado pela qualidade habitual dos japoneses (Foto Mitsubishi)

Apesar das mudanças, ainda não chegou a hora do painel de instrumentos digital (Foto Mitsubishi)

Seletor de marcha para velocidade única, como nos elétricos (Foto Mitsubishi)

Ar condicionado automático independente do ecrã central (Foto Mitsubishi)

Patilhas no volante para regular a regeneração da bateria pela desaceleração (Foto Mitsubishi)

Confortáveis bancos em pele e alcantara e espaço suficiente (Foto Mitsubishi)

Habitabilidade traseira dispensa reparos (Foto Mitsubishi)

Bagegeira tem 328 litros de capacidade e com os bancos rebatidos chega aos 1 108 (Foto Mitsubishi)

Mudança radical desfaz traseira controversa e permite óculo único e mais visibilidade (Foto Mitsubishi)

Mudança no portão inclui protuberância que simula a integração do pneu sobresselente como no Pajero (Foto Mitsubishi)

Grupos óticos baixaram e as luzes diurnas são unidas por pequena grelha (Foto Mitsubishi)

Identificação do modelo nas portas dianteiras (Foto Mitsubishi)

Vinco acentuado np perfil pretende simular a construção em dois blocos escavados (Foto Mitsubishi)

Jantes de 18 polegadas beneficiam a imagem (Foto Mitsubishi)

Pioneira dos PHEV e com o seu Outlander sempre reconhecido como bom exemplo, a Mitsubishi resolveu estender a solução ao mais moderno dos seus SUV, o Eclipse Cross. Fez alterações consideráveis na controversa estética, e aí está com mais um Plug-in que continua a impressionar pela original solução tecnológica. O preço é outra conversa. Se fossemos todos empresários, seria um caso sério… Para o público, são 46 728€, com campanha; para as empresas, 32 990€…

Como aquilo que se vê é muito importante, o SUV nipónico perdeu aquela criticada traseira com o spoiler a meio e o óculo duplo que reduziam a visibilidade e ganhou um portão convencional, mais alto ao meio, através de uma protuberância que pretende evocar o pneu sobresselente montado na traseira. Cresceu 14 centímetros, dez atrás, o que reverteu em favor da capacidade da mala (328/1108 litros com os bancos rebatidos – bancos que perderam os 20 cm de movimentação longitudinal). A frente continua a adotar o chamado Dynamic Shield, mas numa solução mais sóbria. Enfim, ficou melhor, pelo menos para mim… É outra coisa!

Por dentro, não foi preciso “mexer” tanto mantendo-se a arquitetura horizontal e uma filosofia muito nipónica, com boa ergonomia, comandos bem arrumados e apenas a surpresa de o momento não ter sido aproveitado para apostar na digitalização que hoje prolifera e casa bem com estas soluções mais tecnológicas. Até mudou o painel de instrumentos e o ecrã central…

Este Eclipse Cross PHEV comprova a eficiência do sistema híbrido da Mitsubishi num SUV agradável de conduzir, confortável e com comportamento honesto. O peso  faz-se sentir, é despachado mas não impressiona, nem foi pensado para isso. É um 4×4 Classe 1 com Via Verde

Tração integral conseguida pela opção de um motor elétrico em cada eixo (82 cv à frente e 95 cv atrás), mais um gerador (72 kw) e tudo isto combinado com o quatro cilindros de 2360 cc, o sistema do Outlander, temos um SUV de estilo coupé com 188 cv de potência combinada, mais virado para a eficiência do que para as prestações. E, assim, este Eclipse Cross PHEV é anunciado como capaz de uma autonomia elétrica de 55 quilómetros (WLTP) e de um consumo combinado de 2 litros aos 100 (também no ciclo WLTP). A diferença para o Outlander está na potência, 135 cv no motor e 234 cv no total no SUV maior.

Velocidade única como nos elétricos

O sistema continua a não ter uma caixa e velocidades, sendo a transmissão garantida por uma relação única, ao estilo dos elétricos (como foi explicado, uma desmultiplicação ao estilo de uma quinta velocidade). E daí o construtor dizer que tem nesta solução um automóvel elétrico com extensor de autonomia. Passe a criatividade do marketing, a verdade é que até aos 135 km o bloco de combustão é basicamente um gerador dos motores elétricos que asseguram a marcha. O motor a gasolina funciona como suplemento que intervém quando exigimos mais do acelerador ou se o estado da bateria assim o exigir.

Ilustração Mitsubishi

A condução passa por três modos: EV, até aos 135 km/h e apenas à custa da energia armazenada na bateria de 13,8 kWh. Pode ser forçado e funciona também, sempre que possível, sem intervenção do condutor.

Ilustração Mitsubishi

O modo Híbrido em Série, funciona também até aos 135 km/h mas com intervenção do motor de combustão, o qual, através de gerador, carrega a bateria;  a regressão ao modo EV faz-ze sempre que possível;

Ilustração Mitsubishi

O modo Híbrido Paralelo é ativado automaticamente acima dos 135 km/h. Leva o motor de combustão a propulsionar as rodas dianteiras, com o auxílio do motor elétrico, mantendo-se tudo igual no eixo traseiro; quando baixa a velocidade, e logo que possível, voltam os modos EV ou Híbrido em Série.

Pormenor a registar: ao cabo de 89 dias, e se como a Mitsubishi diz ser possível, o Eclipse Cross PHEV tiver circulado sempre em modo EV, o motor de combustão é ativado para manutenção do catalisador e do sistema de injeção de combustível.

É possível “forçar” o modo EV, guardar carga na bateria para a usar onde faz mais sentido e recorrer ao modo Charge para forçar o carregamento da bateria através do motor de combustão quando não houver fonte de energia disponível, o que obviamente sai mais caro do que a eletricidade…

A regeneração pode ser regulada nas patilhas no volante (seis modos, o que até me pareceu excessivo, face à diferença reduzida entre as escolas) e não falta o modo B acionável no seletor de marcha, como é habitual.

Carregamento entre sete horas e 25 minutos…

E a propósito de carregamento, registe-se que o tempo para “atestar” a bateria será de aproximadamente sete horas numa tomada de 8A, seis horas, se dispusermos de 10A e quatro horas com 16A. O carregamento rápido é possível (protocolo CHEdeMO) e os normais 80% da capacidade conseguem-se em 25 minutos. No modo Charge, terá o Eclipse com o motor de combustão a funcionar cerca de meia hora para atingir a mesma percentagem da capacidade.

Um primeiro contacto com o Eclipse Cross PHEV deu, fundamentalmente, para comprovar a eficiência do sistema da Mitsubishi e a indiscutível agradabilidade de condução que proporciona. O peso – e são 1985 quilos! – faz-se sentir, é despachado mas não impressiona, nem foi pensado para isso. As prestações são, aliás, esclarecedoras: 10,9 segundos de 0 a 100 e 162 km/h em velocidade de ponta. Há cinco modos de condução: Tarmac (desportivo),Gravel (gravilha), Snow (neve), Normal e Eco.

O natural rebaixamento do centro de gravidade (30 mm) não é representativo, também porque o peso obrigou a trabalhar a suspensão: este é um SUV pensado para privilegiar o conforto e tanto assim é que, forçando o andamento, sente-se a normal inclinação da carroçaria.

O consumo, com dois estilos de condução bem diferentes, faz pensar na possibilidade de serem normais resultados entre os 5,5 e os 6,3 litros aos 100, menos com a preocupação de poupar. Dúvidas para esclarecer num ensaio mais completo.

A Mitsubishi comercializa apenas uma versão eMOTION, com bom recheio de equipamento: faróis em LED com máximos automáticos, head-up-display por lâmina, reconhecimento de sinais, travão elétrico com auto-hold, cruise control, câmara traseira e sensores de estacionamento e luz, bancos em pele e alcantara, ar condicionado automático bizona, controlo remoto para smartphone, jantes em liga de 18 polegadas.

O preço tem aquela questão dos apoios… para o público, o valor de entrada é de 53 000€, mas a campanha de lançamento reduz o investimento para 46 728€. As empresas, conseguem este Eclipse Cross PHEV por 32 990€. Não custa perceber quem vão ser os clientes!

Pormenor a ter em conta, este é um 4×4 Classe 1 com Via Verde.

Este Eclipse Cross PHEV comprova a eficiência do sistema híbrido da Mitsubishi num SUV agradável de conduzir, confortável e com comportamento honesto. O peso – e são 1985 quilos! – faz-se sentir, é despachado mas não impressiona, nem foi pensado para isso. É um 4×4 Classe 1 com Via Verde.

FICHA TÉCNICA

Mitsubishi Eclipse Cross PHEV eMOTION

Motor de combustão: 2360 cc, gasolina, injeção multiponto

Potência: 98 cv/ 4 000 rpm

Binário máximo: 193 Nm/2 500 rpm

Motores elétricos: dianteiro – 82 cv/ 137 Nm; traseiro – 95 cv/195 Nm

Transmissão: 4×4, velocidade única

Bateria: iões de lítio, 13,8 kWh, 300V

Tempo de carregamento: sete horas (8A), seis horas (10A), quatro horas (16A); carregamento rápido de 80%  da carga em 25 minutos

Potência máxima: 188 cv

Binário máximo: N.D.

Aceleração 0-100: 10,9 segundos

Velocidade máxima: 162 km/h (135 km/h em modo elétrico)

Autonomia elétrica (WLTP): combinada, 45 km; urbana, 55 km

Consumo: combinado: 2 L/100 km

Emissões CO2: 46 g/km

Peso: 1 985 kg

Dimensões: (c/l/a) – 4 545/1 805/1 685 mm

Bagageira: 328/1108 litros

Preço: 53 000€, 46 728€ com campanha; empresas, 32 990€